Meninas e meninos,
Cantina Sampietrana, uma cooperativa que desde 1952, ano de sua criação onde apenas 68 associados a formaram, vem desde então cumprindo o papel que seus fundadores tiveram como objetivo maior, qual seja melhora, difundir e vinificar vinhos com uvas regionais da Puglia.
A Chaves Oliveira importadora dos vinhos da Cantina Sampietrana, junto com a Wine Spanholo que é a distribuidora, mostram em uma degustação no Café Journal faz umas semanas, vinhos com bastante nervo e caráter, como sempre são os vinhos de regiões quentes e banhadas por mar.
As uvas mais conhecidas são a Negroamaro e a Primitivo, que se tornam vinhos bastante conhecidos dos brasileiros, pois há muitos exemplares, a Negroamaro, não atoa, tem um toque amargoso em final de boca, embora o olfato diga ser o vinho adocicado, muito creio devido aos taninos potentes desta variedade.
A Primitivo é doce no nariz e a maioria das vezes se confirma doce em boca, algumas vinificações mostram ligeiro amargor em final de boca, talvez um “vegetal”, dando esta impressão.
Outras variedades também são mais comuns e conhecidas por aqui dos enófilos, como a Malvasia Nera, Montepulciano, também encontrada em Abruzzo, a Nero di Troia, esta menos conhecida, mas com bons exemplares também entre nós.
Já a Susumaniello, uva que eu não conhecia, é uma cepa que a Cantina Sampietrana resgatou em sua linha de vinhos, e com um corte de 80% desta variedade com 20% da Negroamaro forma o belo vinho Settebraccia que degustei.
Os vinhos, na ordem de serviço foram:
1-Tacco Barocco 2015, um Negroamaro “in pureza”, floral e frutas evidentes, equilibrado em taninos, acidez e com 13,5% de álcool. O dulçor no olfato se confirma em boca com as frutas maduras.
2-Salento Rosso Terre Cave IGP 2014 corte de Primitivo e Negroamaro em proporções iguais, com olfato frutado, as geleias aparecem, ligeiro floral, algum mineral se expressa depois de algum tempo em taça. Em boca confirma o frutado, não notei o amargor final da Negroamaro, Bom vinho, bem ao gosto do brasileiro mediano, a madeira não aparece, equilibrado em acidez e taninos, gostei bastante deste exemplar.
3-Carlone Primitivo di Manduria DOP 2015, o mais mineral no olfato, com grafite e algo terroso, Floral mais evidente, frutado elegante, em boca confirma principalmente o frutado e o mineral. Taninos presentes e bons, equilíbrio em álcool de 14,5% e acidez ótimo vinho.
4- 1952 Brindisi DOP 2013 corte de 80% Negroamaro e 20% Montepulciano, neste senti o amargor final da uva principal, mas nada que interfira no equilíbrio do vinho, também apresenta o mineral, boa acidez e taninos presentes.
5- Settebraccia 2014 onde o corte mostra 80% da Susumaniello com 20% Negroamaro. Vinho diferente, afinal esta uva me era desconhecida e não tenho parâmetros anterior, bom equilíbrio apesar dos 14,8% de álcool, não se destaca, fruta parecendo jabuticaba bem madura, tanto no olfato quanto em boca, surge também algo de salino, um mineral salgadinho e amargor final que não interfere.
Os vinhos como mencionei são distribuídos pela Wine Spanholo.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão