Meninas e meninos,
Vinhos ótimos e um novo catálogo da PREM1UM WINES foram o motivo para reunir jornalistas e enófilos na degustação de apresentação do novo visual. Com uma ótima seleção de brancos e tintos, o que não é nenhuma novidade para quem conhece a PREM1UM WINES, a degustação trouxe algumas novidades.
Nos últimos dois anos, atípicos, houve mudanças e inclusões, tanto de um novo país, a Grécia, com os espetaculares rótulos da Estate Argyros, de Santorini, na Grécia, com vinhos feitos com vinhas de até 200 anos de idade, como também de novas regiões de países que já eram importados pela PREM1UM. Uma novidade muito interessante, pelo vinho ainda ser um tanto desconhecido, é o Jerez Delgado Zuleta Palo Cortado, com delicioso aroma de caramelo, frutas secas. No palato confirmando as frutas secas e muita salinidade.
O Jerez:
O Jerez é um vinho fortificado, ou seja, daqueles que recebem a adição de aguardente vínica, No Porto a aguardente é adicionada durante a fermentação, interrompendo-a e originando um vinho doce, enquanto no Jerez ela é adicionada após a fermentação ser concluída, dando um vinho seco.
Devido ao seu modo único de vinificação em soleras e às uvas utilizadas, seus aromas e gosto são muito particulares. O Jerez sempre é um corte de vinhos de vários anos diferentes e não de uma só safra.
Este tipo de vinho é envelhecido pelo sistema conhecido como Solera, onde são utilizados barris de carvalho americano, denominados botas, com capacidade para 600 litros, cheios até 5/6 de sua capacidade.
Na maioria das vinificações onde o vinho passa por barris, o mesmo é fechado, não permitindo a entrada de oxigênio, em Jerez eles são abertos, para permitir que o vinho seja aerado, principalmente pela brisa do sudoeste.
Terminada a fermentação alcoólica e esgotados os açúcares do mosto, as leveduras sobem até a superfície e formam uma película, o velo de flor (véu de flor) ou simplesmente flor de Jerez. Esses microorganismos permanecem na superfície do vinho, e aí, na presença do oxigênio do ar, transformam alguns componentes do vinho.
Esse processo de intensa e contínua ação metabólica das leveduras da flor denomina-se crianza biológica e, na realidade, é um envelhecimento biológico do vinho, e confere as características organolépticas únicas do Jerez. Os barris são colocados em, pelo menos, três fileiras sobrepostas.
A primeira, a solera, colocada no chão, contém o vinho mais velho pronto para ser engarrafado e as que estão sobre ela denominam-se criaderas. A quantidade de vinho que é retirada da solera é reposta com o vinho da fileira logo acima, a primeira criadera, que por sua vez é completada com o vinho da fileira superior, a segunda criadera e assim por diante, até a criadera superior, a mais jovem, que é preenchida com o vinho mais novo daquele ano.
Todos os tipos de Jerez precisam envelhecer por pelo menos três anos e este é o mínimo para os Finos e os Manzanillas. Os Amontillados são envelhecidos por, no mínimo, cinco anos e os Olorosos sete anos.
Tipos de Jerez:
Fino – é pálido da cor da palha, seco, com um aroma delicado de torrefação e de nozes, seco e leve no paladar e envelhecido sob a “flor”. Deve ser servido ligeiramente gelado.
Manzanilla – é um Fino muito seco, exclusivo das bodegas de Sanlúcar de Barrameda, onde é envelhecido sob a “flor”. Possui as características do Fino, acrescidas de aroma e gosto da brisa marítima que existe nas bodegas de Sanlúcar. Também deve ser servido ligeiramente gelado.
Amontillado – tem cor âmbar, é seco, envelhecido e tem aroma de nozes, porém mais intenso e mais fresco do que os dois anteriores. Na boca é mais macio e encorpado.
Oloroso – seco, às vezes doce, envelhecido, encorpado, da cor âmbar do mogno e, como o seu nome sugere, seus aromas são fragrantes e intensos e lembram também a nozes.
Palo Cortado – seco, envelhecido, muito pouco produzido.
Pale Cream – de cor de palha bem pálida e com aromas de torrefação é macio e doce no paladar.
Pedro Ximenez – doce produzido por poucas vinícolas equivale ao tipo anterior.
Cream – é um Oloroso muito doce feito com a uva Pedro Ximenez. Tem cor de mogno bem escuro e aromas de torrefação intensos e delicados. No palato é bem doce, redondo, aveludado e bem encorpado.
Voltando ao catálogo novo, com linguagem visual moderna e novo logotipo, este novo caderno PREM1UM proporciona uma viagem para os 10 países que fazem parte do portfólio: Alemanha, Espanha, França, Grécia, Itália, Portugal, Argentina, Chile, Uruguai e Nova Zelândia. Outra novidade da edição deste ano foi a inclusão de dicas de harmonização para cada um desses países. Para conferir, acesse Catálogo no site da PREM1UM.
Dentre os brancos, gostei muito Quinta de Melgaço Alvarinho Reserva Homenagem 2019, e o Quinta de Melgaço Alvarinho, ambos os vinhos espetaculares, o Reserva Homenagem é sensacional!
Mas o Pegasus Bay Bel Canto Dry Riesling 2019 da Nova Zelândia é o que mais me agradou dentre tantos outros. Mineral, cítrico exuberante, floral sutil, em boca confirmando o olfato, tem equilíbrio e persistência.
Dentre os tintos, o ótimo La Cave Hautes Côtes Bourgogne Hautes Côtes de Nuits 2020, um puro sangue Pinot Noir, claro, com total equilíbrio entre taninos ótimos, acidez impecável e álcool. Muito frutado e especiarias variadas.
Outro Bourgogne, o Domaine de Bellene Bourgogne Pinot Noir Maison Dieu Vieilles Vignes 2018, tem especiarias doces no olfato, frutado elegante, um show!
O Quinta do Infantado Douro DOP 2016 é de beber ajoelhado! Taninos bem marcados, frutado, total equilíbrio. Mas o vinho tinto que me chamou mais a atenção foi o Domaine D’Aupilhac AOP Languedoc Lou Maset do produtor Sylvain Fadat, uma das novas regiões que a PREM1UM importa. Simpelsmente encantador. Especiarias, floral, frutado, muito complexo no olfato e palato. Total equilíbrio, corte de 40% Cinsault, 30% Grenache, 10% Syrah,10% Carignan e 10% Mouvedre.
Parabéns equipe PREM1UM
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão