Meninas e meninos
Vegan Wine? Vinhos vegano? Pode isto? Vinho vegano: como identificar e diferenciar estes dos demais vinhos que consumimos.
O dia nacional do veganismo, sim temos um dia para o veganismo, já passou, foi dia 1º de Novembro, mas o vinho que degustei, chegou depois, sem que com isto, tenhamos prejuízo na avaliação.
Difere de um vinho não vegano? Não sensorialmente, mas sim conceitualmente. Para quem segue a orientação vegana, ou seja, não consumir nada proveniente de origem animal, muitas vinícolas têm se preocupado em declarar que não utilizam produtos e subprodutos que firam o conceito vegano.
A Wine .com.br publicou sobre este tema. Pois em seu catálogo, vários vinhos seguem a orientação vegana, e eu degustei um deles, o Yalumba The Y Series Cabernet Sauvignon 2018-Vegan Wine.
O mundo dos vinhos é surpreendentemente recheado de surpresas. Um grande dilema sobre a produção de vinhos é entender que, se eles são elaborados a partir da fermentação da uva, como pode ser que nem sempre sejam vinhos veganos? E uma pessoa vegana pode tomar vinho?
A primeira delas é saber que mesmo o vinho sendo feito apenas com uvas, algumas etapas da sua produção incluem o uso de produtos de origem animal, por isso, não são todos os vinhos que são veganos.
Alguns produtos animais podem surgir no vinho e embora a quantidade dessas substâncias seja encontrada em menor grau, para alguns veganos o conceito é importante, já que a maioria segue esse estilo de alimentação não apenas pelo consumo propriamente dito, mas como um estilo de vida, ética e preocupação pelas causas ambientais.
O que muita gente não sabe é que nem todo vinho é considerado vegano. De fato isso acontece porque alguns procedimentos de clarificação da bebida podem utilizar componentes de origem animal. Em linhas gerais, existem 3 etapas importantes para entender:
Clarificação
Essa etapa consiste em retirar os resíduos sólidos que se formaram durante o processo de produção, para clarificar o vinho, tornando-o límpido. Para isso, são adicionadas substâncias que atuam como um imã, atraindo as impurezas em suspensão para que precipitem no fundo do tanque. Esses produtos, normalmente, são de origem animal, como caseína (proteína do leite), albumina (proteína do ovo), clara de ovo, gelatina animal e isinglass (cola de peixe).
Filtragem
Antes de ser engarrafado, o vinho é filtrado para que todas as impurezas capturadas pela clarificação fiquem no tanque. Nesse processo pode ser utilizado gelatina animal.
Amaciamento dos taninos
Para ajudar no processo de amaciar os taninos e reduzir o amargor, principalmente, em vinhos jovens ou de colheita precoce, há produtores que recorrem à inserção de albumina e sangue animal.
É importante saber que nem todos os vinhos passam por esses estágios rigorosamente. E, mesmo entre os que passam, há produtores que usam produtos minerais. A utilização desses produtos de origem animal não é obrigatória e, inclusive, muitos países estão restringindo algumas dessas substâncias, como é o caso do sangue, proibido na França e Estados Unidos.
Porém, como não há obrigatoriedade de informar se o produto é vegan friendly, nem sempre é fácil identificar se o produtor utiliza ou não essas substâncias. Outra questão é que algumas regiões vitivinícolas exigem a certificação para que o produto seja rotulado como vegano. Essas certificações, muitas vezes, são caras e burocráticas, impossibilitando a aquisição por alguns produtores, sobretudo, os menores.
A Wine.com.br tem outros vinhos veganos também.
Yalumba The Y Series Cabernet Sauvignon 2018-Vegan Wine.
Visual
Vinho com coloração rubi, ainda novo.
Olfato
Olfato com frutas negras e vermelhas que costumo chamar de bosque ou silvestres, pois parecem mais ácidas. Alguma sutil especiaria, apesar, que o vinho não estagia em madeira.
Em boca
Em boca confirma o frutado, as especiarias, boa acidez, taninos macios e álcool de 14% bem integrado.
Bom vinho e apesar de vir de muito longe, da Austrália, tem um preço convidativo que anda ao redor dos R$110,00 no site da Wine.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão