Meninas e meninos,
O Dia Nacional do Café é hoje, 24 de Maio, não confundir com o Dia Mundial do Café que é em 14 de Abril, mas hoje em nosso país comemoramos esta data que desde 2005 foi incluído no Calendário de Eventos do Brasil por iniciativa da Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC.
Antes uma pequena observação sobre a grafia do café expresso, assim grafado em nossa língua do original garfado em italiano espresso: ambas são aceitas como corretas, sendo que a grafia em português com “x” é muito usual.
No ano passado, consumimos no Brasil algo como 21,5 milhões de sacas, que correspondem a 1,07 milhão de toneladas, e as notícias sobre este ano apontam, segundo mais uma vez a ABIC, que deveremos ter incremento ao redor de 30%.
A mesma ABIC esclarece que nove dentre 10 brasileiros com mais de quinze anos bebem café regularmente, em variados jeitos de extração, não a toa que somos o segundo país em consumo do café, e somos o primeiro em produção.
Muito escrevi e escrevo sobre esta magnífica bebida da qual sou um dos inveterados fãs, como poderão ver aqui , aqui, aqui e muito mais no site .
Agora, aproveitando a data, em uma ação promovida pelo CNIEL-Centro Nacional de Interprofissionalidade da Economia Leiteira- e a União Europeia, uma experiência prazerosa foi proposta, unir café e queijos, e para tal foram convidadas a mestre queijeira Débora Pereira e a cafeóloga Eliana Relvas que harmonizaram tipos de queijos europeus e cafés mineiros de qualidade; a mestre queijeira Débora Pereira e a cafeóloga Eliana Relvas que harmonizaram tipos de queijos europeus e cafés mineiros de qualidade.
Seguem abaixo as indicações na íntegra:
Para o tipo Brie e queijos de massa mole e casa de mofo branco o Bourbon amarelo Serra da Mantiqueira safra 2017. Trata-se de um café cultivado em altitude superior a 1.250 metros, secagem com casca e ao ar livre antes do processo de torra. Em boca, revela um sabor frutado e delicado, de acidez cítrica e suavizada pelo seu aroma de notas de baunilha.
Características que harmonizam perfeitamente com queijos de massa mole e casca de mofo branco (Brie, Brillat Savarin, Camembert e Coulommiers) conhecidos por serem os mais cremosos entre os queijos europeus de leite de vaca. O café derrete o queijo na boca e suas notas de creme e manteiga são ressaltadas proporcionando uma finalização agradável e equilibrada.
Para o Emmental e queijos de massa prensada, o salgado do queijo realça o dulçor da combinação e a harmonização foi com Mundo Novo de Poços de Caldas safra 2017 produzido em altitude entre 1000 e 1250 com solo rico em ferro, esse café singular merece atenção. Suave e encorpado ao mesmo tempo, traz amargor equilibrado e aroma de frutas frescas. Harmonizado com os queijos Mimolette, Emmental e Comté, proporciona uma finalização agradável ao paladar que remete a chocolate.
Degustado com o Mimolette, o café ressalta o sabor mais salgado do queijo e suaviza a boca ao final de forma equilibrada. Outra harmonização de excelência pode ser feita com o Emmental, que tem sua doçura ressaltada pelo café que auxilia o derretimento e deixa uma sensação levemente adocicada no paladar.
As diversas texturas dos queijos de massa prensada possibilitam também, assim como os azuis, uma deliciosa harmonia com cruzamento entre Catuai vermelho e Icatu amarelo 100% arábica, safra 2017. Cultivado em altitudes de 1100 a 1300 m em solo vulcânico, é conhecido por sabores mais intensos e com nuances cítricas e um leve toque de chocolate ao final. Flexível, pode ser degustado tanto com queijos suaves como com os mais intensos.
Voltando aos já falados, como Mimolette, um queijo intenso e com alto teor de sal, o resultado é equilibrado pelas notas defumadas do café. Já com o Comté, as nuances de caramelo se harmonizam com as notas achocolatadas da bebida. Com o Emmental, a fusão resulta em um sabor ainda mais adocicado e ressalta as notas do café. No caso dos queijos de casca florida como o Brie, Camembert, Coulommier e Brillat Savarin, o café combina o sabor tostado da bebida com o sabor de cogumelos do mofo branco, típicos dessas variedades.
Para os mais intensos e azuis, como o Roquefort, as notas de tostado equilibram as potências sensoriais de ambos. Para dar um toque especial, é possível complementar com damascos secos. Outra dica são os queijos azuis, queijos de massa prensada, queijos de massa mole e mofo branco harmonizados com blends de arábica e robusta: Encorpados, de baixa acidez, amargores proeminentes e amadeirados, esses cafés permanecem mais tempo em boca e são ideais para combinações com queijos azuis. O sabor da bebida neutraliza a potência do queijo trazendo leveza.
Para uma combinação explosiva e crocante, adicione uma pitada de café moído em uma fatia de Roquefort, ou ainda uma pequena colher desse queijo embebido na espuma do espresso. A combinação resulta em frescor, derretimento na boca e sabor animal com notas de couro. Pode ser associado a uma infusão fria de café para limpar o paladar em seguida.
Outra surpreendente combinação se dá com o Emmental, que neutraliza o sabor da bebida e traz um retrogosto levemente salgado. Com o Mimolette, o café ressalta a picância do queijo. Por fim, com queijos da família do Brie, esse blend neutraliza o amargor e traz ao paladar sabores levemente adocicados.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão