Meninas e meninos,
Dall’Agnol Chardonnay 365 dias sem intervenção é mais que um vinho que se diz laranja, é uma experiência inusitada e que deu certo. Disse-me Irineo Dall’Agnol, que esta safra estão testando com Viognier.
Começo pelo início, quando nos idos de 2006 conheci os espumantes da vinícola Estrelas do Brasil , e comecei a colocar seus espumantes nas aulas e palestras que dava. Conheci um dos sócios, o Alejandro Cardoso, quando ainda era enólogo na Piagentini, que depois viria a ser a Decima .
Já o Irineo Dall’Agnol, o outro sócio, conheci quando fui jurado em algumas edições do Concurso Internacional de Vinhos do Brasil e numa destas edições, a 5ª, o Estrelas do Brasil Dall’Agnol Superiore 2005 ganhou Grande Ouro, fora outras medalhas da então Piagentini.
Depois disso a vinícola foi crescendo em produtos, em enoturismo e também cresceu muito a admiração pelos enólogos Alejandro e Irineo. Mas, cabe este texto descrever o Dall’Agnol Chardonnay 365 dias, uma “temeridade enológica” nas palavras do Irineo.
Tudo começou com uma viagem da ABE-Associação Brasileira de Enologia à Austrália e Nova Zelândia, onde em determinada vinícola havia um vinho elaborado como laranja e com estágio em barrica por 365 dias.
Voltando ao Brasil, a curiosidade dos enólogos da Estrela do Brasil os impeliu a fazer um teste com Chardonnay. Fermenta já na barrica, com leveduras autóctones, sem sulfitos, sem clarificação, com polpa, sementes, engaços por 365 dias como haviam visto na Austrália.
Surpreendendo as expectativas o vinho ficou extremamente complexo, límpido, com notas de frutas secas, damasco, flores secas, frescor preservado, equilíbrio total. Veja a descrição do site
“CHARDONNAY 365 DIAS é mais uma inovação da Estrelas do Brasil. O vinho obtido dentro do conceito dos “vinhos laranja” com uvas da casta Chardonnay de vinhedos próprios na Serra Gaúcha. A fermentação ocorreu com maceração pelicular em barrica aberta com controle de temperatura e logo após o vinho permaneceu macerando por 365 dias em barricas de carvalho americano de 4º uso na presença das sementes; polpa e cascas. Após, foi separado a fração líquida da sólida por sifonagem e engarrafado.
O resultado é um vinho de cor amarelo/esverdeado intenso. Aromas de frutas secas como damasco, avelã, manteiga de cacau, baunilha, chucrute, palmito e azeitona em conserva. Na boca complexo, mineral com excelente acidez de longa persistência. Pode ser harmonizado principalmente com pratos condimentados; queijos de média maturação e frutos do mar. Um vinho branco diferente e instigante para as noites do Brasil tropical”.
Um vinho como este eu não podia degustar sozinho, então o levei para a confraria Taninos no Tucupi
para ter a oportunidade de compartilhar da experiência.
Como vinho, sem harmonização, o Dall’Agnol Chardonnay 365 ganhou o primeiro lugar!
O texto sobrea a gastronomia pantaneira e os vinhos ficará para outra ocasião.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão