Meninas e meninos,
Voltando de um período no qual fiquei longe dos textos, deste site, e, por conseguinte longe dos leitores, achei por bem voltar a dizer algo sobre as novas ou nem tão novas assim, maneiras de se beber vinhos.
Para um país como o Brasil onde falta a cultura vínica, bem falta cultura de modo geral, observo que mesmo com todo o acesso à tecnologia e propagação em mídias sociais, o assunto vinho ainda apavora, ou ao menos, enfrenta desafios.
Degustar o que se bebe, e se come também, é colocar o cinco sentidos em alerta para este ato, não é apenas deglutir e pronto. Gostar do que se degustou é aprendizado sim, e confesso que por vezes, até pela falta da tal cultura, não é coisa simples.
Primeiro de tudo há de se dar ao trabalho da experiência, ou seja: sem provar do que se bebe e come, não há como se dizer, e muitos assim o fazem, que não gostou. Conheço gente que ainda é daquele tipo que não provou, mas não gostou: Jiló? Nunca comi porque não gosto; vinho fino seco, nunca bebi e não gosto, pois gosto daquele docinho, suave!
Vinho brasileiro? Nunca bebi porque não vou gostar! Leitor, vocês não sabem quantas vezes eu já ouvi estas frase e quanto tempo já gastei para mostrar que não é verdadeira esta maneira de encarar os vinhos brasileiros.
Vinho branco? Só gosto dos tintos! Quantos de vocês já ouviram alguém comentar sobre isto não é mesmo?
Mas que ironia, pois em um país onde as safras de uvas que são as mais recomendadas para os brancos se dão em uma época mais úmida e chuvosa, o que pode garantir a acidez necessária para este vinificação (a par de uma boa maturação que deve acontecer), e que os torna mais frescos, bons para serem degustados mais refrescados em nosso pais tropical de calor médio ao redor dos 25ºC.
Já escrevi sobre isto, mas hoje quero ir um pouco além ao modo como podemos tirar proveito deste bebida fantástica, o vinho, mesmo com os tintos: há muitos tintos jovens que podem ser sorvidos à temperaturas mais baixas do que a famosa “temperatura ambiente”, que é uma falácia em lugares quentes.
Se você é daqueles pragmáticos e seguidor de regras rígidas me perdoe, mas em muitos lugares ao redor do mundo se bebem vinhos com gelo, nas sangrias, por exemplo, em copos e não em taças, mesmo vinhos tintos com gelo e alguns rosados, na Europa, em circuitos da moda como as praias mediterrâneas, não é difícil vermos Champagne com gelo, alguns tipos especialmente feitos para tal, e outros não.
Vinho rosado com gelo está se tornando bem comum, e porque não? Puristas encaram isto como uma heresia, mas convenhamos: Ou se bebe o que se gostas, ou o prazer deste ato é mera etiqueta.
Eu, via de regra, procuro degustar os tipos de vinhos mais apropriados às estações em que estamos, mas encaro numa boa ver e até mesmo compartilhar um vinho com gelo. Prefiro que assim seja, e mais, que sejam vinhos brasileiros que estão cada vez melhores em uma boa quantidade.
Que tal pensarmos nisso e em um primeiro momento migrarmos de outras bebidas, que também têm seus adeptos do gelo nelas, para os vinhos, e depois com nosso aprendizado mais consistente, pensarmos em vinhos mais apropriados para os dias mais quentes ou mais frios, para praias ou montanhas, brancos, rosados ou tintos e assim por diante?
Antes de atirar a primeira pedra, pense que o que importa é gostar do que se bebe e come! Este é um tema tão logo que prefiro hoje parar por aqui.
Bem vindos amigos leitores, que já estava com saudades das interações com os textos que publico.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão