Meninas e meninos,
Neste ano tenho tido a grata satisfação de poder participar não apenas de degustações, que sim, são importantes, mas também de alguns seminários e palestras mais técnicas, sobre solos, climas e vinificações, que em geral, tempos atrás, não eram muitas.
Para que ama os vinhos, como eu, é importante entender todo o processo, não só avaliar o produto final.
Claro que estas degustações mais técnicas exigem conceitos, estudos e informações um pouco mais detalhadas de como se chega a um vinho, via de regra, como os conhecemos, já engarrafado.
Em uma destas palestras ou seminários, aqui esteve o conceituado Francisco Baettig, enólogo chefe da Viña Errazuriz, que faz parte de uma equipe de enólogos de grandes e conceituadas marcas como Seña, Chadwick, Caliterra, Arboleda.
Bem, no seminário, Francisco, além de contar um pouco da história da Errazuriz, fundada em 1870 por Don Maximiano, definiu vinho ícone como o de reconhecido máximo potencial de vinho de um produtor, aquele que detém a máxima qualidade em todos as etapas do processo.
Valle de Aconcagua
O Valle de Aconcagua possui um clima mediterrâneo com verões refrescados pela Corrente de Humboldt e por frescas brisas provenientes do Oceano Pacifico. Esta influencia permite um bom crescimento e maturação que se dá de duas a três semanas mais tarde que qualquer outra região vitivinícola do Chile.
Com esta maturação tardia, os sabores se acentuam. Além disso, a precipitação pluviométrica em cerca de 250 mm, durante o inverno, traz às uvas e conseqüentemente, se bem trabalhadas, aos vinhos, uma concentração mais ampla.
Como as condições de umidade e solo não propiciam o surgimento de pragas e doenças fúngicas, o trato é sempre natural, Solos diversos também fazem do Aconcagua um natural e diverso exemplar, pois os há como nos leitos dos antigos rios, com muitas rochas advindas dos glaciáres, nos sopés da montanha, granitos com areias, sempre mesclados de argilas por todo o vale.
Estes solos pobres e pedregosos ajudam a fortalecer as parreiras, de este modo, obtendo-se vinhos concentrados e estruturados. Não sem motivo, no Valle de Aconcagua se cultivam majoritariamente variedades tintas; principalmente Cabernet Sauvignon, Syrah, Carménère e Merlot.
Passando à degustação, Francisco nos trouxe a informação que a primeira safra do Don Maximiano data de 1983, a do Kai, que significa planta, de 2005 e do La Cumbre 2001.
A linha The Blend, como o nome diz, um corte de Sangiovese, Petit Verdot, Cabernet Franc e Carmenère, descrito com o provável vinho Chileno mais Italiano do país.
1-Safra 2006:20% Cab Franc; 40% Sangiovese; 15% Carmenère e 25% Petit Verdot, passando 18 meses em barricas Fr 50% novas e demais de outros usos, com 14,5% de álcool.
Muita fruta no nariz, a madeira aparece, a cereja ao marasquino também.Equilíbrio em boca, confirma as frutas, e depois de algum tempo aparece um mentolado.
2- Safra 2007: 45% Syrah; 30% Cab Franc; 20% Carmenère e 5% Roussane, passando 16 meses em barricas 70% Fr e 30% Am, com 14% de álcool.
Mais lácteo no olfato, ameixas e outras frutas, confirmadas em boca que até parece doce.
3-La Cumbre Shiraz 2006: 97% Syrah e 3% P.Verdot, passando 18 meses em barricas novas Fr, com 14,5% de álcool.
Muita fruta, pimenta, especiarias e algo mineral.Em boca confirma frutas, gemada, amanteigado, ligeiro amargor final que não chega a incomodar, taninos presentes e macios.
4- Kai Carmenère 2007: 86% Carmenère; 7% P.Verdot e 7% Sirah, passando 18 meses em barricas 95% novas Fr, com 14,5% de álcool.
Elaborado para ser o melhor Carmenère do Chile, foi o meu preferido do painel. Olfato complexo e amplo, frutas, floral, lácteo e mineral. Confirma o lácteo e frutado em boca, ótima acidez, especiarias como cravo(aquele ardido desta especiaria), taninos presentes, enfim completo à meu ver. Não filtrado.
A linha Don Maximiano Founder’s Reserve, apesar de sempre levar no corte o maior percentual de Cab Sauvignon, lembra muito os bordaleses.
5-Safra 2007: 82% Cab Sauvignon; 6% Cab Franc; 6% P.Verdot e 6% Syrah, passando 20 meses em barricas novas Fr, com 14,5 % de álcool.
Muita fruta, os tostados aparecem, floral, especiarias, tendo este leque confirmado em boca, junto a taninos macios e boa acidez, é ainda jovem a meu ver, devendo se esperar mais uns dois anos para degusta-lo, foi meu segundo preferido do painel.
6-Safra 2008: 84% Cab Sauvignon; 8% Carmenère; 5% Syrah e 3% P.Verdot , passando 20 meses em barricas novas Fr, com 14,5 % de álcool. Devido às condições climáticas, esta safra foi colhida mais tarde que o normal, trazendo excelente maturação fenólica, segundo o enólogo, promete ser a safra memorável de Don Maximiano!
Muita baunilha, toffe, frutados e floral, algo cítrico confitado como os palitinhos de limão.Em boca confirma frutas, chocolate, taninos ainda meio secantes, dizendo que se espere mais para degusta-lo, abre menta e cerejas ao marasquino após algum tempo em taça.
Este vinho ainda não está disponível no Brasil.
