Meninas e meninos,
O vinho Mendonça Moscato Bailey 2018 do vinhateiro Eduardo Mendonça, para mim, foi uma surpresa. Já havia degustado seu Pet Nat de Pinot Noir e gostado muito.
Esta uva Moscato Bailey, em princípio me pareceu uma novidade, mas depois me lembrei de que já havia degustado um vinho japonês, o Sakura LÓrient que tinha esta uva no corte me instigou no olfato e no palato.
Sakura L’Orient
Sakura L’Orient
Em todas as buscas que dei para saber mais da Moscato Bailey vi este enunciado:
“A Moscato Bailey foi criada em 1920 por Kawakami Zenbei, em Niigata Prefecture (Japão). Foi desenvolvida pelo cruzamento entre as uvas Muscat de Hamburgo e a Bailey. Atualmente é uma das uvas para vinho mais populares do Japão. Os principais países de plantio são Japão e Brasil. Seus possíveis aromas são Amora, Floral e Morango. As características que dão ao vinho são que é frequentemente usada para fazer vinhos tintos frutados, com corpo leve e com baixa acidez.”
Mas, a ressalva feita quanto à acidez, não foi o que encontrei na taça ao degustar o Mendonça Moscato Bailey 2018 do Eduardo Mendonça Vinhos Artesanais. Vinho natural elaborado artesanalmente em um porão em Monte Belo do Sul-RS, com 11%de álcool, sem intervenção ou com mínima intervenção.
Análise sensorial
No visual sua cor é de um rubi claro, com bordas evolutivas e com alguma opacidade visto, eu crer que o vinho não tenha sido clarificado.
No olfato
No olfato é intrigante, lembra o foxado das vitis labruscas-as videiras que não são viníferas-mas ao mesmo tempo um frutado marcante de cerejas e algum floral. Com o passar do tempo em taça, o frutado permanece, o floral se esvai e surge sutil vegetal.
No palato
No palato a confirmação absoluta do frutado, mas a fruta majoritária é o morango, a cereja sumiu! A acidez é marcante, ao contrário do descritivo que encontrei para a Moscato Bailey, taninos resolvidos, e equilíbrio com álcool.
Para harmonizar, visto o frutado e acidez, resolvi fazer uma massa com molho de tomates, carne moída e bastante paio, um embutido salgado, que pensei iria bem com o frutado do vinho. Gostei do resultado.
Sei também que o Eduardo Mendonça descreve a querida Lizete Vicari como “a mulher que fez nascer muitos dos novos vinhateiros”, e eu concordo, pois muitos dos vinhos que degustei este ano foram indicações dela e/ou destes novos vinhateiros que uns indicam os outros numa corrente do bem.
Este vinho, o Mendonça Moscato Bailey, quem me mandou foi a própria Lizete Vicari, amiga há muitos tempo, e de quem tenho o máximo respeito e consideração desde seus primeiros vinhos que degustei.
Mais uma vez degusto um vinho do Eduardo Mendonça Vinhos Artesanais e gosto.
Eduardo Mendonça Vinhos Artesanais @eduardomendoncavinhoartesanal
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
