Meninas e meninos,
Faz algum tempo já que deveria ter descrito sobre a mudança de orientação enológica na Viña Los Boldos, com os rótulos havida na linha Tradition Réserve, que comparada aos de safras anteriores até parecem outros vinhos de outros vinhedos.
Gostei muito, diga-se, da nova tendência, mas antes, um pouco desta empresa para seu conhecimento: Seus primeiros vinhedos no Chile, já no Cachapoal, datam de 1948, em Requinoa e a construção da bodega de 1991 completa o mister da família em vinificar em solo chileno, vinhos com jeito francês de fazer.
Em 2008 ocorre a incorporação da Viña Los Boldos pelo Grupo Sogrape, uma das mais importantes empresas do setor, de origem portuguesa, mas com atuação em muitas partes do mundo, e que foi fundada quase que ao mesmo tempo, em 1942.
Quem nunca ouviu, viu ou degustou o vinho Mateus Rosé? Pois bem, este vinho, um “case” de grande êxito vendido em mais de 120 países creio ter sido a propulsão mestra da Sogrape, que continua a ter como dirigente descendente da família fundadora, onde tudo começou com Fernando van Zeller Guedes.
Então, voltando ao assunto que me motiva a escrever este texto, fomos apresentados ao novo estilo de vinificar da linha Chateau Los Boldos, que começaram a ser importados ano passado pela Zahil.
Degustando os novos e os antigos vinhos vinificados, observei que a madeira está muito mais contida, aparece mais integrada e leva o vinho a poder ser saboreado com menos idade de safra.
Brilho na taça do Tradition Réserve Sauvignon Blanc
Começando pelo ótimo branco, de Sauvignon Blanc, o Tradition Réserve Sauvignon Blanc 2017 com 12,5% de álcool, equilibrado com uma acidez impecável sem malolática, e apenas passagem por aço, este traduz um frutado cítrico, pêssegos, bastante mineral, delicado e delicioso para ser bebido solo ou com harmonizações variadas.
Sem detalhar a linha Tradition Réserve toda, degustamos também o branco de Chardonnay que passa apenas uma pequena parte do vinho 3 meses em barricas, o Cabernet Sauvignon 2016, ótimo, meu favorito dos tintos, com passagem de 6 meses em madeira. Além destes, o Carmenere e o bom Tradition Réserve Assemblage 50% de Cab.Sauvignon e 50% Syrah.
Da linha Grande Réserve os vinhos Chateau Los Boldos Cabernet Sauvignon me encantou, 12 meses de barricas, sendo 1/3 novas; 1/3 1º uso e 1/3 2º uso, além do Carmenere com 10 meses de barricas.
Para completar o Cabernet Sauvignon Vieilles Vignes 2015, proveniente dos primeiros vinhedos de 1948, passando 14 meses em barricas.
Impressiona o que uma guinada de orientação enológica pode fazer, neste caso do Chateau Los Boldos, para melhor.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão
