Meninas e meninos,
Os vinhos gregos, parece que estão começando a se mostrar. Nesta semana que passou estive em duas oportunidades em jantares com vinhos gregos, veja também aqui . Acaba de desembarcar no Brasil a Monte Dictis Importação e Exportação, que o grego Georges Karakaxis, engenheiro civil de formação acadêmica, está comandando por sua predileção pelos vinhos.
Os vinhos desta empresa, que tem no catálogo cerca de 25 rótulos, foram apresentados pelo sommelier Alexandre Furniel, do Bendito Vinho, em um jantar harmonizado no ótimo Mýtho. Alguns jornalistas convidados, dentre eles, eu, ficamos sabendo um pouco das uvas autóctones da Grécia.
-Uvas como Assyrtiko boa para vinhos brancos com aromas sutis, boa estrutura, ótima acidez e alguma mineralidade.
-Agiorgitiko para tintos com muita fruta vermelha quase fresca, excelente volume de boca, boa estrutura que permitem seu envelhecer bem.
-Xinomavro produz vinhos conhecidos como os “Barolos” da Grécia. Aromas pirazínicos, sem serem extremados, dando um ar vegetal de folhas de tomate e oliva. Fruta vermelha silvestre. Muita estrutura, com potentes taninos e grande acidez. Complexos, elegantes e grande capacidade de evolução, são alguns dos exemplos.
Também as uvas francesas Sauvignon Blanc que no vinho apresentado forneceu boa tipicidade, e o Chardonnay barricado, bem untuoso são usadas em vinhos gregos.
Conhecida como uma civilização milenar, encontram-se evidências de vinhos e sua cultura como bebida com mais de quatro mil anos de idade.
Terroir com grande diversidade de solos, montanhas, mar, solos vulcânicos, resultando em parreirais bem distintos, principalmente como já disse, para uvas autóctones e locais.
Por ilustração, 80% da superfície terrestre do país é formada por montanhas (sendo o Monte Olimpo a mais alta, com 2.917 metros) e que, sendo menor que o Acre, possui uma costa quase duas vezes maior que a brasileira, com 13.676 quilômetros de comprimento (graças a cerca de 1.400 ilhas).
Alguns escritores levam este argumento para contestação mais geral quando se cita ter o país vinhedos sob clima mediterrâneo
À influência de montanhas e mar, somam-se a diversidade de solos que vão do vulcânico ao calcário, passando pelo argiloso e arenoso.
Com cerca de 130.000 ha de vinhedos, com 70.000 ha viníferas, em geral com tamanhos pequenos devido também às condições topográficas e com colheita manual, justificam muitas vezes os preços.
Voltando ao jantar e aos vinhos, pela ordem um dos brancos dos quatro provados que mais me agradou e com certeza aos demais, foi o Estate Argyros Santorini Assyrtiko 2017.
Muito elegantes, mineral, fruta fresca, vinificado com vinhas de até 150 anos, este vinho agradou em cheio e foi muito bem harmonizando com a Moussaka de camarão, creme de queijo de cabra e palha de batata doce roxa.
Dos tintos, o Axia 2015 corte de Xinomavro e Syrah, meio a meio, e o elegante e equilibrado Alpha Estate Xinomavro 2016 Single Vineyard DOP Amyndeon, e o Alpha Estate Xinomavro Single Block DOP Florina 2015.
Para a sobremesa um espetacular Vinsanto da Estate Argyros, o 4 years barrel aged DOP Santorini 2011, um vinhos doce natural, 80%Assyrtiko, 10%Aidani e 10% Athin de vinhedos com mais de 200 anos.
Para acompanhar este Vinsanto, O Afrodite, um pudim de iogurte que casou bem devido ao caramelado e consistência do doce.
Para maiores esclarecimentos Monte Dictis www.montedictis.com
Bendito Vinho www.benditovinho.com.br
Mythos https://www.mythorestobar.com
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão