Meninas e meninos,
Ouço sempre esta pergunta quando se trata de manifestação pessoal, ou seja, quando o gosto pessoal fala mais alto.
Porque fazer um Pinot Noir no Chile se na Borgonha os fazem tão bem, ou no Brasil os Merlot nem se compararam com os de Bordeuax ou mesmo no Pomerol, e porque então os fazem?
Primeiramente volto a repetir, e o farei quantas vezes for necessário, que tipicidade tem a ver com o local onde é vinificado o vinho, seja ele na Alemanha, Austrália ou Brasil, e ao menos eu, detesto comparar tipicidade entre um Merlot Italiano e um Pomerânio, ou um Cabernet Sauvignon Chileno e um Brasileiro e assim por diante.
Todos nós temos o direito de não gostarmos deste ou daquele vinho, desta ou daquela uva, mas creio que não tenhamos o direito de achar que estes que gostamos são os melhores do mundo e que em mais nenhum lugar do território vitivinícola, os seus pares serão ao menos parecidos em aromas e sabor. E não serão mesmo!
Isto parece novidade? Claro está que não serão iguais, e ainda bem que assim sejam.
Apesar de se utilizarem das mesmas leveduras de laboratório, e das mesmas cepas clones, o terroir que lhes dá a vida e a mão do homem, que os trata culturalmente e os vinifica será diferente, mesmo usando a mesma técnica, hoje ao alcance dos mais simples mortais que tenham acesso a um pingo de tecnologia advinda da nossa conhecida internet, globalizando tudo.
Gosto de vinhos, mais de uns do que de outros, de todos os lugares e de todas as cepas.
Tenho os meus preferidos, como todo mundo, mas, entendo o desejo do vinhateiro em fazer seus Tannat, seus Malbec, seus Sauvignons Blanc, seja onde estiverem geograficamente, contanto que estes sejam tecnicamente adequados, não me obrigando a gostar deles, mas reconhecendo seu teor técnico, sua boa vinificação e qualidade técnicas.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão