Meninas e meninos,
Na 6ª edição do Paladar, Cozinha do Brasil, tive o prazer de poder compartilhar com meus queridos amigos Luis Henrique Zanini e Ana Paula Valduga, uma vertical dos seus Cabernet Sauvignon Reserva, desde a 1ª safra até a de 2005.
Vertical é a prova de um mesmo vinho em suas safras deferentes, onde podemos comparara a evolução do mesmo, tanto dos mais antigos, quanto os mais novos.
Suas diferentes expressões de clima, que transmitem às uvas suas características.
Desde há muito, tenho mostrado que é balela, o que alguns dizem sobre a não longevidade dos vinhos Brasileiros.
Vinho bom, com estrutura, acidez, taninos e algum álcool, podem sim ser longevos.
Claro que algumas cepas tendem a facilitar esta longevidade, mas, vamos aos Cabernet Sauvignon da Vallontano, não sem antes falar um pouco da vinícola.
A Vallontano prima por expressar o que o terroir oferta, procurando ser o menos intervencionista possível, assim, não alterando as diferenças marcantes do solo, clima e microclima, variedade, cultura local, enfim uma identidade local.
Muito jovem, porém com bela estória, desde 1999, elabora espumantes e vinhos tranquilos, onde a identidade acima descrita é preservada.
É bom que se diga, que é uma das pequenas vinícolas instaladas no Vale dos Vinhedos, e sua produção gira ao redor de 30.000 garrafas/ano.
“Vinho é arte, é poesia, é expressão da personalidade. Para ser vinhateiro é preciso sensibilidade, humanidade, contato físico com os vinhedos e com a uva, é preciso literalmente colocar as mãos no vinho, para que não se perca a identidade. Para a Vallontano o vinho continua sendo, como entendia Galileu Galilei, humor líquido e luz! Cada safra herdará as cores do outono, o frio e a névoa do inverno, as chuvas e as cores da primavera, o calor e o sol da colheita no verão. Ao abrir uma garrafa de Vallontano, bebe-se algo único, expressão fiel desta terra” diz Zanini, seu vinhateiro.
Mas vamos aos vinhos.
1-Cabernet Sauvignon Reserva 2000-1ª safra da vinícola, cor de evolução, ainda brilhante, com balsâmicos, terroso e mineral no olfato, após algum tempo surge um floral delicado e as frutas maduras.Em boca confirma as frutas, aparecem especiarias, o balsâmico, álcool 12%.Sua boa Acidez e taninos ainda presentes nos mostram que ainda por alguns anos estará íntegro, claro, sendo bem guardado.
2- Cabernet Sauvignon Reserva 2002-cor até mais evoluída que o anterior, muita fruta, algo floral, toque animal, em boca confirma as frutas, um leve mineral aparece e as especiarias, 12,5%, boa acidez, mas me agradou menos que o anterior.
3-Cabernet Sauvignon Reserva 2004-sua cor mais nova, apesar de halo de evolução, o floral e o mentolado aparecem de pronto, depois parece ser hortelão ou salsinha fresca, ligeiramente mais alcoólico que os demais, com 13,5%, muito bem avaliado.
4- Cabernet Sauvignon Reserva 2005-ainda muito violáceo, algo de vegetal, já sentido na sagra anterior. Muita fruta, chocolate, pimenta, especiarias como cravo, noz moscada, em boca equilibrado, confirmando frutas maduras, o chocolates, as especiarias, simplesmente o mais completo em leque aromático e gustativo.Álcool 13%, acidez muito boa, taninos presentes, mostrando que a ótima safra faz mesmo ótimos vinhos, e creio, ainda vai longe em guarda.
5- Cabernet Sauvignon 2007-este não é reserva, pois não é toda safra que a Vallontano aproveita para estes, e foi colocado para uma comparação, um vinho mais simples, mas que agrada, é bem equilibrado, não passa por madeira, mas lembra chocolate e bala Toffe.
Meu preferido foi o 2005, seguido de pero pelas safras 200o e 2004.
Parabéns ao jornal O Estado de São Paulo, pelo Paladar, aos amigos da Vallontano e ao jornalista Luiz Horta, mediador da vertical.
Para os que querem conhecer melhor os produtos da Vallontano, a importadora Mistral está com seu magnífico Encontro Mistral, e a Vallontano estará lá, à espera de novos e antigos apreciadores.
Vallontano Vinhos Nobres
www.vallontano.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão