Meninas e meninos,
Dia 07 de Agosto se comemora o Dia Internacional da Cerveja. Também podemos comemorar o fato de que cada vez mais mulheres estão no mundo cervejeiro, bebendo ou fazendo cervejas.
Neste texto sobre cervejas, não poderia faltar dica de receita com cerveja, e ela vem num prato típico de Bariloche, enviado pelo Chef Pablo Quiven. Também dicas de harmonizações pelo sommelier Paulo Monteiro do SENAC.
Um conto sobre a cerveja e a origem dela comentado por Camila Nassar, técnica de produção da cervejaria Berggren, uma das mulheres atuantes no mundo cervejeiro. Aproveitem as dicas e amanhã, além de um bom vinho, degustem uma boa cerveja. Ambas as bebidas são da família das bebidas fermentadas.
Com relação à história da cerveja, as mulheres estão presentes desde a sua produção que segundo comenta Camila Nassar, técnica de produção da cervejaria Berggren, teve início por volta de 4.000 a.C.
As responsáveis foram as mulheres da Suméria, que as produziam e comercializavam, enquanto os homens saíam para caçar. Além disso, os sumérios também tinham uma deusa que representava a bebida, chamada Ninkasi.
Outra deusa também contribuiu para a história: Ceres é conhecida como a deusa dos cereais, daí a origem do nome cerveja. “Por volta de 1.800 a.C. foi escrito um poema chamado Hino para Ninkasi, que era a primeira receita de uma cerveja, cuja fórmula contém ervas e grãos variados”, explica Nassar.
Para harmonizações para o Dia Internacional da Cerveja, o sommelier de cervejas e docente do SENAC São Paulo, Paulo Monteiro, conta os tipos perfeitos da bebida para cada paladar e lista as técnicas e os pratos ideais para acompanhar o líquido.
Pelo visto não é só no Brasil que a sexta-feira é conhecida como o dia de tomar uma cervejinha. Em 2007, na Califórnia (EUA), foi criado o International Beer Day (IBD), também conhecido como Dia Internacional da Cerveja e que é celebrado sempre na primeira sexta-feira do mês de Agosto.
O objetivo dos criadores da data foi estimular a reunião entre amigos para apreciar o líquido, homenagear fabricantes e unir culturas por meio do conhecimento de cervejas feitas em diversas regiões. “Ao brindar com seus amigos por vídeo-chamada, antes do primeiro gole faça uma reverência aos honrados e dedicados trabalhadores e criadores dessa bebida maravilhosa”, aconselha Monteiro.
O especialista explica que é importante pensar sobre harmonizações de maneira bem flexível, entendendo que as combinações se dão não apenas pelos ingredientes, mas também pelas preferências de cada indivíduo. “Existem sugestões que agradam à maioria e, por isso, são indicadas em cardápios de bares e restaurantes, além de serem estampadas em rótulos de cervejas”, complementa Paulo.
Veja alguns exemplos de harmonização para alguns estilos de cervejas que fazem sucesso no Brasil:
– American Lager (cerveja clara leve e refrescante): harmoniza com bacalhau, batata frita, frango a passarinho, saladas, sushi e doces árabes;
– IPA (cerveja clara carregada em lúpulo/amargor): harmoniza com carne bovina assada, pratos mexicanos e indianos, hambúrgueres e crepe Suzette;
– Witbier (cerveja clara de trigo com casca de laranja e semente de coentro): harmoniza com peixes e frutos do mar, saladas, omeletes e torta de limão;
– Dry Stout (cerveja escura, opaca, com notas de café e chocolate amargo): harmoniza com feijoada, carne de panela, embutidos, mousse de chocolate e petit gâteau;
– Blond Ale (cerveja clara, frutada, algumas são levemente adocicadas e condimentadas): harmoniza com salada de beterraba, sushi, caldo de legumes, salada de frutas e bolo de cenoura.
“Antes de se aventurar por todos os estilos, procure cervejas que têm características semelhantes ao seu gosto pessoal (doce, amargo, torrado, frutado, etc) e, aos poucos, comece a se permitir novas experiências mais desafiadoras”, aconselha o docente.
Veja algumas sugestões a partir de determinados objetivos:
Para se refrescar: American Lager, Pilsen, Witbier, entre outras. São tipos mais leves;
Para se aquecer: IPA, Russian Imperial Stout, Golden Strong Ale, Trapista, entre outras. São mais complexas e/ou amargas e/ou alcoólicas;
Para se aventurar: Sour, Lambic, Rauchbier, entre outras. São mais aromáticas e com sabores exóticos, que lembram desde o vinagre até o bacon.
O docente ressalta que para entender bem uma cerveja e apreciá-la de forma completa, vale a pena atentar-se a pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença. Veja abaixo alguns deles e como identificá-los.
Copo ideal: os de boca mais larga são ideais para cervejas mais aromáticas e os de menos larga para cervejas mais leves;
Temperatura: geralmente, as cervejas mais leves são consumidas muito geladas, já as especiais serão bem apreciadas quando as temperaturas estiverem alinhadas a cada estilo. De forma geral, para uma boa experiência entre 2º e 5º, para cervejas mais leves e de 6º a 10º, para cervejas mais complexas. No caso de uma cerveja “mais complexa” que esteja muito gelada, pode ser interessante servi-la e usar o calor das mãos para aquecer um pouco o copo, pois favorece a percepção de aromas e sabores.
Na hora de beber:
- Observe cor, turbidez, densidade, espuma, etc. Afinal, nós também “bebemos com os olhos”;
- Desfrute dos aromas, buscando associá-los às experiências anteriores. É possível voltar à infância;
- Dê o primeiro gole espalhando a cerveja por toda a boca e faça leves movimentos com a língua, isso favorece a percepção de sabores, pois o líquido atingirá todas as papilas gustativas e, automaticamente melhorará a experiência.
Essa receita é parte de uma série de conteúdos disponíveis na página da campanha “Eu fico em casa” lançada pela cidade de Bariloche, para incentivar as pessoas a ficarem em casa nesse período de pandemia.
O prato é uma das atrações do Bariloche a La Carta, festival gastronômico tradicional da região Para matar a saudade da culinária da região, ensinamos aqui a preparar a carne de cordeiro cozida lentamente na cerveja preta, uma receita criada pelo chef Pablo Quiven.
Ingredientes:
3 kg de carne de cordeiro ou outro tipo de carne vermelha
150 ml de azeite
3 kg de cebola
1 alho
4 cenouras
2 kg de batata
1 abóbora
1 maço de salsinha
500 g de cebolinha
500 ml de cerveja escura
6 linguiças defumadas
20 ml de fumaça líquida
-50 g de pasta de cordeiro defumado
-10 g de masala defumada
-Sal e pimenta a gosto
Modo de preparo:
Pique o alho, a cebola e a cebolinha e reserve. Corte a batata, a cenoura e a abóbora em cubos de 2 cm e reserve. Corte a carne de cordeiro em cubos de 2 cm. Corte as linguiças em rodelas de mais ou menos meio centímetro.
Aqueça uma panela ou caçarola (de ferro, de preferência), coloque o azeite e deixe aquecer. Coloque o alho, a cebola e a cebolinha picados. Quando eles ficarem dourados e caramelizados, acrescente o cordeiro, as cenouras e as linguiças com a pasta de cordeiro já amassada com o garfo.
Coloque a cerveja e deixe cozinhar por 1 hora e meia em fogo brando com a panela tampada.
Passado esse tempo, tempere com a masala e a fumaça líquida.
Por último, coloque os cubos de batata e abóbora, sal, pimenta e a salsinha picada.
A foto de capa é divulgação da Escola Superior de Cerveja e Malte
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão.