Meninas e meninos,
Vinícola Terra Nossa é um dos muitos projetos vitivinícolas que estão pipocando por este Brasil afora. Muitos dos terroirs escolhidos são capazes de causar incredulidade, em estados da união, que antes nem pensavam em plantar uvas e elaborar vinhos.
A grande responsável por este arrojo dos novos vitivinicultores destas regiões é a técnica de inversão do ciclo-chamada de dupla poda. Esta técnica consiste em “adiar” a colheita que nas parreiras de viníferas é no verão. Como? Podando-as mais uma vez já em Janeiro, forçando a planta a recomeçar seu ciclo produtivo, que culminará com as frutas madura no Outono-Inverno.
Com isto, os vinhateiros têm menos problemas em decorrência das chuvas, normais no verão brasileiro. Plantas mais saudáveis, com bom nível de açúcares, resultando em bons vinhos elaborados com estas frutas.
“Fazemos a colheita em Julho, quando não há chuvas, que prejudicam a qualidade das uvas”, explica o enólogo chileno Cristian Sepúlveda da Vinícola Terra Nossa. Sepúlveda está junto a outros parceiros e projetos em diversas regiões do Brasil.
A Vinícola Terra Nossa se situa em Santo Antônio do Jardim/SP, e um dos objetivos é atender empresas e projetos em todo o território nacional. Só para citar alguns, pois são muitos, e para vermos a diversificação de terroirs, vejam Projetos parceiros:
Casa Verrone – Itobi/SP
Parzziale – Espirito Santo do Pinhal/SP
Pedro Testa – São Sebastião da Grama/SP
Vinícola da Torre – Amparo /SP
Vinícola Monte Castelo – Jaragua /Goiás
Vinícola Pioli-Jacutinga/MG
O vinho que degustei da Vinícola Terra Nossa foi o Clássico Syrah 2018. Corte de 92% de Syrah e 8% de Viognier. As duas cepas foram plantadas juntas e juntas são colhidas. Sistema de inversão de ciclo, ou dupla poda. As parreiras foram podadas na lua Nova de Fevereiro e colhidas na lua Nova de Julho.
Vinificadas com 30% dos engaços, e piseage- o ato de empurrar e revolver as cascas das uvas do mosto que sobem para a superfície devido ao gás liberado na fermentação. Disse-me o enólogo preferir este processo que é bem delicado, pode ser com pás, ou mesmo em pequenas quantidades, como antigamente, “pisando” e revolvendo o mosto.
O vinho estagia por barricas francesas por 15 meses, sendo 30% delas novas e as demais de 2º, 3º e 4º usos. Álcool 14,5%. No visual tem cor violácea, sem denotar idade, límpido e muito brilhante. As barricas têm tosta média.
No olfato uma surpresa, um cítrico que me lembrou a Ginja ou cereja ácida, também conhecida como Amarena- aquela cereja silvestre famosa em Portugal pela bebida ginjinha, um licor desta fruta. Frutado bem maduro, como ameixas e especiarias se abrem depois, sempre lembrando acidez, dulçor, picância, como o cravo, e noz moscada. Em boca o cítrico se confirma, o frutado maduro, as especiarias, um final de boca aveludado e persistente, e ligeira mineralidade, lembrando grafite. Com o tempo em taça surge floral lembrando a florada silvestre, Taninos bem redondos, equilibrado em acidez e álcool. Vinho ótimo para a gastronomia, pois tem dois fatores interessantes, álcool e acidez.
Belo vinho, aguardo a oportunidade de visitar a Vinícola Terra Nossa, e degustar outros vinhos.
Para contatos, o site da Vinicola Terra Nossa mostra as mídias sociais Facebook e Instagram além de telefones:
19 9 9272-6807 / 19 9 9996-1717
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão