Meninas e meninos,
Polenta mole com ragu de cogumelos e vinho Casa Geraldo Cabernet Sauvignon 2016. Harmonizar gastronomia e vinhos para mim é um prazer imenso. Ver como podem ficar melhores os vinhos e a gastronomia somados é lindo. Claro, por vezes não acerto, mas via de regra, não tenho tido problemas.
Harmonizar, como já disse umas mil vezes, começa com o ambiente e os convidados, estes têm que estar em harmonia. Depois, em separado, temos que gostar do prato e do vinho. Nada adianta tentar harmonizar um vinho que não se goste, ou uma gastronomia que não seja agradável. Vai dar errado! Chega de regras, pois a regra maior é gostar do que se come e do que se bebe!
Pensar nas texturas tanto do vinho quanto do prato, igualar corpo- se leve ou pesado- de ambos, aromas mais simples ou complexos. Depois pensar no básico, ou seja, se o prato tem untuosidade, precisamos de acidez no vinho, lembram-se do limão espremido no torresmo?
Carnes mais firmes e untuosas também pedem vinhos mais alcoólicos, por isto a dupla, vinhos e costela bovina é imbatível quando se harmonizam. Ao contrário, pratos leves como, por exemplo, peixes de carne branca como o linguado, pedem vinhos com boa acidez-lembrem-se do limão no peixe- e álcool comportado.
Voltando ao prato que fiz, uma polenta mole com um fubá especial que parecia talco de tão fininho, como queria fazer também um ragu de cogumelos, precisava de um vinho que fosse de encontro ao sabor terroso e umami dos fungos.
Por causa do amido do fubá, também precisava de um vinho que me desse estrutura, então juntei as peças e escolhi um Cabernet Sauvignon brasileiro, da Casa Geraldo e com 13º de álcool. Os taninos não poderiam influir na leveza da polenta, então a safra foi uma mais velha, no caso 2016 e com passagem por madeira, o que suaviza os taninos com o tempo.
O vinho com aromas de frutas vermelhas e negras já em geleias, um sutil picante da pimenta do reino, que harmonizou bem com o merken que coloquei no ragu, ótima acidez, taninos macios, longo.
Tudo bem quando acaba bem, não é mesmo? Não sobrou nada nem do prato e nem da garrafa do Casa Geraldo Cabernet Sauvignon 2016 para contar história.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão