Meninas e meninos,
Em mais uma degustação promovida pelos amigos da Grand Cru, a primeira que participei depois do retorno da lua de mel da eficiente e linda Camila, que assessora os amigos Caio, Nicolas e Fabiano, e claro a empresa, tive o prazer de conhecer os vinhos da Herdade da Mingorra.
Seu fundador, em 2004, concretizou o sonho de possuir uma adega, que fica nas terras quentes do Baixo Alentejo, próximo da cidade de Beja, onde há uma das mais antigas culturas vitícolas da região.
Não poderiam este se dar a outro mister que não os vinhos, pois seu nome trás a essência do fato: o fundador é o HENRIQUE UVA.
A Adega está devidamente enquadrada nos 1.400 ha de uma paisagem que chega a ser exuberante, tal é a diversidade de culturas e fauna, com várias bacias hidrográficas a funcionarem como autênticos oásis, onde a modernidade e a funcionalidade convivem, de forma indelével, com as técnicas mais tradicionais.
Quem nos apresentou os vinhos foi uma Uva (sem trocadilhos), a filha de Henrique, a bela Sofia Uva.
Começamos pelos brancos, um da linha de entrada, o Terras d’Uva Branco 2008, corte de Antão Vaz e Arinto na maior proporção, e Verdelho, muito frutado e flora, fácil de beber, e passamos para o Alfaraz Reserva Branco 2007, este já um vinho mais classudo.
O Alfaraz é como diriam os portugueses monocasta, ou seja, varietal de Antão Vaz, rico e com corpo médio, fermentado em barris, e com passagem posterior em grandes tonéis de 700 litros, de carvalho Francês, por 6 meses sobre as borras.
Frutas cítricas e secas nos aromas, e em boca confirma as frutas secas, boa acidez, e toques de casca de laranja aparecem.
Após algum tempo, abrem-se florais e as cascas de laranja também no olfato.
Vinho bom para a gastronomia, pois tem 13,5% de álcool o que pode combater alguma gordura e suculência nos pratos, harmonizando-se por contraposição.
Eu diria que carnes de porco assadas, peixes até alguns mais gordurosos como o nosso pintado assado, na hora em que estávamos degustando me lembrei da nossa dobradinha com feijões brancos, inclusive.
Nos tintos o de entrada Terras d’uva Tinto 2007, corte de Tricadeira, Aragonez e Alicante Bouchet, muito frutado, os Alfaraz Colheita Selecionada 2007, corte de Trincadeira, Afrocheiro, Alicante Bouchet e Touriga Nacional, já com 6 meses de madeira e o Alfarz Reserva Tinto 2005, corte de Afrocheiro, Alicante Bouchet, Sirah e Touriga Nacional, belo vinho, com algo mineral, talvez da Syrah, floral, especiarias, com os taninos presentes, mas domados, e após algum tempo figos em calda. Para harmonizações várias, como o cordeiro, caças como o javali, as minhas eternas amigas galinhas d’Angola (que são caça).
O Top apresentado é claro que agradou, o Uvas Castas 2005, uma brincadeira que já começa pelo rótulo, bi-partido, pois é 50% Alentejo com Aragonez, Alicante Bouchet, Afrocheiro e 50% Douro com Tinta Barroca e Tinta Roriz.
O interessante é que os vinhos são vinificados em separado, passam 6 meses em barris separadamente e depois 6 meses juntos, para depois estagiarem mais 13 meses em carvalho amadurecendo.
CLARO QUE DE UVAS A HERDADE DA MINGORRA ENTENDE!