Meu amigo Ensei Neto, um dos maiores conhecedores de cafés que conheço, através de seu blog, reproduziu matérias publicadas na Folha de São Paulo, e que posteriormente complementei com o site da ABIC, responsável pelo estudo.
Para mim, que tenho no vinho e na gastronomia, portanto por consequência, na enogastronomia uma paixão, admito logo de pronto que se aumentarmos a qualidade, teremos em curto espaço de tempo um aumento de consumo, claro que aqui não estou analisando preços, marketing, distribuição etc…
Mas as duas coisas estão ligadas, pois quando se reconhece a qualidade, temos mais prazer e melhor condição de consumo.
Vejam o que o Ensei colocou no blog:
Na primeira, há um clima de otimismo com a retomada do crescimento do consumo per capita de café no Brasil, que alcançou 4,65 kg de café torrado em 2009, bem próximo do recorde histórico, que é de 4,72 kg em 1965. Segundo a ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café, esse retorno pode ser creditado à maior oferta de cafés de alta qualidade, bem como de novas formas de consumo como cappuccinos e outras bebidas, muito difundidas pelas inúmeras cafeterias Será pouco ou muito?
Em geral, o Cafezinho, símbolo do consumo do café no Brasil, é preparado a partir de uma concentração média de 10% m/v ou 100 g para 1 litro de água, que corresponde à tradicional receita de 5 a 6 colheres de sopa de café moído. Logo, esses 4,65 kg de café torrado equivalem a algo como 46,5 litros de café ao longo do ano consumido por um apreciador, o que corresponde a 930 xícaras de Cafezinho!
Na década de 60 o consumo caiu assustadoramente por diversos fatores: concorrência com novos produtos como refrigerantes, sucos, sport drinks (como o Gatorade) e, mais recentemente, água, simplesmente. E, como não poderia deixar de ser, havia uma percepção do consumidor de que o café vendido no supermercado era ruim.
Cresci em meio à essa percepção geral; obviamente não bebia e, muito menos, gostava de café, até que me “converti” ao final da década de 80.
A questão da qualidade e sua percepção pode ser explicada pela Fisiologia Humana.
Os chamados Sabores Básicos são o Doce, o Salgado, o Ácido, o Amargo e, o mais novo da turma, o Umami, descoberto pelos pesquisadores japoneses da síntese industrial do Glutamato Monossódico. São os sabores percebidos essencialmente na boca, mais particularmente na língua através de um incrível conjunto de Papilas Gustativas.
Podemos considerar os Sabores Básicos como super-hiper-importantes porque são sabores que podemos perceber mesmo quando estamos constipados. Os outros sabores precisam da ajuda no nariz para serem percebidos.
Quando o amargo, que é mais perceptível ao nosso paladar,é acentuado e desagradável, indicando defeitos, o doce deve vir em seu auxilio, portanto, haja açúcar para esconder os sabores ruins presentes num café com esse tipo de problema, principalmente o medicinal Fenólico, que é o principal responsável pela contrapropaganda de que beber café ataca o estômago. Na realidade, beber café com fermentados fenólicos ataca o estômago!
O Crime não compensa: colocar café de baixa qualidade pode fazer uma determinada marca conquistar uma fatia do mercado devido a um preço mais em conta, mas os resultados perante o consumidor são desastrosos”.
Segundo a ABIC-Associação Brasileira da Indústria de Café, mostra que este resultado aproxima o consumo per capita brasileiro ao da Alemanha (5,86 kg/habitante/ano) e já supera os índices da Itália e da França. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega, Dinamarca – com um volume próximo dos 13 kg/habitante/ano.
Para complementar esta postagem, associo a matéria extraída do IBRAVIN, que em outras palavras e no tocante ao vinho, têm a mesma direção.
IBRAVIN
O início de uma nova Era. Assim poderá ficar conhecido o ano de 2009 para o setor vitivinícola brasileiro. Desde 2005, a comercialização de vinho só fazia cair no Brasil. De 293 milhões de litros de vinhos finos e de mesa colocados há quatro anos, despencamos para 214,5 milhões de litros em 2008. Por isso, os 240 milhões de litros de vinhos finos e de mesa elaborados no Rio Grande do Sul representam uma virada positiva para o setor vitivinícola nacional, que tem mais de 90% da sua produção instalada no RS. O incremento de vendas chegou a 12% em 2009! Vale lembrar que no início do ano de 2009, a meta traçada pelo Ibravin era estancar o ritmo de queda nas vendas que vínhamos sofrendo desde 2005. Dessa forma, encerrar o ano com resultados de dois dígitos, em um ano marcado pela crise econômica, foi uma vitória importante. Outro dado positivo de 2009 é que os estoques de vinho encolheram 17,5%, fechando o ano em 258 milhões de litros, frente a 313 milhões de litros de 2008. Os resultados positivos são animadores e mostram que o setor deve continuar investindo na promoção de vendas e no convencimento dos consumidores de que a qualidade dos vinhos verde-amarelos está em constante evolução. Mas o trabalho não pode parar. O sucesso dos espumantes e do suco de uva continua em alta. A comercialização de espumantes cresceu 18,25% em 2009, na comparação com 2008. E o suco de uma 100% natural encerrou o ano com um acréscimo de 39,4% nas vendas. Oxalá 2010 seja igual ou melhor do que 2009. Saúde e boa leitura!
IBRAVIN
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Ensei Neto
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ABIC
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