Quem tráz estes vinhos é a Vinci Vinhos
www.vincivinhos.com.br
Neste ano tenho tido a grata satisfação de poder participar não apenas de degustações, que sim, são importantes, mas também de alguns seminários e palestras mais técnicas, sobre solos, climas e vinificações, que em geral, tempos atrás, não eram muitas.
Para que ama os vinhos, como eu, é importante entender todo o processo, não só avaliar o produto final.
Claro que estas degustações mais técnicas exigem conceitos, estudos e informações um pouco mais detalhadas de como se chega a um vinho, via de regra, como os conhecemos, já engarrafado.
Em uma destas palestras ou seminários, aqui esteve o conceituado Francisco Baettig, enólogo chefe da Viña Errazuriz, que faz parte de uma equipe de enólogos de grandes e conceituadas marcas como Seña, Chadwick, Caliterra, Arboleda.
Bem, no seminário, Francisco, além de contar um pouco da história da Errazuriz, fundada em 1870 por Don Maximiano, definiu vinho ícone como o de reconhecido máximo potencial de vinho de um produtor, aquele que detém a máxima qualidade em todos as etapas do processo.
Valle de Aconcagua
O Valle de Aconcagua possui um clima mediterrâneo com verões refrescados pela Corrente de Humboldt e por frescas brisas provenientes do Oceano Pacifico. Esta influencia permite um bom crescimento e maturação que se dá de duas a três semanas mais tarde que qualquer outra região vitivinícola do Chile.
Com esta maturação tardia, os sabores se acentuam. Além disso, a precipitação pluviométrica em cerca de 250 mm, durante o inverno, traz às uvas e conseqüentemente, se bem trabalhadas, aos vinhos, uma concentração mais ampla.
Como as condições de umidade e solo não propiciam o surgimento de pragas e doenças fúngicas, o trato é sempre natural, Solos diversos também fazem do Aconcagua um natural e diverso exemplar, pois os há como nos leitos dos antigos rios, com muitas rochas advindas dos glaciáres, nos sopés da montanha, granitos com areias, sempre mesclados de argilas por todo o vale.
Estes solos pobres e pedregosos ajudam a fortalecer as parreiras, de este modo, obtendo-se vinhos concentrados e estruturados. Não sem motivo, no Valle de Aconcagua se cultivam majoritariamente variedades tintas; principalmente Cabernet Sauvignon, Syrah, Carménère e Merlot.
Passando à degustação, Francisco nos trouxe a informação que a primeira safra do Don Maximiano data de 1983, a do Kai, que significa planta, de 2005 e do La Cumbre 2001.
A linha The Blend, como o nome diz, um corte de Sangiovese, Petit Verdot, Cabernet Franc e Carmenère, descrito com o provável vinho Chileno mais Italiano do país.
1-Safra 2006:20% Cab Franc; 40% Sangiovese; 15% Carmenère e 25% Petit Verdot, passando 18 meses em barricas Fr 50% novas e demais de outros usos, com 14,5% de álcool.
Muita fruta no nariz, a madeira aparece, a cereja ao marasquino também.Equilíbrio em boca, confirma as frutas, e depois de algum tempo aparece um mentolado.
2- Safra 2007: 45% Syrah; 30% Cab Franc; 20% Carmenère e 5% Roussane, passando 16 meses em barricas 70% Fr e 30% Am, com 14% de álcool.
Mais lácteo no olfato, ameixas e outras frutas, confirmadas em boca que até parece doce.
3-La Cumbre Shiraz 2006: 97% Syrah e 3% P.Verdot, passando 18 meses em barricas novas Fr, com 14,5% de álcool.
Muita fruta, pimenta, especiarias e algo mineral.Em boca confirma frutas, gemada, amanteigado, ligeiro amargor final que não chega a incomodar, taninos presentes e macios.
4- Kai Carmenère 2007: 86% Carmenère; 7% P.Verdot e 7% Sirah, passando 18 meses em barricas 95% novas Fr, com 14,5% de álcool.
Elaborado para ser o melhor Carmenère do Chile, foi o meu preferido do painel. Olfato complexo e amplo, frutas, floral, lácteo e mineral. Confirma o lácteo e frutado em boca, ótima acidez, especiarias como cravo(aquele ardido desta especiaria), taninos presentes, enfim completo à meu ver. Não filtrado.
A linha Don Maximiano Founder’s Reserve, apesar de sempre levar no corte o maior percentual de Cab Sauvignon, lembra muito os bordaleses.
5-Safra 2007: 82% Cab Sauvignon; 6% Cab Franc; 6% P.Verdot e 6% Syrah, passando 20 meses em barricas novas Fr, com 14,5 % de álcool.
Muita fruta, os tostados aparecem, floral, especiarias, tendo este leque confirmado em boca, junto a taninos macios e boa acidez, é ainda jovem a meu ver, devendo se esperar mais uns dois anos para degusta-lo, foi meu segundo preferido do painel.
6-Safra 2008: 84% Cab Sauvignon; 8% Carmenère; 5% Syrah e 3% P.Verdot , passando 20 meses em barricas novas Fr, com 14,5 % de álcool. Devido às condições climáticas, esta safra foi colhida mais tarde que o normal, trazendo excelente maturação fenólica, segundo o enólogo, promete ser a safra memorável de Don Maximiano!
Muita baunilha, toffe, frutados e floral, algo cítrico confitado como os palitinhos de limão.Em boca confirma frutas, chocolate, taninos ainda meio secantes, dizendo que se espere mais para degusta-lo, abre menta e cerejas ao marasquino após algum tempo em taça.
Este vinho ainda não está disponível no Brasil.
Quem tráz estes vinhos é a Vinci Vinhos
www.vincivinhos.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão