Meninas e meninos,
Faz alguns dias, uma das confrarias as quais pertenço, se reuniu para uma gostosa confraternização de final de atividades em 2010.
Faz alguns dias, uma das confrarias as quais pertenço, se reuniu para uma gostosa confraternização de final de atividades em 2010.
Temos tido o prazer de procurar harmonizar pratos Brasileiros difíceis, e temos conseguido, procurando fazer disso, um aprendizado enogastronomico.
Nesta última tivemos um prato natalino, um pernil de porco, nada diferente do tradicional e conhecido, mas tudo o que a Chef Mara Salles faz é diferenciado, sabemos disso.
À propósito dias depois ela ganharia um dos prêmios Paladar, na categoria Laboratório Paladar do Jornal O Estado de São Paulo com seu Chibé.Ainda bem que deixei para postar mais tarde noos encontro.
Mas antes devo dizer que nesta última degustação, eu estava mais interessado em ousar bastante e levei dois vinhos que foram colocados às cegas, como todos os outros.
Um espumante, o já várias vezes descrito aqui, Fausto Branco Brut, porém com a novidade de ser ainda do lote 01, estamos no 04, com um corte bem diferente, Chardonnay(50%) Merlot(45%) e Cabernet Sauvignon, e o maravilhoso Pinot Noir do ousado Marco Danielle, que estava comigo desde que foi tirado do tanque, ainda como amostra, e levado ao evento Paladar do ano passado, onde Danielle deu palestras e eu também.
Não foram os escolhidos como a melhor harmonização, pois é bom notar que um espumante mais evoluído, e um Pinot Noir sem sulfitos, seriam diferentes, e era isso que eu queria: mostrar diferenças, mas, diga-se de passagem, o Pinot estava impecável, apesar de precisar de um bom tempo para abrir, e o espumante, pudemos compará-lo com o lote 04, corte de Chardonnay e Pinot Noir, que a linda confrade Cristiana Couto também levou.
Como sempre digo, é degustando que se aprende!
Nesta última tivemos um prato natalino, um pernil de porco, nada diferente do tradicional e conhecido, mas tudo o que a Chef Mara Salles faz é diferenciado, sabemos disso.
À propósito dias depois ela ganharia um dos prêmios Paladar, na categoria Laboratório Paladar do Jornal O Estado de São Paulo com seu Chibé.Ainda bem que deixei para postar mais tarde noos encontro.
Mas antes devo dizer que nesta última degustação, eu estava mais interessado em ousar bastante e levei dois vinhos que foram colocados às cegas, como todos os outros.
Um espumante, o já várias vezes descrito aqui, Fausto Branco Brut, porém com a novidade de ser ainda do lote 01, estamos no 04, com um corte bem diferente, Chardonnay(50%) Merlot(45%) e Cabernet Sauvignon, e o maravilhoso Pinot Noir do ousado Marco Danielle, que estava comigo desde que foi tirado do tanque, ainda como amostra, e levado ao evento Paladar do ano passado, onde Danielle deu palestras e eu também.
Não foram os escolhidos como a melhor harmonização, pois é bom notar que um espumante mais evoluído, e um Pinot Noir sem sulfitos, seriam diferentes, e era isso que eu queria: mostrar diferenças, mas, diga-se de passagem, o Pinot estava impecável, apesar de precisar de um bom tempo para abrir, e o espumante, pudemos compará-lo com o lote 04, corte de Chardonnay e Pinot Noir, que a linda confrade Cristiana Couto também levou.
Como sempre digo, é degustando que se aprende!
Vejam o que o Ivo Ribeiro do Tordesilhas me mandou:
Os papa-chibé
“Em 2009 fomos a São Gabriel da Cachoeira, no Rio Negro, mais de 600 km de Manaus, perto da fronteira da Colômbia e da Venezuela. Uma cidade diferente, onde a grande maioria da população é indígena, o prefeito é indígena, o vice-prefeito é indígena, se fala 3 línguas – baniwa, o nheengatu (língua geral) e português; se planta muita mandioca e pimenta; se faz muita farinha e uma pimenta em pó chamada jiquitaia. Na feira os produtos vêm direto da roça ou da mata. Come-se a autêntica comida indígena – quinhanpira, beiju, mujeca, peixe moqueado, chibé. E foi por ela e pelos ingredientes inéditos que fomos até lá. Conhecemos a dona Brazi, uma índia baré forte, inteligente, articulada, vaidosa e excelente cozinheira. Mara e dona Brazi se deram muito bem. Um ano depois dona Brazi veio a São Paulo para o lançamento de um livro com o ISA (Instituto Sócio Ambiental), trouxe alguns ingredientes da Cabeça do Cachorro (como é conhecida a região, pelo formato do mapa) e aproveitamos a oportunidade para promover um jantar no Tordesilhas, onde Mara e dona Brazi conceberam e executaram um cardápio a quatro mãos. Muita gente bacana e curiosa estava presente, foi surpreendente em vários aspectos – tucupi preto, formigas, peixe moqueado, quinhanpira – sabores ousados e diversos do que nossos paladares domados e contidos estão acostumados. Um dos pratos que fez mais sucesso foi o chibé, uma entradinha bem fresca, originalmente um prato de subsistência dos índios, um ‘mata-fome’ mesmo, usado nas mais diversas situações, feito com farinha e água. Claro que Mara incrementou o caldo com algumas ervas amazônicas e um toque de pimenta fidalga ou murupi. Uma iguaria simples, mas cheia de contrastes, que combina o frescor da água fria, a acidez das ervas, a picância da pimenta e a crocância da farinha.
Qual não foi a nossa surpresa quando, ontem, dia 08/12/2010, o singelo Chibé ganhou uma das categorias mais disputadas do Prêmio Paladar 2010, do Caderno Paladar, do Estadão – a categoria Laboratório Paladar – , que aliás foi o veículo que trouxe dona Brazi a São Paulo pela primeira vez, há uns 3 anos atrás. Ficamos muito felizes com este prêmio, não só pela conquista, mas por poder revelar ao público uma combinação de inusitada e com outras nuances de sabor; por, mais uma vez, ver valorizada a promoção do habitual (para nós talvez nem tanto assim) a especial; e também por ser um prato de referência cultural, que parte do repertório das casas simples dos caboclos e das comunidades indígenas das florestas e cidades dos rincões do Brasil. Dêem uma olhada no Caderno Paladar que está nas bancas de hoje”.
Um abraço,
Ivo Ribeiro
“Em 2009 fomos a São Gabriel da Cachoeira, no Rio Negro, mais de 600 km de Manaus, perto da fronteira da Colômbia e da Venezuela. Uma cidade diferente, onde a grande maioria da população é indígena, o prefeito é indígena, o vice-prefeito é indígena, se fala 3 línguas – baniwa, o nheengatu (língua geral) e português; se planta muita mandioca e pimenta; se faz muita farinha e uma pimenta em pó chamada jiquitaia. Na feira os produtos vêm direto da roça ou da mata. Come-se a autêntica comida indígena – quinhanpira, beiju, mujeca, peixe moqueado, chibé. E foi por ela e pelos ingredientes inéditos que fomos até lá. Conhecemos a dona Brazi, uma índia baré forte, inteligente, articulada, vaidosa e excelente cozinheira. Mara e dona Brazi se deram muito bem. Um ano depois dona Brazi veio a São Paulo para o lançamento de um livro com o ISA (Instituto Sócio Ambiental), trouxe alguns ingredientes da Cabeça do Cachorro (como é conhecida a região, pelo formato do mapa) e aproveitamos a oportunidade para promover um jantar no Tordesilhas, onde Mara e dona Brazi conceberam e executaram um cardápio a quatro mãos. Muita gente bacana e curiosa estava presente, foi surpreendente em vários aspectos – tucupi preto, formigas, peixe moqueado, quinhanpira – sabores ousados e diversos do que nossos paladares domados e contidos estão acostumados. Um dos pratos que fez mais sucesso foi o chibé, uma entradinha bem fresca, originalmente um prato de subsistência dos índios, um ‘mata-fome’ mesmo, usado nas mais diversas situações, feito com farinha e água. Claro que Mara incrementou o caldo com algumas ervas amazônicas e um toque de pimenta fidalga ou murupi. Uma iguaria simples, mas cheia de contrastes, que combina o frescor da água fria, a acidez das ervas, a picância da pimenta e a crocância da farinha.
Qual não foi a nossa surpresa quando, ontem, dia 08/12/2010, o singelo Chibé ganhou uma das categorias mais disputadas do Prêmio Paladar 2010, do Caderno Paladar, do Estadão – a categoria Laboratório Paladar – , que aliás foi o veículo que trouxe dona Brazi a São Paulo pela primeira vez, há uns 3 anos atrás. Ficamos muito felizes com este prêmio, não só pela conquista, mas por poder revelar ao público uma combinação de inusitada e com outras nuances de sabor; por, mais uma vez, ver valorizada a promoção do habitual (para nós talvez nem tanto assim) a especial; e também por ser um prato de referência cultural, que parte do repertório das casas simples dos caboclos e das comunidades indígenas das florestas e cidades dos rincões do Brasil. Dêem uma olhada no Caderno Paladar que está nas bancas de hoje”.
Um abraço,
Ivo Ribeiro
Restaurante Tordesilhas-Mara Salles
http://www.tordesilhas.com/
Vinícola Tormentas-Marco Danielle
http://www.tormentas.com.br/
Pizzato
http://www.pizzato.net/
Até o próximo brinde!
http://www.tordesilhas.com/
Vinícola Tormentas-Marco Danielle
http://www.tormentas.com.br/
Pizzato
http://www.pizzato.net/
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão