Imagem destaque da matéria: Taça de espumante rosado da Aurora em plena natureza de Pinto Bandeira.
Meninas e meninos,
Viajar pelo Vale dos Vinhedos é uma alegria aos que amam gastronomia, vinhos e natureza.
As particularidades deste pedaço do Rio Grande do Sul, o estado que é o maior produtor de vinhos do Brasil, na gastronomia, na sua história de colonização majoritariamente italiana, nos passeios que as próprias vinícolas estão promovendo, para o enoturismo mesclado com a natureza exuberante, e com a gastronomia farta, aliada ao gentil modo de receber dos que habitam a região, está cada vez mais encantador e profissional.
Voltei de lá recentemente, região que me é muita cara, pois trabalho em prol dos vinhos brasileiros desde quando isto ainda era visto como loucura, devido aos poucos vinhos à época que de fato mereciam nossa aprovação. Mas nunca deixei de acreditar na nossa indústria vitivinícola e nas pessoas que conhecia cada vez mais e melhor, do seu grande potencial para enfrentar problemas e aprender com os erros dos países produtores há mais tempo, filtrando o que de melhor havia e há em tecnologia e conceito.
Nesta minha ida, com um grupo de jornalistas que, dificilmente teremos outros reunidos em uma turma tão boa e competente, além da consciência do dever transmitir as impressões, ávidos de captar os ensinamentos dos enólogos, dos chefs, dos programas de turismo, se encarregaram de transformar os dias em momentos mais divertidos e calorosos, isto sem contar o receptivo da assessoria que empreendeu a press trip, e que em nenhum momento deixou de prestar os esclarecimentos sobre a programação e fazer o link com os envolvidos.
Mesmo para mim, acostumado aos encantos do Vale dos Vinhedos, foi uma agradável surpresa ver que as vinícolas estão dando muita atenção ao enoturismo, fazendo dele uma ferramenta poderosa de aprendizado para o turista sobre os vinhos, seus benefícios à saúde, ao sentimento gregário, à sustentação da indústria de insumos, mão de obra, enfim, da cadeia produtiva como um todo, tornando mais lúdica a visita, o aprendizado.
Falar de gente é para mim fácil, pois conheço por lá uma enorme quantidade da mais preciosa espécie, mas vejam um pequeno roteiro que poderão seguir os interessados em visitar a região; mas aviso, não vou esmiuçar muito cada atividade, pois o encanto de passar pelas experiências e atividades, não os quero diminuir.
A vinícola Miolo, em Bento Gonçalves, tem além da visitação e degustação de seus ótimos vinhos, um programa que é o Wine Garden, um piquenique em plenos jardins da empresa com muitos petiscos e bebidinhas, programa para toda a família.
A Dal Pizzol Vinhos Finos, esta então, tem que ser visitada em um dia inteiro, pois as atrações são muitas, e uma delas é a degustação às cegas, que juro, mesmo tendo alguma experiência, me fez voltar ao início de minha caminhada, um neófito como tantos outros que passaram, e irão passar por esta atividade. A visita ao Ecomuseu da Cultura do Vinho é outra atividade imperdível, nos apresenta a cultura como elemento de maior importância para o entender a história, seja dos vinhos, seja das pessoas, e a trajetória dentro deste cenário.
Em Pinto Bandeira, munícipio bem novo em emancipação, visitar Vinícola Aurora, esta que é a maior produtora de vinhos do Brasil, em suas instalações para o turismo, recuperadas em uma casa colonial revestida em pedras de basalto, onde com o devido agendamento se poderá comer um belo churrasco, além de se estar meio à paisagem deslumbrante, como diz alguém, “Não tem preço”.
Ainda em Pinto Bandeira, a Vinícola Geisse está com um passeio em um veículo 4X4 que transita em meio à reconstruída em plena mata, a rota que os primeiros imigrantes utilizavam, e nos leva a um parador onde uma cachoeira exuberante e um balde com espumantes espera os turistas.
Ainda sem sair de Pinto Bandeira, a Vinícola Don Giovanni, que tem uma maravilhosa estrutura que consta inclusive com uma pousada, te leva ao por do sol em meio ao parreiral, num mirante lindo e muito bem preparado inclusive com WiFi, seguido de degustação, sempre lembrando que estas atividades têm que ser agendadas.
Já em Garibaldi, a Capital Brasileira do Espumante, na Vinícola Peterlongo, centenária, aliás, e responsável por elaborar o primeiro espumante brasileiro e, com isso, dar início a história da bebida no Brasil, trás uma novidade este ano, isto sem contar com as degustações harmonizadas que podes ser agendadas, pelo passeio pelas caves. A novidade é o piquenique no pátio do castelo durante o Wine Movie, que vem a ser uma sessão de cinema ao ar livre, como era costume décadas passadas, com pipoca, espumantes e vinhos, não é um luxo?
Só lembrando, todas estas vinícolas são detentoras de inúmeros prêmios dentro do Brasil e fora dele, é só consultar e verificar o quanto a qualidade destas bebidas vinificadas nas vinícolas mencionadas é reconhecida.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão