Meninas e meninos,
Harmonização do espumante Larentis Cuvée Spéciale Brut Rosé com feijoada foi sensacional. Muitos comentam sobre o melhor vinho para acompanhar este prato complexo, a feijoada, e muitas são as opções.
Eu, particularmente, gosto da feijoada com as porções mais gordas tais como rabo, pé, toucinho. Gosto também da língua, orelha, costelinha defumada, bacon, paio, portanto, em meu prato veremos uma boa dose de peças gordurosas.
A composição do prato é muito importante para uma boa escolha do vinho que se queira harmonizar, mas, lembro sempre, a melhor harmonização é o seu gosto pessoal.
No caso em questão, o vinho escolhido foi um ótimo espumante brasileiro, e há muitos, mas o da vez foi o Larentis Cuvée Spéciale Brut Rosé elaborado pelo método tradicional e com corte das uvas Chardonnay 65% e Merlot 35%.
O Larentis Cuvée Spéciale Brut Rosé fica em autólise( a quebra celular de leveduras) no mínimo 18 meses, o que lhe confere boa complexidade de aromas. Visual rosado mais para um acobreado, um salmão, do que para o provençal mais claro.
As frutas vermelhas chegam primeiro no olfato. Em seguida de um floral. Depois afloram os frutados cítricos, devido à Chardonnay, como o abacaxi e a toranja, e algo de brioche, devido ao estágio sur lie, ou seja, sobre as borras das leveduras.
Em boca o frutado que se mostra é o cítrico. Boa entrada de boca, fresco, longo, muito agradável. Seu perlage, as borbulhas causadas pelo gás carbónico contido no líquido, nesta garrafa não estavam tão efervescentes como em outra ocasião. Isto pode ser devido a alguma sujidade( resíduos da lavagem, micro poeira) na taça.
Para a harmonização ficou muito boa a união dos dois, vinho e prato, resultando em harmonia, soma de sabores e delicadeza. Limpava a boca a cada gole, seu álcool em 12% e sua acidez ótima ajudaram no processo do embate com a untuosidade. Até com a carne seca, que devido sua salga e sua textura fibrosa são mais complexas de harmonizar, à meu ver, foi um sucesso.
Gostei também do comportamento do espumante quando a sua temperatura subia mais que o ideal, não atrapalhou em nada o conjunto apesar de que o indicado é degusta-lo com cerca de 6º C.
Resta falar do feijão, pois bem, eu gosto dos rosados com feijão, acho uma boa combinação, mas não dispenso os tintos, acredito que com taninos resolvidos se combinem muito.
Em dias de quarentena, isolamento social, distanciamento social ou com queiram, é muito divertido e instrutivo tentarmos diversas harmonizações, e lembrando que os vinhos brasileiros têm seu lugar sempre.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão