Meninas e meninos,
Estive faz algum tempo em uma espetacular máster class sobre o terroir adequado refletindo a singularidade nos vinhos advindos dos diversos macro e micro fatores, como os climáticos, de solo e de cepas.
Como de costume, não posto muito próximo dos eventos que participo, por acreditar que a superexposição de textos, fotos e citações à época do que aconteceu, causa certo cansaço nos leitores, que temos que entender, muitos deles são neófitos, aprendizes ávidos, porém, ler sobre o mesmo tema muitas vezes, não creio seja o melhor.
Voltando ao tema, Altos Las Hormigas, vinícola muito conhecida dentro e fora da Argentina, busca com seus profissionais, cada vez mais os fatores que diferenciam naturalmente os vinhos que, vinificados em regiões distintas, apresentam certas características comuns ao que chamamos terroir, ou seja, um conjunto de fatores locais como o clima, o solo, a maneira de condução das parreiras, onde mais ou menos insolação, mais ou menos ventos interferem e mudam características, a cepa escolhida, o manejo durante o ciclo da videira etc…
Antes um pouco do que é a vinícola:
Em 1995, Alberto Antonini, vinicultor conhecido da Toscana, e Antônio Morescalchi, jovem empreendedor, buscaram conhecer as áreas de produção de vinhos em crescimento na América do Sul, e, se depararam com as vinícolas em pleno desenvolvimento nas elevadas altitudes e no clima seco de Mendoza.
O próximo passo veio com a aquisição de 206 hectares no município rural de Lujan de Cuyo.
Quando os vinhedos foram plantados em 1996, os trabalhadores se viram com colônias locais de formigas (hormigas), e se recusaram a envenená-las, passando então a buscar formas naturais para desviar a atenção delas das jovens plantas. Comentavam eles, que as formigas eram as proprietárias “reais” do local e pareciam cobrir uma área enorme e realizar grandes tarefas apesar do seu tamanho minúsculo.
Existe um ditado na Argentina: “un trabajo de hormigas” ou “um trabalho de formigas” que descreve um trabalho extenso realizado com humildade e paciência. Aceitando (ao invés de questionando) esse primeiro teste cultural, foi decidido que a propriedade deveria ser nomeada em homenagem às formigas que são trabalhadoras assíduas, têm espírito de equipe e são muito persistentes.
Passando adiante do tempo, já em 2008, teve início ao Projeto Terroir, filosofia implantada em todas as etapas da busca de solos propícios, ao vinho, reduzindo o uso de carvalho novo, nas práticas viticulturais, aplicando técnicas agrícolas precisas, incluindo um sistema de irrigação padrão, bem como uma fazenda orgânica e biodinâmica, mantendo o compromisso de buscar um vinho autêntico.
As ideias sobre produção de vinhos trazidas da Itália contemporânea são aplicadas ao conhecimento local e à viticultura argentina. A equipe fundadora com Alberto Antonini, que largou seu trabalho de produção de vinho na famosa Antinori para explorar o potencial que viu em Mendoza; Attilio Pagli, também vindo da Toscana para Mendoza; e Carlos Vazquez, um pioneiro na viticultura argentina. Antônio Morescalchi apresentou o Malbec argentino a um mundo que, há 20 anos, não conhecia nem o Malbec nem a Argentina como país produtor de vinho.
Passando a máster class apresentada por Leo Erazo, enólogo da Altos Las Hormigas, que apresentou seus vinhos com conceito de Terroir, feito em conjunto com o conhecido sommelier chileno Hector Riquelme, máster class ofertado pela importadora dos vinhos Altos Las Hormigas em parceria com a Eno Cultura.
Qual o futuro da Argentina vinícola? Se depender da Altos Las Hormigas, a resposta está na ponta da língua: “Estamos convencidos de que a próxima geração de vinhos da Argentina deverá refletir mais a área na qual são produzidos. Para tanto, deve-se dispensar mais atenção aos estudos do solo e entender o terroir de Mendoza. Acreditamos estar à frente desse movimento. Nossa visão é produzir vinhos singulares que sejam um reflexo da nossa crença inabalável: de que a escolha do local é o futuro da Argentina”.
A extensa pesquisa sobre esses solos de calcário resultou no mapeamento extenso e na classificação das áreas de cultivo de Mendoza, identificando os locais mais ideais e empolgantes. Os solos de Mendoza são aluviais e foram formados pela ação da água em movimento derivada do desgelo das montanhas dos Andes. Conforme viaja os Andes abaixo, a água arrasta diferentes elementos, depositando-os pelo caminho, e assim forma diversos solos ao longo dos anos. Cada solo distinto resulta em um vinho distinto.
Não quero ser mais extenso, e nem me aprofundar muito neste tema, pois o que realmente sempre importa para mim é a incrível sensação do “gosto ou não gosto”, expressa nas palavras de quem degusta os vinhos, com mais ou menos profundidade de conhecimentos, mas com o prazer de ter um vinho na taça.
Eu, particularmente gosto muito dos vinhos da Altos Las Hormigas, principalmente os de origem da região de Vista Flores, para o Malbec, mas considero o Colonia Las Liebres Bonarda, um exemplo de relação qualidade X preço das melhores do mercado.
A World Wine importa os seguintes vinhos da Altos Las Hormigas: Colonia Las Liebres Bonarda- Malbec Clásico-Malbec Terroir-Malbec Reserva-Malbec Appellation Vista-Malbec Appellation- Malbec Appellation Gualtallary e para saber mais e sobre os preços, consultem a World Wine por telefone nas Capitais: 11 4003-9463, ou demais localidades: 0800 880 9463, e também pelo site www.worldwine.com.br
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão