Meninas e meninos,
Vinhos depois de abertos podem estar bons ou não, vai depender do vinho, de quanto tempo ficou aberto e de como foram guardados. É inútil discutir quanto tempo duram os vinhos depois de abertos, se não tivermos a noção de como são estes vinhos assim que os abrirmos.
Antes de falar sobre vinhos depois de abertos se podem durar ou não, o motivo deste texto é uma experiência que aproveitei fazer com os vinhos da Casa Verrone. Estive como convidado em uma máster zoom, onde estavam falando sobre o terroir paulista, mais especificamente da Serra da Mantiqueira, e com vinhedos de dupla poda, ou ciclo invertido, ou poda de inverno.
Discorriam o Márcio Verrone, CEO e Cristian Sepúlveda, enólogo e agrônomo da vinícola Casa Verrone. Para prazer dos convidados pela CH2A assessoria de imprensa, para a máster zoom, foram degustados e comentados durante a transmissão três vinhos: Sauvignon Blanc 2019, o Rosé de Syrah 2019 e o Casa Verrone Speciale Syrah 2018.
Normalmente nestas degustações comentadas, escolho apenas um dos vinhos, quando temos vários a degustar, afinal, vamos ficar depois com mais garrafas abertas a consumir, mas neste caso, já tinha em mente esta postagem, então abri os três vinhos.
Venho degustando uma taça ao dia de cada um deles e aqui vão minhas impressões sobre os vinhos depois de abertos:
1º dia depois de abertas as garrafas, os três vinhos guardados na geladeira(lugar mais comum), o branco e o rosé têm screw cap, ou seja, aquelas tampas de rosca tão funcionais, e o tinto rolha de cortiça de ótima qualidade. Os três vinhos permaneceram com suas características olfato gustativas e de cor inalterados.
2º dia depois de abertas as garrafas, os três vinhos permaneceram íntegros.
3º dia depois de abertas as garrafas, o Sauvignon Blanc apresentou diferença no palato em sua acidez, mas ainda assim muito bom. Os outros dois sem grande alteração.
4º dia depois de abertas as garrafas, o Sauvignon Blanc se apresentou sem aromas originais e no palato frutas, mas sem a acidez imprescindível. O rosé começou a mostrar perda da acidez e aumento da percepção do álcool e de taninos(creio que o equilíbrio original entre a acidez, álcool e taninos, ficou prejudicada pela falta de acidez e a oxidação). O tinto nem dava bola, ao contrário, começou a mostrar no olfato frutas exuberantes, daquelas que cozidas em tacho irão virar compotas ou geleias.
5º O branco vai para cozinhar, o rosé também, mas o Speciale bebi toda a quantidade que restava na garrafa, não queria me arriscar perder o vinho! Com certeza aguentaria um pouco mais, mas o que eu queria testar já bastavam 5 dias.
Conclusão com estes vinhos de terroir paulista e de ciclo invertido, é que se comportam semelhantemente aos bons vinhos de regiões mais tradicionais que tenham bom equilíbrio. Quando temos vinhos com bom álcool, boa acidez, bons taninos, bem fechados e bem guardados depois de abertos, duram por algum tempo suficiente para que os bebamos.
Não se preocupem se sobrarem alguns vinhos nas garrafas, guardem-nos bem vedados, de preferência com os mesmos vedantes originais e refrigerados. Com estas características tanto dos vinhos, quanto da guarda da garrafa aberta, resta lembrar que quanto mais tivermos a relação ar X líquido alterada, ou seja, mais ar e menos líquido, mais rápida será a degradação do vinho.
Mas que bons vinhos aguentam algum tempo em garrafas depois de abertas, isto é fato!
Casa Verrone
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão