Meninas e meninos,
Volto a dizer que muitos, ou melhor, a maioria dos textos que escrevo, referem-se a minhas experiências na atividade de consultor e jornalista especializado em vinhos, gastronomia e turismo enogastronômico.
Não há uma ordem cronológica nestes textos, e nem a obrigatoriedade de escrevê-los, muito menos de posta-los assim ou quase simultaneamente ao fato gerador.
Creio que fazendo como tenho feito a visualização destes eventos se torna mito maior e menos cansativa.
Minha ligação de respeito e de amizade com os vinhos da Miguel Torres vem de longa data.
As pessoas que estão à frente do Grupo Torres, as pessoas que estão encarregadas de importar para o Brasil, e distribui-los, os enólogos, tanto da Espanha como no Chile, me são muito caras, e torna meu trabalho, sim é um trabalho, muito difícil.
Difícil porque todos os rótulos e de todas as partes do mundo onde o Grupo Torres vinifica seus vinhos, seguem duas máximas: a primeira de Don Miguel Torres, que para se fazer um bom vinho, há de se ter vários ha, podendo-se assim escolher as melhores parcelas.
A segunda é que “Quanto mais cuidamos da terra melhor vinho conseguimos”, e é o que o grupo tem praticado com todas as mudanças e implementações para suportar o aquecimento global, e em consonância com as melhores práticas, executar uma agricultura ecologicamente correta e sustentável.
Há também um fantástico trabalho de pesquisa e recuperação genética de plantas autóctones, com resultados incríveis, como os três vinhos trazidos na mala e provados neste almoço, com uvas como:
-Forcada, um branco muito floral, com aromas de cereais, e palato equilibrado.
-Moneu, tinto com frutado e chocolate no olfato e no palato.
-Pirene, tinto com café, chocolate, bombom ao licor, mineral, tudo confirmado no palato e dos três apresentados meu favorito.
Os vinhos apresentados com o cardápio preparado por Salvatore Loi são nossos conhecidos e todos muito bons, e fiz minhas escolhas em harmonização.
Para o antepasto o Fransola 2013, corte de S. Blanc(90%) e Parellada, que com seu fantástico mineral e frescor harmonizou muito bem com um inovador tartar de carne com pinolis, pesto de castanha de caju e ovas de truta, que por sinal, foi unanimemente aplaudido.
Primeiro prato, o Milmanda 2012 Chardonnay, harmonizou com o bacalhau cremoso, provola e tapenade de azeitonas mistas.
No segundo prato, o Gran Coronas 2012 Reserva, corte de Cab.Sauvignon(85%) e Tempranillo com a lasanha ao ragu de vitela, trufas pretas e fonduta de Grana Padano levou ao grau máximo a harmonia do trufado e amido da massa com o vinho.
No prato principal, Fiquei na dúvida e escolhi dois, o mesmo Gran Coronas e o Salmos 2013, corte de Garnacha tinta, Syrah e Cariñena, que acompanharam bem o cabrito ao forno, recheado com linguiça e erva doce, servido com batatas cremosas.
O excelente vinho Mas La Plana 2011, um puro sangue Cab. Sauvignon, potente, gêneros e equilibrado, serviria com coringa para molhos mais fortes, carnes vermelhas em variadas cocções, carnes de caça, tanto de pelo como de pena, queijos mais curtidos etc…, mas preferi, e me desculpem os puristas, degustá-lo solo, absorvendo em pequenos goles, sentindo todo o potencial de envelhecimento que tem, e que o deve levar a uns 15 ou mais anos adiante com corpo, acidez e taninos em equilíbrio preservados.
Para a sobremesa o inconteste Floralis Moscatel Oro, que tem sua fermentação cortada com os famosos e estupendos brandy da Miguel Torres, que também foi servido aos partícipes deste espetacular contubérnio.
Quero apenas agradecer as fantásticas experiências que a Devinum, que importa e distribui os vinhos do Grupo Torres, ao querido amigo Miguel Torres Maczasseck, filho do não menos querido e cavalheiro Dom Miguel Torres.
Para sempre melhor saber sobre estes e outros vinhos do grupo Miguel Torres, entrem aqui para Espanha e grupo
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão