Gosto de fazer experiências na área de enogastronomia, pois a arte da boa harmonização está em sempre pesquisar novas alianças.
Novos gostos, novas texturas, aliadas aos vinhos, que podem ser mais ou menos estranhos a uma primeira visão, quando juntos, me deixa enfeitiçado e, sob este mote aguçador de minhas papilas, estive em jantar japonês harmonizado com vinhos da vinícola d’Alessandro, uma empresa sediada na zona de Agrigento na Sicília.
Região situada em meio a sítio arqueológico tombado pela Unesco desde 1997, a vinícola, tem inicio em 2006, com o objetivo de usar as uvas autóctones da região, fazendo vinhos de maneira a utilizar as modernas técnicas de vinificação postas ao alcance dos vinhateiros hoje.
Quem importa os vinhos desta vinícola é a Wine Lovers, da linda amiga Cátia Betta, que tem como lema: Somos mercadores de vinhos.
Vejam abaixo
“Exploramos as maiores regiões vinícolas,
Visitamos centenas de plantações,
Conhecemos os mais talentosos e devotados produtores,
Homens e mulheres que dão duro e têm uma história para contar
Nós buscamos entre milhares de garrafas,
(E bebemos algumas!)
Até encontrarmos.
O vinho incomum, inspirador, acessível.”
Mas voltando aos vinhos, que foram apresentados pelo sommelier da importadora, e um dos responsáveis pelas harmonizações , o Vithor Cruz, degustei o d’Alessandro Inzolia 2010, com aromas de cereais, me lembrando a aveia, com floral evidente e mineral. Em boca os cereais aparecem, o mineral se confirma, um frutado cítrico e algo salino.Equilibrado em álcool de 12%, não passa por madeira.
Harmonizou com uma salada de pepino agridoce, algas marinhas, fatias de salmão semigrelhadas, flor de sal e azeite.
O d’Alessandro Grillo 2010, aromas florais, mineral, frutas cítricas, confirmados em boca, harmonizou bem com Sashimi de Iguarias, composto de salmão, vieiras canadenses, kúrague(água-viva) e shirauo(filhote de enguia), temperados com azeite de trufas brancas, limão siciliano e flor de sal.
D’Alessandro Nero D’Avola 2009, frutado e mineral, também harmonizou com o prato anterior, e com atum com enguia quente, sendo a enguia defumada e com molho agridoce. Aliás, o Grillo ficou ótimo também com este prato.
D’Alessandro Catarrato 2010, vinho frutado, elegante, com floral aparecendo em taça, mineral, tostados e balsâmico, sem passar por madeira. Confirmando as frutas, lembra o pomelo, o mineral e os tostados em boca, harmonizou com uma sequência de sushis contendo salmão com yuzu(limão japonês), atum, mongo-ika(lula japonesa) com sal negro vulcânico e mini polvo com óleo de gergelim. O Nero D’Avola também ficou bom com esta combinação de sushis.
Finalmente o d’Alessandro Nero D’Avola/Syrah 2008, com muita fruta, fumo de corda, algo de carne, chocolate e floral, mostrando em boca o chocolate, o frutado, o mineral sutil, harmonizou bem com beef Kobe.
Como vinho me agradou muito dentre os brancos o Grillo, mas o Catarrato estava perfeito, harmonizando bem com pratos diferentes.
Estes vinhos apresentam relação preço X qualidade impecável, pois variam de R$ 39,00 os brancos e o Nero D’Avola, o Catarrato R$65,00 e o corte R$75,00.
Os pratos foram todos do São Paulo-Tokyo Restaurante, onde o sushiman Mario Tucillo faz suas criações mesclando tradição e modernidade.
Wine Lovers
www.winelovers.com.br
Álvaro Cézar Galvão