Meninas e meninos,
Resolvi publicar na íntegra um pedido de meu amigo (o chamo assim mesmo sem conhecê-lo pessoalmente) Marco Danielle, o fotografo vinhateiro mais polêmico (o único) que conheço.
Já aqui neste espaço, publiquei minhas impressões sobre seus vinhos de autor, como ele mesmo diz, e posso afirmar que se não são do agrado de muitos, ao menos temos que admitir sua diferenciação perante a maioria dos vinhos existentes; tanto na maneira orgânica/biodinâmica de os vinificar, como nas características apresentadas desde os rótulos.
Eu, particularmente gostei de seus vinhos e já transmiti isso ao Danielle, à Madame do Vinho, minha amiga e sua fiel escudeira, em e-mail e em publicação que fiz ano passado.
Talvez não sejam vinhos que possam ser degustados por aqueles que procuram identificar as “igualdades” nas taças, mas merecem ao menos o direito ao experimento do novo.
Preços? Destes não falo quase nunca, quem me conhece sabe, estes deixo ao olhares e bolsos de cada um.
Permito-me chamá-los “colegas” não apenas por minha formação em Comunicação, mas por seguir acreditando que um país se constrói em equipe. Igualmente, creio que tenhamos uma relação profissional com o vinho, de certa forma. E creio que o desejo de que existam vinhos brasileiros excepcionais represente uma expectativa coletiva, e não o devaneio utópico de um produtor isolado e solitário.
“Sonho que se sonha junto é realidade”, dizia nosso Maluco Beleza…
Apesar dos caprichos do Tio Sam; da lei seca; das crises de todas as ordens; dos estoques de vinho comum encalhados pelo mundo; das promoções de vinho estrangeiro que enchem nossas caixas de e-mails; da baixa auto-estima do país; do preconceito e desinformação sobre o potencial do nosso terroir… O Projeto Tormentas segue obstinado em sua meta de elaborar vinhos brasileiros de exceção.
Das primeiras 500 garrafas do vinho de garagem lançado (há menos de três anos) ao empreendimento ousado que hoje conta com 20 hectares de vinhedos próprios e excelente reputação, nosso conceito se consolida a cada safra. Mas o que realmente me parece de utilidade pública informar é que nossos vinhos são livres de aditivos químicos, e alguns deles resumem-se apenas a uvas esmagadas – sem adição de leveduras ou mesmo do popular conservante INS 220. Propostas assim são raras no mundo, e creio que enófilo brasileiro mereça conhecer esta saudável opção de consumo. Para tanto, conto com o apoio dos senhores.
Quem sabe com este apoio ganhemos força para navegar contra a corrente da padronização industrial, no resgate da escola européia dos vinhos de terroir, mais complexos e menos alcoólicos, mais naturais e menos manipulados, rumo a um grande vinho brasileiro?
Aproveito convidá-los a visitar o novo site de Tormentas, que traz provavelmente o maior conteúdo informativo original disponível entre os sites de produtores do Brasil. São textos inéditos em resposta à maioria das dúvidas observadas nesses anos de relacionamento com a comunidade de enófilos.
Certo de ter encontrado a sua empatia,
Muito cordialmente”
Terras de Encruzilhada do Sul – RS
Terras de Campos de Cima da Serra – RS
(54) 91 05 07 12
http://www.tormentas.com.br