Meninas e meninos,
Cada vez mais me perguntam sobre a vantagem de se investir em vinhos de guarda e de bom caráter, se isto poderá realmente ser um bom negócio nos dias atuais.
Permito-me aqui transcrever um texto do mestre Ennio Federico sobre investimento em vinhos.
Há muitos e bons vinhos em guarda de pessoas que sabem como tratar os mesmos da melhor maneira para se conservarem íntegros.
Quem sabe poderemos em breve chegar a poder comprar estas raridades que estão em poder de wine experts!
INVESTIMENTO EM VINHO É UM BOM NEGÓCIO SE FOR BEM CONDUZIDO
“Investir em qualquer coisa é arriscado. Compra-se para vender depois. Há dezenas de tipos e formas de investimento principalmente no mercado financeiro. O resultado é incerto e depende de muitas variáveis alheias do investidor para que no momento da venda, qualquer que seja o motivo, ela tenha sido lucrativa.
As decisões de comprar ou vender são muitas vezes tomadas por recomendação de profissionais que acompanham esses mercados extremamente dinâmicos, ou seja, pode-se até ganhar ou perder muito dinheiro de um dia para o outro.
Há um tipo de investimento, porém cujo resultado leva anos para ser conhecido e depende exclusivamente do conhecimento do investidor, sem intermediários: o investimento em vinhos.
Quem nunca pensou nisso e ficou interessado é bom saber que isso não vale para qualquer vinho. Somente os de guarda, das melhores regiões e de safras excepcionais ou clássicas.
Para valoriza-los ao longo dos anos, além de bem guardados e com rótulos intactos, é fundamental terem sido pontuados com notas acima de 90 por especialistas com credibilidade mundialmente reconhecida.
Garrafas dos mais prestigiados Chateaux de Bordeaux e Borgonhas dos grandes produtores são as mais indicadas, mas elas começam a ter alguma perspectiva de lucro a partir de uns 15 anos da safra.
A compra de garrafas destinadas a investimento é normalmente feita no lançamento. Deve ser baseada numa previsão preliminar da qualidade da safra fornecida pela mídia especializada.
Depois é só aguardar que essa previsão se confirme e que respeitados degustadores deem sua opinião sobre os vinhos adquiridos.
Quanto maior a nota, melhores serão as expectativas de ganho com a venda desse patrimônio “líquido”.
Um problema que ainda existe no Brasil é onde vender quando chegar a hora ou precisar. Os importadores não recompram e o bem não é papel negociável em bolsa, é físico, a alternativa é oferecer para pessoas conhecidas e que nem sempre dá certo.
Já há alguns anos começaram a surgir leilões de vinhos organizados por pessoas ligadas ao tema.
Inicialmente eram leilões físicos que demandavam grande trabalho para visitar as adegas, selecionar e avaliar as garrafas, contratar um leiloeiro, providenciar catálogo, local para exposição, divulgação e estrutura completa para o dia marcado com duração de poucas horas, sem mencionar as providências do day after.
Mais recentemente organizaram-se leilões virtuais pela Internet, muito mais fáceis de montar e abertos para lances por até 15 dias.
O fato é que ainda estamos longe de oferecer ao investidor em vinhos condições para que ele coloque suas garrafas à venda na hora que quiser e tenha publico comprador pronto para arremata-las.
De qualquer maneira quem investir em vinho sempre sai ganhando: vendendo com lucro terá sido um bom investimento; se não vender, na pior das hipóteses terá excelentes garrafas para abrir e beber com amigos”.
Ennio Federico
Faço minhas, as palavras do querido amigo e mestre, acrescento, porém, que nos dias atuais, há de se ter muito mias cuidado com este tipo de investimento, pois as falsificações rondam os enófilos no mundo todo, as crises mundiais repetidas também.
De toda sorte, como sempre digo em minhas aulas, como piada: vinho é o único investimento que oferece “liquidez”!
E para que não digam que me esqueci, os vinhos da foto, tomeio-os todos com um grupo privilegiado de enófilos, e o Verdelho Solera 1870, ainda guarda seu perfume e paladar comigo!
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão