Meninas e meninos,
A Agricola Felline, na degustação da Decanter, apresentou os vinhos Anarkos, Archidamo, Zinfandel e Dunico. Todos com a uva Primitivo di Manduria em pureza ou em corte como o Anarkos que leva também Negroamaro e Malvasia Nera.
A Decanter é quem importa os vinhos da Felline. O nome da vinícola advém de uma lenda de um povo que vivia próximo às praias da Manduria. Este povo e seu rei, Fellone, foram curados de um surto de lepra por Pedro, que viria a ser o primeiro papa da história.
Com os variados solos da Puglia, os vinhos da Felline são elaborados pela equipe enológica comandada por Gregory Perrucci. Por exemplo, o Archidamo surge da Primitivo de solo avermelhado. No solo negro a Zinfandel. No solo arenoso, raro em ter ainda a Primitivo o Dunico.
Na degustação, pela ordem escolhida por Tiago Locatelli , fomos brindados com excelentes vinhos. Abaixo algumas considerações sensoriais minhas, não sem antes anotar que o enólogo e sua equipe utilizam leveduras nativas. Todos os anos escolhem as melhores parcelas das parreiras, e de lá selecionam as leveduras que utilizarão em todas as vinificações. Também as recomendações sobre a temperatura de serviço feitas pelo Tiago: Anarkos 2018: 16° C; Archidamo 2018: 18° C; Zinfandel 2017: 18° C; Dunico 2016: 18° C.
1-Anarkos 2018, um IGT Puglia. Corte de 60% Negroamaro, 30% Primitivo e 10% Malvasia Nera. Não passa por madeira. Cor rubi, olfato com um frutado elegante com frutas negras mais maduras, algumas especiarias e floral. Em boca confirma o frutado, equilibrado em acidez, taninos macios e álcool em 13%. Aparece um licor de frutas em final de boca encantador. Vinho muito gastronômico. Gostei muito, e o elegi como primeiro do painel também pela boa relação preço X qualidade.
2-Archidamo Primitivo di Manduria 2018, um DOC com 14% de álcool bem integrado. Cor rubi mais escura que o anterior, exala geleia de frutas negras, chocolate. Em boca confirma a geleia, o chocolate, este proveniente do estágio por 6 meses em botti de carvalho. Surge um gostoso caramelo queimado em final de boca com seu amargor característico, que não perturba.
3-Primitivo di Manduria Sinfarosa 2017, no rótulo Zindandel. Um DOC também. Sua cor rubi escura é bem brilhante. Aromas de frutas vermelhas, especiarias picantes e fumo de corda. Em boca é equilibrado com acidez ótima, surge um xarope de groselha, taninos ainda presentes, mas macios, e álcool de 15%, que não atrapalha no equilíbrio. Estagia 6 meses em botti de carvalho francês e americano na média 50%/50%.
4- Dunico Primitivo di Manduria 2016. Também um DOC, este tem estágio em botti de carvalho francês por 12 meses. Cor rubi escura, brilhante. Olfato com frutado lembrando cerejas ao marasquino, figos em passa, groselha, e sutil canforado. Em boca o frutado se confirma, especiarias doces, o licor e o canforado refrescante. Equilíbrio total com surpreendente álcool em 16%, perfeitamente, taninos presentes, mas ótimos, a madeira velha, mas limpa. Alguma mineralidade expressa no salino aparece depois de tempo em taça. Vinho poderoso, de guarda. Parreiras com 60 anos em pé franco, ou seja, sem cavalo ou porta enxerto em plena areia muito próxima ao mar. Plantadas em alberello ou cabeza, ou vaso, vinho surpreendente, adorei este exemplar!
Ótima degustação de rótulos com a Primitivo!
Agricola Felline @agricolafelline
Decanter www.decanter.com.br @decanter_vinhos
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão