Meninas e meninos,
Depois de algum tempo descansando em minha adega, finalmente degustei o Merlot da Domínio Vicari.
Assim com o seu Riesling, são vinificadas quantidades pequenas, o suficiente para mil garrafas aproximadamente.
Diferentemente do que eu imaginava, o Merlot não é por pisa à pé como o Riesling, mas sim, é prensado por uma desengaçadeira com pás de madeira, que tem mais de cem anos, e feita para o uso do vinho da família pelo avô da Lisete Vicari.
As uvas vêm de Monte Belo do Sul, Vale dos Vinhedos, como as Riesling, onde a família mantém uma produção de uvas, e são vinificadas na Praia do Rosa, litoral Catarinense.
Este vinho foi elaborado sem passagem por madeira e sem aditivos para que a uva expresse todo seu potencial, e descansa em barris de polipropileno, e antes de ir para a garrafa, passa por três decantações.
Ao degusta-lo, percebi logo no olfato que o vinho é bem ácido, e que só com o passar do tempo na taça, foi abrindo muitas frutas.
Creio mesmo que a recomendação de coloca-lo em decanter para acelerar o processo de aeração, seja conveniente, assim como descrito em seu contra-rótulo.
Aromas de geléias surgem, mas não de frutas muito maduras, mais de frutas silvestres e para minha memória olfativa, invocou a pitangas.
Cor bem viva e brilhante, em boca se nota sua acidez marcada, boa persistência.
Não senti floral, mas de novo tenho que lembrar que o modo natural e sem conservantes de vinificar, transformam em novidades, os parâmetros mais conhecidos e usuais de cada uva.
Senti após algum tempo um certo animal no aroma, e como sei que não usam madeira, fiquei intrigado, mas creio que possa vir do contato, ainda que pequeno das pás de madeira usadas para esmagar a uvas.
Em boca, confirma frutas silvestres, e como também tem uma graduação alcoólica mais baixa, assim como o Riesling(11%), o torna agradável para bebericar, solo ou em dueto com a gastronomia, mas para esta harmonização, o que mais vai ser levado em conta é sua acidez!
Até perguntei se a fermentação malolática teria acontecido, o que me foi respondido que sim.
Uma coisa importante de mencionar, é as uvas chegaram à Praia do Rosa com 18 graus Babo, que segundo o enólogo, José Augusto Vicari Fasolo, se torna menos arriscado, já que as uvas têm que ser transportadas.
Colhe-las com maior graduação, as uvas chegariam feridas e entrariam em fermentação.
De qualquer modo, sendo sua preferência ou não, os vinhos naturais, advindos de uvas orgânicas ou biodinâmicas, é mister degustar este vinho.
Eu gosto de novas sensações, claro que no meio a tantos vinhos desenvolvidos com leveduras das mais caprichosamente selecionadas em laboratório e com métodos globalizados, não que os vinhos da Domínio Vicari não se utilizem das mais modernas técnicas de vinificação, quando degustamos um vinho feito como “antigamente”, às vezes ficamos sem parâmetros de comparação.
Marcel Lapierre, o mago dos vinhos naturais, e com seus maravilhosos Morgon e Beaujolais e precocemente falecido, que o diga dos vinhedos aonde estiver.
Domínio Vicari
48 3355-6165
http://www.dominiovicari.blogspot.com/
Depois de algum tempo descansando em minha adega, finalmente degustei o Merlot da Domínio Vicari.
Assim com o seu Riesling, são vinificadas quantidades pequenas, o suficiente para mil garrafas aproximadamente.
Diferentemente do que eu imaginava, o Merlot não é por pisa à pé como o Riesling, mas sim, é prensado por uma desengaçadeira com pás de madeira, que tem mais de cem anos, e feita para o uso do vinho da família pelo avô da Lisete Vicari.
As uvas vêm de Monte Belo do Sul, Vale dos Vinhedos, como as Riesling, onde a família mantém uma produção de uvas, e são vinificadas na Praia do Rosa, litoral Catarinense.
Este vinho foi elaborado sem passagem por madeira e sem aditivos para que a uva expresse todo seu potencial, e descansa em barris de polipropileno, e antes de ir para a garrafa, passa por três decantações.
Ao degusta-lo, percebi logo no olfato que o vinho é bem ácido, e que só com o passar do tempo na taça, foi abrindo muitas frutas.
Creio mesmo que a recomendação de coloca-lo em decanter para acelerar o processo de aeração, seja conveniente, assim como descrito em seu contra-rótulo.
Aromas de geléias surgem, mas não de frutas muito maduras, mais de frutas silvestres e para minha memória olfativa, invocou a pitangas.
Cor bem viva e brilhante, em boca se nota sua acidez marcada, boa persistência.
Não senti floral, mas de novo tenho que lembrar que o modo natural e sem conservantes de vinificar, transformam em novidades, os parâmetros mais conhecidos e usuais de cada uva.
Senti após algum tempo um certo animal no aroma, e como sei que não usam madeira, fiquei intrigado, mas creio que possa vir do contato, ainda que pequeno das pás de madeira usadas para esmagar a uvas.
Em boca, confirma frutas silvestres, e como também tem uma graduação alcoólica mais baixa, assim como o Riesling(11%), o torna agradável para bebericar, solo ou em dueto com a gastronomia, mas para esta harmonização, o que mais vai ser levado em conta é sua acidez!
Até perguntei se a fermentação malolática teria acontecido, o que me foi respondido que sim.
Uma coisa importante de mencionar, é as uvas chegaram à Praia do Rosa com 18 graus Babo, que segundo o enólogo, José Augusto Vicari Fasolo, se torna menos arriscado, já que as uvas têm que ser transportadas.
Colhe-las com maior graduação, as uvas chegariam feridas e entrariam em fermentação.
De qualquer modo, sendo sua preferência ou não, os vinhos naturais, advindos de uvas orgânicas ou biodinâmicas, é mister degustar este vinho.
Eu gosto de novas sensações, claro que no meio a tantos vinhos desenvolvidos com leveduras das mais caprichosamente selecionadas em laboratório e com métodos globalizados, não que os vinhos da Domínio Vicari não se utilizem das mais modernas técnicas de vinificação, quando degustamos um vinho feito como “antigamente”, às vezes ficamos sem parâmetros de comparação.
Marcel Lapierre, o mago dos vinhos naturais, e com seus maravilhosos Morgon e Beaujolais e precocemente falecido, que o diga dos vinhedos aonde estiver.
Domínio Vicari
48 3355-6165
http://www.dominiovicari.blogspot.com/
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão