Todos nós, amantes do bem e bom comer e beber, estamos nos perguntando quem poderia ter sido o mentor da lei sêca no Brasil.
Claro que abusos são intoleráveis e imperdoáveis, mas neste país, onde temos perdoados atos muito mais abusivos, escabrosos, vindos de pessoas, que teóricamente teriam que nos dar exemplos de conduta moral, civilidade, e educação, sem contar com os atos espúrios e torpes que estamos cansados de ver sem os merecidos castigos, me atrevo a imaginar o porque desta lei árida de bom senso.
Transcrevo um artigo postado em outro fórum, o de enogastronomia, que transcreve o pensar do meu amigo Záckia.
Prezados senhores,
“Escrevo-lhes para tornar público meu protesto contra a insensata e hipócrita lei que, na prática, proibe o consumo de qualquer quantidadede bebida que contenha álcool para os motoristas de veículos.O consumo moderado de bebidas, como o vinho e a cerveja, por exemplo, fazem parte da cultura dos povos do ocidente há séculos e estão incorporadas ao ritmo de vida das pessoas civilizadas.Não se trata aqui de defender a liberdade dos beberrões, que colocam em risco a segurança das pessoas; trata-se de garantir o direito de, após um dia estressante de trabalho, poder sair para jantar com sua esposa, namorada ou amigo e poder tomar ao menos duas taças de vinho que seja.O limite de 0,1 miligrama de álcool por litro de sangue ( a lei anterior, que era sensata, falava de 0,6 miligrama ) é ridículo e impraticável. Estão tentando implantar um modo de vida que me faz recordar a “Prohibition Law” (Lei Seca) norte-americana, de 1920, que tantos males acarretou à sociedade dos Estados Unidos e que só nos deixou de bom os filmes de gangsters sobre Al Capone, Eliot Ness e outros tantos que vieram na sua esteira.Nem mesmo as gentis velhinhas, que voltam de seus chás à tarde, guiando cuidadosamente seus carros após degustarem dois ou três bombons recheados de licor, estão a salvo ! Elas também podem pagar pesadas multas e serem implicadas criminalmente por este “gravíssimo erro”. É revoltante que, em um país em que campeiam os mensalões, as falcatruas e o tráfico de drogas, nossos legisladores e homens públicos percam seu tempo com bobagens deste quilate. A sociedade tem que se opor a essa medida truculenta antes que seja tarde.Daqui a pouco vão exigir que as mulheres sejam cobertas por burcas com o pretexto de se evitar o contágio de doenças sexualmente transmissíveis.”
Aguinaldo Záckia Albert
Presidente da Confraria Degustadores Sem Fronteiras
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão