Meninas e meninos,
Convidado a almoçar no Piselli com a diretora da Tolaini Società Agricola, vinícola Toscana que apresentou alguns dos vinhos de sua linha, pude observar o quanto os vinhos da cepa Sangiovese agradam aos brasileiros.
Todos os convidados foram unanimes em dizer que os vinhos desta cepa de uvas toscana eram muito agradáveis, e harmonizavam bem com os pratos sugeridos para o almoço, mas temos que notar que quase todos os vinhos que continham a Sangiovese, dentre os apresentados, estavam mesclados com outras cepas, trazendo uma maior facilidade de compreensão em boca e no olfato.
Da linha apresentada, o Ali Toscana IGT 2015, corte de 90% Sangiovese 10% Cabernet Sauvignon, para mim, foi o que mais agradou com todos os pratos servidos, embora seja ele o vinho considerado como de entrada na gama da vinícola.
Frutado elegante, nada exagerado, algum floral, mineral aparece com tempo de taça, em boca a acidez marcada da Sangiovese e a força da Cabernet fazem dele ótimo acompanhamento de variadas gastronomias. Um delicioso caramelo surge em taça no olfato tempos depois, dando a certeza de pequena passagem por carvalho-apenas da Cab. Sauvignon.
A harmonização foi indicada para o antepasto, de figos recheado de gorgonzola envolto em presunto Parma, assados em forno a lenha.
Todos os vinhos degustados estavam muito bons, mesmo o ainda muito jovem Chianti Clássico Gran Selezione 2013, este sim, um Sangiovese in pureza, advindo de um “Cru” de apenas 2 ha, com amadurecimento por 30 meses em botti. Mineral, “carne crua”, especiarias, pimenta negra, potente e muito equilibrado, apesar de taninos-bons- aparecerem ainda bem forte. Creio que mais uns 3 a 5 anos em garrafa e ele vá estar no ponto para ser apreciado melhor.
Junto ao Al Passo Toscana IGT 2012, corte de 85% Sangiovese e 15% Merlot, foi oferecido aos comensais como harmonização para o primeiro rato, um excelente ravióli recheado com queijo Frontina, e creme de trufas negras com cogumelos.
Para o segundo prato, um Brasato, dois ótimos vinhos, o Valdisanti Toscana Rosso IGT 2012, corte de 75% Cabernet Sauvignon, 20% Sangiovese e 5% Cabernet Franc, e o fantástico Picconero Toscana Rosso IGT 2011, corte de 65% Merlot e 35% Cabernet Franc.
Este último, um vinho que agrada muito pelo equilíbrio e complexidade de aromas e palato, usando barricas novas de carvalho francês para seu amadurecimento por quase 20 meses, e mais 12 meses em garrafa, tem tudo o que se busca, desde o frutado, as especiarias e o terciário pelo envelhecimento, até o frescor que a Cabernet Franc proporciona e o aveludado da Merlot.
Para mim, a harmonização ideal, além do sempre presente Ali, o Chianti Clássico, para o brasato seria o ideal.
Quem trás o Ali e deverá importar outros vinhos da linda da Tolaini é a Paraju Vinhos do Paulo Nogueira.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão