Meninas e meninos,
Achei super interessante e útil esta matéria postada pelo Jandir Passos, descrita na Inovação Tecnológica da USP, para nós que trabalhamos com alimentos e bebidas.
Achei super interessante e útil esta matéria postada pelo Jandir Passos, descrita na Inovação Tecnológica da USP, para nós que trabalhamos com alimentos e bebidas.
Pesquisadores da Escola Politecnica USP desenvolveram um filme plastico a base de amido de mandioca e acucares. Projetado para ser utilizado em embalagens, o plastico eh biodegradavel, comestivel, tem propriedades antibacterianas e pode mudar de cor de acordo com o estado de conservacao do produto.A novidade ainda esta em fase de desenvolvimento, mas pode ser uma alternativa para um grave problema ambiental. O Brasil consome cerca de 4 milhoes de toneladas de plastico anualmente e recicla apenas 16,5% desse total, de acordo com a Associacao Brasileira de Embalagens. Um terço corresponde ao plastico filme e dois terços ao plastico rigido. A estimativa para a decomposicao desses materiais no ambiente eh de cerca de cem anos.Alem da reducao de lixo, por ser biodegradavel, a invencao podera reduzir os conservantes sinteticos dos alimentos, devido a acao antimicrobiana. O produto eh resultado do pos-doutorado da engenheira quimica Cynthia Ditchfield, do Laboratorio de Engenharia de Alimentos do Departamento de Engenharia Quimica da Poli.A pesquisadora faz parte de uma equipe supervisionada pela professora Carmen Tadini. O projeto tem apoio da FAPESP na modalidade Auxílio a Pesquisa. Cynthia contou com uma bolsa de pos-doutorado da Coordenacao de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nivel Superior (Capes), do Ministerio da Educacao.A busca de um polimero natural biodegradavel eh uma tendencia mundial. “Utilizamos o amido de mandioca como base com a intencao de agregar valor, uma vez que o Brasil eh o segundo maior produtor mundial do tuberculo”, disse Cynthia a Agencia FAPESP.De acordo com a pesquisadora, o novo plastico filme possibilitara a fabricacao de embalagens ativas que, alem de proteger, interagem com o produto, agregando novas utilidades. Um exemplo eh a acao antimicrobiana. “Adicionamos ao material da embalagem produtos como cravo e canela, que sao antimicrobianos naturais. O resultado é um aumento da vida util do produto na prateleira”, explicou.Indicador de acidezOutra caracteristica ativa da nova embalagem eh a indicacao de acidez. Segundo Cynthia Ditchfield, muitos alimentos, quando se deterioram, sofrem alterações no pH, que fica mais acido. Em contato com o alimento, o plastico muda de cor, indicando se as condicoes estao boas.”O indicador de pH pode dar segurança ao consumidor de que o produto nao esta estragado ou passou por mas condicoes. A embalagem tambem pode indicar, por exemplo, se um produto esta em boas condicoes, ainda que a validade tenha expirado”, explicou.Para a mudança de cor da embalagem, os pesquisadores utilizaram extratos naturais de repolho roxo, uva e cereja. “Sao pigmentos do grupo das antocianinas, que mudam de cor com o pH”, disse. O repolho foi o mais eficiente nos testes, mas a uva seria interessante para possibilitar uma nova destinacao para as sobras da fabricacao de vinho. “Fizemos testes com residuos de vinicolas e eles foram bem satisfatorios.”Cynthia explica que a materia-prima utilizada na embalagem eh barata, mas que nao ha ainda estimativas se o produto sera mais caro do que os plasticos convencionais. A definicao dependera do processo industrial que for adotado.”Ainda precisamos desenvolver a embalagem, principalmente em relacao a barreira de umidade e a funcao antimicrobiana. Faltam testes de aplicacao e melhoramento. Depois disso, sera preciso projetar a producao industrial”, disse.Para a pesquisadora, o produto devera chamar a atencao da industria apos a fase de testes preliminares. “Todos os elementos utilizados no produto – a mandioca, a sacarose e os compostos antimicrobianos – sao produzidos e exportados pelo Brasil. A ideia eh agregar valor a produtos nacionais”, afirmou.
Fonte: InovacaoTecnologica