Meninas e meninos,
Diante do título, podem já perceber que grata e deliciosa degustação, alguns primeiros privilegiados puderam ter.
Sim, pois acabam de chegar estes vinhos, de produção limitadíssima, e de importação idem, e que me encantaram.
Claro que antes de me encantarem, este efeito se fez sentir no Guilherme Correa, que os selecionou, e que juntamente com o Adolar, decidiram-se por tê-los no portifólio da Decanter.
Para muitos, incluindo a mim, foi uma enorme surpresa a qualidade e exuberância destes vinhos. mas antes, um apanhado da excelente demonstração que o amigo Guilherme nos proporcionou. Parte da antiga Iugoslávia, estes dois países de beleza mediterrânea paradisíaca são a nova sensação no mundo do vinho, e estão conquistando os profissionais da área e consumidores no mundo todo. Nos disse Guilherme que em Londres, os vinhos Eslovênios e Croatas são dos mais pedidos em importantes enotecas e restaurantes. O descritivo a seguir, foi extraído da apresentação que o Guilherme nos proporcionou quando degustamos os vinhos importados pela Decanter:
ESLOVÊNIA
Os celtas e ilírios, já elaboraram vinho antes dos romanos na região, que graças aos monges foi mantida a vitivinicultura durante a idade média.
A Eslovênia fez parte do Império Austro-Húngaro, e a partir de 1918 se tornou a antiga Iugoslávia. Em 1991 se tornou a primeira república independente, e desde 2004 integra a Comunidade Européia, tendo pós a 2ª Guerra Mundial a produção vitivinifera ficado na mão das cooperativas = volume, ainda que alguns grandes vinhos fosse, elaborados em Podravje.
Como em 1967 lançam selo de qualidade, algumas vinícolas privadas começaram a emergir na década de 70 e assumem posição de destaque na região, com leis inteligentes fiscalizadas, produtores ambiciosos e enorme potencial natural;
Área plantada de 24.600ha (muito fragmentada), produção anual 0,8 milhão de hl (3/4 de brancos), 5% exportada; 6º consumo mundial (37,34l);
Namizno vino (vinho de mesa); deželno vino PGO (vinho regional de uma região demarcada); e kakovostno vino ZGP (vinho de qualidade) e vrhunsko vino ZGP (vinho premium de qualidade).
A região de Goriška Brda é a maior porção do renomadíssimo Collio da Itália, uma terra de imensa vocação para grandes vinhos, com solos de marga calcária, e um clima moderado pelo sol e ventos mediterrâneos (onde os Alpes dão as mãos ao Mediterrâneo);
Apenas 18 hectares de vinhedos trabalhados naturalmente, há muitos anos sem emprego de nenhum fertilizante ou pesticida químico; 90.000 garrafas totais, em 3 linhas: Classic, Selekcija e Opoka, num estilo bem logrado entre o antigo esloveno, com longuíssimas macerações e exposição ao oxigênio, mas com o frescor e limpeza da enologia moderna.
CROÁCIA
Foram os gregos e fenícios que introduziram a viticultura nesta região do Adriático, que em fins dos séc. XX já era um importante produtor europeu de vinho. Hoje restam aproximadamente 61.000 hectares de vinhedos, para uma produção anual de 1,2 milhões de hl. O 10º maior consumo mundial (26,95l)
A Croácia interior (Kontinentalna Hrvatska) responde por 2/3 da produção do país e sua produção concentra-se nos brancos (em 90%): Riesling Itálico (Graševina), Gewürztraminer, Pinots, Chardonnay, Riesling, Furmint (Moslavac), Blaufränkisch (Frankovka), etc.
A Croácia costeira (Primorska Hrvatska) compreende as regiões da Istria, da Costa Croata e da Dalmácia. Na Istria ao norte predominam as castas bordalesas e as locais Teran e Malvazija. Na Costa Croata (Hrvatsko Primorje) reina a branca local Žlahtina.
Na Dalmácia nascem no entanto os grandes vinhos da Croácia, 70% da produção tinta. A Plavac Mali (Crljenak Kaštelanski x Dobričić) domina e gera vinhos grandiosos nos vinhedos Dingač e Postup na península de Peljesac. Brancos de Pošip, Grk e Bogdanuša também se destacam em ilhas como Korčula. A Crljenak Kaštelanski (Zinfandel) foi encontrada nesta região.. Possuem 400 uvas autóctones que estão ganhando espaço junto a castas internacionais.
A VINÍCOLA Korta Katarina nasceu para ser a melhor vinícola da Croácia, fundada por um casal americano, Lee e Penny Anderson, que participou da reconstrução do país após a guerra civil investindo na mais famosa região de tintos, na estupenda península de Pelješac croata (“grand crus” de Dingač e Postup), berço da uva Plavac Mali (Zinfandel x Dobričić). Na ilha de Korčula, terra da excelente uva Pošip, nasce seu grande branco (região de Čara);
A viticultura é totalmente natural e a vinificação emprega tecnologia de última geração, com longas macerações e períodos de amadurecimento;
Com tradição que remonta há 2500 anos, a Croácia vem descobrindo seu imenso potencial enológico, assentado sobre uvas autóctones;
A Croácia é a “nova Riviera”, o destino turístico mais cobiçado dos europeus no momento. Um paraíso mediterrâneo que inspira um conceito de “joie de vivre”.
Bem, vamos aos vinhos degustados:
MARJAN SIMČI -Eslovênia
Dois brancos para abrir a série.
1-Sivi Pinot 2009–Simčič-Goriska Brda 13,5% de álcool. Esta uva é a Pinot Grigio, de uma acidez incomum, aromas doces confirmados em boca, lembram floral e, mineral e especiarias.
2-Sauvignon Blanc Selekcija 2008–Simčič-Goriska Brda Nossa conhecida Sauvignon Blanc, que neste vinhos em nada se parece com o que já tenhamos degustado.Maravilhoso, vegetal, frutas e mineral aparecem logo, confirmados em boca, cítricos vão surgindo.Vinho com uma persistência inigualável, e uma resistência em taça invejável, pois até o final perdurou brindo especiarias, frutas confitadas, acidez ótima, para mim o melhor branco da mostra, a um preço interessante R$ 140,00.
3-Rebula Opoka 2007–Simčič- Goriska Brda 13,5% de álccol, tinto da conhecida italiana Ribolla, chega a ser untuoso depois de passar 23 meses em barris, divididos em grandes e pequenos, novos e usados.
4-Pinot Noir Selekcija 2008-Simčič Goriska Brda, um Pinot diferente e agradável, cheio de especiarias e florais.
5-Teodor Rdeče Selekcija 2006-Simčič Goriska Brda 14% de álccol, para mim o tinto mais impressionante do painel, e só não aparece na foto, porque o S.Blanc, além de ser branco, próprio para nosso clima, tem uma ótima relação preço X qualidade para estes raros e pouco importados vinhos. Complexo, frutas como ameixas se apresentam no nariz e em boca, especiarias, mineral, longo e agradável, Acidez pede gastronomia. Mescla de Merlot(85%) e Cab Sauvignon, mostra-se ideal para carnes, caças, massas com molhos vermelhos, longo e fino, ótimo.
KORTA KATARINA – Croácia
1-Pošip 2008-Korta Katarina- Ilha de Korčula, 13,5% de álcool, aromas cítricos e algo mineral.Intenso floral aparece, boa acidez.
2-Plavac Mali 2007-Korta Katarina –Pelješac o mais alcoólico de todos, 15,5%, lembrou para muitos algo de “peixe” como o molho sardela, ou anchovas, enfim lembra mar. Diferente, mineral e longo, algo de vegetal ou verdura amarga(me lembrou jiló) que eu gosto, e me fez sentir falta de te-lo ali fritinho em crispis para tirar uma prova de harmonização.
Não é todos os dias que podemos passar por experiências como estas, e agradeço muito aos amigos da Decanter por terem me proporcionado esta degustação.
Deanter
www.decanter.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão