Meninas e meninos,
Mais uma vez esta semana, exatamente no primeiro dia da semana, o Domingo, alguém me perguntou sobre o que se vê constantemente ao abrir-se uma garrafa de espumante: o espocar.
Muito já escrevi sobre o tema, então resolvi publicar um texto que nos idos de 2008, instado por alunos, publiquei no Jornal Vinho & Cia.
Publico este post para ao mesmo tempo em que darei minha opinião sobre este tema polêmico, deixar clara minha posição.
Bem, todos os que gostam de vinhos, em especial dos espumantes, já ouviram falar que o espocar da rolha, com estardalhaço e quase sempre com o jorrar do líquido devido ao gás, é de mau gosto e errado.
Mas em ocasiões festivas não pode? Alguns renomados e conceituados enófilos acreditam que sim.
Mas eu vejo que nem tudo o que se vê fazer com os espumantes em comemorações, quase sempre esportivas, é correto, é mais uma liturgia do que qualquer outra coisa.
Se quiserem espocar seu espumante, bem o façam, mas saibam que não é justo e nem correto este ato para com o produtor e enólogo, que perderam um tempo grande justamente para com todo o zelo, guardar na garrafa este gás precioso que dá vivacidade e alegria ao vinho, e que se perderá em boa parte quando se abrir de qualquer maneira.
Há quem defenda que nestas ocasiões festivas o espocar não é condenável, mas eu, sou da opinião que o que está certo, o estará sempre, em qualquer ocasião, e o que não está, ou é considerado errado, ou quando muito, meio certo!
Polêmicas à parte, que não é minha intenção, o que custa aos consumidores de espumantes, abrirem-no sempre da maneira elegante e correta?
Reza a lenda que o espocar do Champagne, foi incorporado desde a época de ouro nos EUA, quando nos salões mais chics, o barulho do estourar das rolhas, mostrava o poder econômico de quem os servia na mesa, justamente chamando a atenção dos outros.
Coisa muito semelhante é hoje praticada nas boites mais caras e exclusivas, quando o Champagne é apresentado em séquito de garçons, com velas incendiárias e música própria. Ser elegante sempre é de bom tom, não se pode negar!
Nestas festas, degustem seu espumante preferido, vejam que sempre uso o termo degustar e não beber, pois a diferença é que na degustação, todos os sentidos, como o tato, visão, olfato, paladar e audição estão em alerta, de prontidão, não é só deglutir.
Espero ter ajudado.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão