Meninas e meninos,
Enclos du Wine Hunter quem já ouviu falar? e Bordeaux Supérieur?
Sempre digo que o que vale na indicação de qualquer produto, no caso um vinho, quem indica é fundamental. Ter experiência para poder atestar é a chave de ouro. Com o meu amigo de tantos anos Vicente Jorge, tenho total confiança nas indicações.
Anos mais tarde, devido à profissão de wine Hunter, um caçador de vinhos literalmente, o Vicente Jorge conheceu o Manu Brandão, não menos expert em vinhos, e estes dois são os responsáveis pela família de rótulos Enclos du Wine Hunter.
Decidiram os dois então que era chegada a hora de participarem de um projeto seu, na França, em Saint-Emilion, onde são participativos desde a escolha das uvas, até sua elaboração, assim nasceu o projeto Enclos du Wine Hunter.
Antes uma pequena observação, sem ser muito longa:
O que são vinhos Bordeaux genérico?
São aqueles vinhos da região de Bordeaux que podem ser elaborados com uvas de toda a região, havendo uma pequena distinção entre AOC Bordeaux e Bordeaux Supérieur.
O que distingue um rótulo do outro é o grau alcoólico meio ponto a mais nos Bordeaux Supérieur e uma quantidade de parreiras/hectare menor, que é o caso deste Enclos du Wine Hunter que degustei.
Sabem o que significa ENCLOS?
Em tradução livre, meu cantinho, meu recanto, meu lugar, já que vem seguido do Wine Hunter.
Vamos ao vinho.
O Enclos du Wine Hunter Bordeaux Supérieur 2018, foi um regalo que amigo Vicente me ofertou, junto a um muito bem confeccionado boné da marca. O vinho tem no rótulo a paisagem do “cantinho” do vinho.
O vinho precisou de um tempo em taça para se expressar melhor. Visual rubi, ainda mais para o escuro, quase com tons violáceos, a depender da luminosidade. Corte de Merlot 60% e Cabernet Sauvignon 40% e com 20% do vinho com passagem por barricas, de carvalho francês, é claro.
Aromas que chegam rápido são os defumados lembrando café torrado, vim perceber depois, que eram aromas de caramelo queimado. O caramelo vai se suavizando para o adocicado, isto é mágico nos vinhos.
As frutas finalmente chegam, seguidas de um frescor que me lembrou cânfora. Em boca ótimo frescor, nada a ver com o canforado, mas sim com a ótima acidez. Equilibrado com acidez, álcool em 13,5% e taninos, estes ainda bem presentes, mas bons.
As frutas surgem, algumas especiarias picantes, quem sabe pimenta do reino, e final de boca com ligeiro amargor que em nada atrapalha o vinho. Em minha opinião, o vinho ganhará muito com mais uns três ou quatro anos.
Harmonização.
Devido ao picante, lembrei-me imediatamente de um prato, o filet au poivre.
Obs: Todas as vezes que degusto um vinho, tenho por premissa refresca-lo e depois vou observando com o esquentar em taça, suas nuances olfato-gustativas. Apreciei muito mais com o vinho mais para uns 18-20ºC do que mais fresco.
Enclos Du Wine Hunter
@manuwinehunter
@vicentewinehunter
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão