Meninas e meninos,
Como pode o conhecimento de vinhos diminuir, ao mesmo tempo em que cresce o envolvimento com a categoria? Este enunciado que li no relatório Wine Intelligence Global Trends In Wine 2020 , enviado já traduzido pela Winext.com, me seduziu.
Faz muito tempo que milito na área e tenho visto altos e baixos no quesito conhecimento real, aquele buscado, aprendido e apreendido. Neste relatório que acabei de citar, há uma explicação que me pareceu muito lógica. Um pouco parece com a explicação do por que nos parece que a cada ano, as coisas se passam mais rapidamente. Tudo relacionado com nossa capacidade de armazenamento e com a necessidade de termos hoje em dia este armazenamento.
Bem, segue abaixo o texto e aguardo suas próprias conclusões.
WINE INTELLIGENCE
GLOBAL TRENDS IN WINE 2020
“Como pode o conhecimento de vinhos diminuir, ao mesmo tempo em que cresce o envolvimento com a categoria? Nossos dados apontam para um fenômeno conhecido como “descarga cognitiva”, definido como a utilização do ambiente externo para reduzir a nossa demanda de memória. Essa mudança na maneira como retemos e recuperamos informações é impulsionada pelos nossos smartphones. Já se foram os dias em que precisávamos recordar a marca ou o estilo de vinho que preferimos. Agora basta checar aquela foto que tiramos de um rótulo ou consultar o Google. Simples e sem necessidade de memorizar mais uma informação em nossos cérebros ocupados e desordenados. Apesar dos níveis decrescentes de conhecimento sobre vinhos, a proporção de consumidores altamente envolvidos com a categoria continuou a aumentar em todo o mundo em 2019.
Mas há uma diferença entre gêneros: as mulheres têm um nível de conhecimento sobre vinhos igual ou até mesmo superior ao dos homens, porém apresentam um nível de envolvimento menor com a categoria. Contrariando as expectativas, os bebedores de vinho Premium não apresentam um conhecimento substancialmente superior em comparação ao restante dos consumidores. No entanto, eles demonstram mais confiança na hora de escolher os seus rótulos.
No atual contexto de isolamento, onde a demanda do on-trade deve ser transferida em parte para o varejo e majoritariamente para o online, prevemos que o conhecimento sobre vinhos possa de fato aumentar. O trabalho de pesquisa para encontrar um vinho na internet e o maior tempo livre para ler conteúdos e comentários online poderão enriquecer os níveis de conhecimento destes consumidores. No geral, o nível de envolvimento também deve aumentar, pois os consumidores terão mais tempo disponível para explorar a categoria”.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão