Meninas e meninos,
De algum tempo a esta parte, venho observando e sentindo, principalmente, o aumento da graduação alcoólica dos vinhos em geral, sejam brancos, tintos ou rosados.
O que tem me deixado atônito, é que mesmo os vinhos do velho mundo, que se distinguiam dos vinhos do novo mundo, especialmente pelo conjunto acidez maior e álcool menor, pois são essencialmente gastronômicos em sua origem, estão apresentando esta quantidade, a meu ver, exagerada de álcool.
Por que digo exagerada?
Bem, sempre tivemos vinhos com alto teor de álcool, mas eram alguns poucos e bem típicos, no velho mundo, mas agora é muito comum vermos o que já víamos no Chile, Argentina, Austrália e África do Sul em profusão, vinhos com 14%; 14,5% 14,8% e mais, mesmo em paises e regiões que não tinham esta tradição.
Será que as leveduras selecionadas e específicas estão mais resistentes a alcoolicidade?
Será que os enólogos estão seguindo uma tendência mundial de gosto globalizado?
Será que as uvas estão supermaturando devido ao famoso efeito estufa, que vemos antecipar colheitas ano após ano, por causa das temperaturas maiores fora de época?
Creio que possamos afirmar que um misto destas razões todas possam estar envolvidas, e não sou o primeiro a falar nisso.
Lembro-me bem de que um amigo, enólogo do Vale dos Vinhedos, me disse a uns dois ou três anos atrás, de que se faz sentir a capacidade do profissional competente, justamente quando a natureza não ajuda o homem na questão do clima.
Então, devo supor que dentre as perguntas que levantei, a que mais tem pesado seja mesmo o gosto globalizado, procurando vinhos mais “doces”, em razão da fruta e álcool.
Para se ter uma idéia do verdadeiro bombardeio de vinhos alcoólicos colocados no mercado, é só observar os catálogos de Natal, tanto das importadoras, como das lojas e vinícolas, tão presentes em nossas caixas de correio, nesta época do ano.
Impressiona-me a tal quantidade de vinhos do velho mundo, que estão acima dos 14% de álcool, sem falar nos do novo mundo, isso também vale para brancos, que hoje passam longe dos antigos 12%;12,5%, para resvalar na borda dos 13,5%. 13,8% e acima dos 14% também.
Para a enogastronomia, fica mais complicado harmonizar estes vinhos com graduação maior em álcool, a não ser com as mesmas cocções de sempre, ricas em molhos gordurosos e suculências, pois é difícil manter o equilíbrio de acidez e taninos bem estruturados, no caso dos tintos e brancos (sem os taninos).
Como é bom degustarmos um vinho com seus 12,5% bem equilibrados, pedindo comida, que saudade!
Até o próximo brinde!
De algum tempo a esta parte, venho observando e sentindo, principalmente, o aumento da graduação alcoólica dos vinhos em geral, sejam brancos, tintos ou rosados.
O que tem me deixado atônito, é que mesmo os vinhos do velho mundo, que se distinguiam dos vinhos do novo mundo, especialmente pelo conjunto acidez maior e álcool menor, pois são essencialmente gastronômicos em sua origem, estão apresentando esta quantidade, a meu ver, exagerada de álcool.
Por que digo exagerada?
Bem, sempre tivemos vinhos com alto teor de álcool, mas eram alguns poucos e bem típicos, no velho mundo, mas agora é muito comum vermos o que já víamos no Chile, Argentina, Austrália e África do Sul em profusão, vinhos com 14%; 14,5% 14,8% e mais, mesmo em paises e regiões que não tinham esta tradição.
Será que as leveduras selecionadas e específicas estão mais resistentes a alcoolicidade?
Será que os enólogos estão seguindo uma tendência mundial de gosto globalizado?
Será que as uvas estão supermaturando devido ao famoso efeito estufa, que vemos antecipar colheitas ano após ano, por causa das temperaturas maiores fora de época?
Creio que possamos afirmar que um misto destas razões todas possam estar envolvidas, e não sou o primeiro a falar nisso.
Lembro-me bem de que um amigo, enólogo do Vale dos Vinhedos, me disse a uns dois ou três anos atrás, de que se faz sentir a capacidade do profissional competente, justamente quando a natureza não ajuda o homem na questão do clima.
Então, devo supor que dentre as perguntas que levantei, a que mais tem pesado seja mesmo o gosto globalizado, procurando vinhos mais “doces”, em razão da fruta e álcool.
Para se ter uma idéia do verdadeiro bombardeio de vinhos alcoólicos colocados no mercado, é só observar os catálogos de Natal, tanto das importadoras, como das lojas e vinícolas, tão presentes em nossas caixas de correio, nesta época do ano.
Impressiona-me a tal quantidade de vinhos do velho mundo, que estão acima dos 14% de álcool, sem falar nos do novo mundo, isso também vale para brancos, que hoje passam longe dos antigos 12%;12,5%, para resvalar na borda dos 13,5%. 13,8% e acima dos 14% também.
Para a enogastronomia, fica mais complicado harmonizar estes vinhos com graduação maior em álcool, a não ser com as mesmas cocções de sempre, ricas em molhos gordurosos e suculências, pois é difícil manter o equilíbrio de acidez e taninos bem estruturados, no caso dos tintos e brancos (sem os taninos).
Como é bom degustarmos um vinho com seus 12,5% bem equilibrados, pedindo comida, que saudade!
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão