Meninas e meninos
Château de Reignac 2001 Bordeuax Supérieur, foi uma rara surpresa para mim. Alguns anos atrás recebi um convite para degusta-lo. Havia tentado encontrar este vinho no Canadá, quando lá estive pela primeira vez, a pedido do querido e saudoso Ennio Federico, mas sem sucesso.
Logo depois, isso deverá ter ocorrido pelos idos de 2012/2013, minha surpresa foi receber o convite do Ennio para degustar uma garrafa. A safra 2001, exemplar 31.419 de 171.500 garrafas produzidas.
Estávamos em 3 pessoas, o Alencar Jr, o Ennio e eu no restaurante Marcel em São Paulo, e cada um levou um vinho emblemático: o Alencar Jr o Château Reignac 2001, motivo de nossa reunião enófila; o Ennio um Champagne Vueve Clicquot e eu, um sul americano de respeito Errazuris Don Maximiano Founder’s Reserve 2012.
Abrimos os trabalhos com o Champagne, claro, depois, mesmo correndo risco de impregnarmos nossas papilas com o Errazuriz, o fizemos, deixando o famoso Château Reignac 2001 para o final.
Para quem não conhece a história, e não me tornar repetitivo na web, segue um vídeo da famosa degustação em Bordeaux, onde respeitosamente o Reignac aparece em segundo lugar numa lista gloriosa de sublimes vinhos tais como:
Minhas observações:
Gostamos do Reignac, mas, devo esclarecer que foi para nosso conhecimento, não houve comparações. O Château Reignac , na época, custava $15 Euros, hoje na tabela extraída do site onde o vídeo circula está mais caro.
Corte de 75% Merlot e 25% Cabernet Sauvignon, apresentou cor ligeiramente evoluída, sem denotar, no entanto, à época, seus 12/13 anos. Olfato com especiarias, flores brancas secas, frutado, pimenta do reino aparece logo. Em boca o frutado predominou, as especiarias surgiram ao final de boca, ótima acidez, equilibrado com taninos macios e álcool em 13%.
“Vinificação: 20% da colheita é vinificada em barricas novas após maceração pré-fermentativa a frio em tanque tampão (método Yves Vatelot: pequenas cubas de aço inoxidável invertidas em forma de cone truncado para continuar a fermentação). Os restantes 80% são vinificados em pequenas cubas de inox após maceração pré-fermentativa a frio.
São escorridos a quente para fermentação maloláctica e amadurecimento sobre borras finas em barricas. Estágio: 100% Barricas, por um período de 18 meses, agitando as borras em barricas rotativas Oxoline. Sete tanoarias diferentes”.
Para colocar um pouco mais de controvérsia, lembro que o amigo Amarante comentou e escreveu sobre uma degustação motivada pelo vídeo da época em 2012.
“Château Reignac x Bordeaux Grands Crus Classés 2001
28/02/2012 00:00
Recentemente, um vídeo andou circulando na internet sobre um tinto da AOC Bordeaux da safra de 2001, que se colocou na segunda colocação, num painel onde também participaram 10 dentre os melhores tintos de Bordeaux, todos da safra de 2001. A Confraria do Amarante, em seu encontro de fevereiro de 2012, resolveu fazer uma prova similar, também às cegas, para verificar se este “petit château” merecia todo este destaque. Foram selecionados 7 Grands Crus Classés de Bordeaux de 2001, além do referido vinho. Eles obtiveram as seguintes preferências dos confrades e as minhas respectivas notas:
Vinhos Notas JOA-José Oswaldo Amarante
1º Ch. Gruaud-Larose 2001
(com 4 votos de 1º) 92,5
2º Ch. Pape-Clément 2001
(com 2 votos de 1º) 90
3º Ch. Pichon-Lalande 2001 93
(com 2 votos de 1º)
4º Ch. Cos d’Estournel 2001 90
5º Ch. Pontet-Canet 2001 91
6º Ch. Beau-Séjour Bécot 2001 (AOC St. Emilion) 91
7º Ch. Pichon-Baron 2001 89
8º Ch. Reignac 2001 (AOC Bordeaux) 88
Comentários: Para a maioria dos confrades, o resultado trouxe um grande dilema. Como uma garrafa do Château Reignac 2001 pôde ter um desempenho tão bom, num painel com vários experientes degustadores franceses? E uma outra garrafa do mesmo vinho, do mesmo ano, ter se saído tão mal, numa prova onde participaram 9 experientes degustadores brasileiros? O fato por nós comprovado foi, que o vinho bebido não tinha defeitos, sendo apenas um bom e honesto “petit château”, sem maiores pretensões. No alto da curva, os 2 vinhos que mais me impressionaram foi o Château Pichon-Lalande 2001, contumaz vencedor de provas às cegas, e o Château Gruaud-Larose 2001, que me pareceram num patamar acima dos demais”.
Para terminar, o Don Maximiano Fonrder’s Reserve 2012 tem o corte de 75% Cabernet Sauvignon, 12% Carmenere, 8% Petit Verdot e 5% Malbec com 14,5% de álcool.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão