Meninas e meninos,
Por várias vezes tenho postado sobre este predicado que alguns vinhos Brasileiros, e quando a proposta do enólogo seja esta, se mostram íntegros por décadas.
Há os que também, apesar da proposta não ser de maior guarda, resistem muito bem aos anos, e por aí vamos.
Ainda ontem, na serra gaúcha, mais especificamente em Faria Lemos, na vinícola Dal Pizzol, tive oportunidade de degustar um vinho que está na vinoteca da vinícola, um Cabernet Sauvignon 1985, a pedido do jornalista Marcos Pivetta.
Não há rótulo, pois foram das garrafas reservadas para exatamente este acompanhamento, mas estava muito bom de ser degustado.
O vinho foi apresentado em muito boa companhia, do querido amigo Antonio Dal Pizzol, e do também não menos querido e amigo, o enólogo Dirceu Scottá, que o decantou para retirada de borras, e quase de imediato o serviu, para evitar maior exposição ao oxigênio.
Gosto de vinhos evoluídos, e para mim, foi uma agradável surpresa este Cabernet Sauvignon, que ainda por cima, prestem atenção, não passa por madeira!
Àqueles que dizem ser a madeira um potente protetor, aí está a prova que somente com as características físico-químicas, e organoléptico-sensoriais, podem os enólogos se aventurar a dizer ser este ou aquele vinho mais adequado à guarda.
Sua cor mais atijolada é claro que dizia ter idade, mas com os minutos ao ar livre, seu brilho e matizes rubi se estabeleceram.
Olfato no início tímido, logo em seguida mais exuberante, com geléias e compotas de frutas, a até um certo cítrico na compota de laranja.
Leve balsâmico, que aumenta com a aeração, e com a diminuição do frutado, com o tempo em taça.
Boca confirma frutas, o balsâmico, acidez ainda notada e taninos ainda presentes, sedosos, macios, mas ali.
Como todo vinho de mais idade é desfruta-lo logo, pois com o passar do tempo se esvaem os aromas, mas em boca continua bom, fácil de beber, macio e gostoso.
Novamente lembro que não são todos os que apreciam um vinho com mais idade, mas se tivesse um rótulo, daqueles emblemáticos franceses de Bordeaux ou Borgonha, ou mesmo Italiano da Toscana, creio que muitos o achariam esplêndido!
Dal Pizzol
www.dalpizzol.com.br
Até o próximo brinde!