Meninas e meninos
Harmonizar o Vinho Monte Sant’Ana Moscato Giallo com o queijo de leite cru Jacuba foi uma das boas cosias no final de semana. A Temperatura elevada, tempo abafado, pedia um vinho fresco, leve, aromático.
O tempo e a temperatura não interferem no meu paladar para os queijos, que por sinal, adoro, ainda mais os de leite cru. Cortei um Jacuba, tradicional maneira de fazer com leite cru, sal, pingo e coalho. Já escrevi sobre isto várias vezes. Canastra, Serro, micro regiões conhecidas, outras não, mas sempre com os ensinamentos tradicionais dos queijeiros.
Também as modernas técnicas aliadas ao tradicional fazer, como, por exemplo, os queijos paulistas sendo um deles o famoso Pardinho Artesanal que visitei.
Mas voltando ao vinho brasileiro utilizando a cepa Moscato Giallo, que a Vinícola Monte Sant’Ana elabora, foi uma descoberta, pois pouco ou quase nada conheço desta vinícola da Serra Gaúcha, no município de São Marcos.
O vinho é muito aromático, com principalmente um frutado exuberante, onde o pêssego se destaca. Também algumas notas cítricas aparecem, um floral a lírios, e com o passar do tempo na taça, o herbáceo, lembrando infusões, os temperos verdes salinos como a salsinha e cebolinha.
Em boca é quase que só pêssego com o fundo salino das ervas verdes ainda presente. Fresco, de média a longa persistência, equilibrado em frescor álcool e dulçor. Casou muito bem com o queijo Jacuba, gordo, untuoso, uma delícia.
Jacuba provém do termo na língua indígena para definir uma bebida à base de farinha de mandioca. Talvez pela acidez presente neste queijo, a lembrança do termo indígena.
Pela untuosidade me parece, preciso confirmar, que o leite provem de raça leiteira tipo Pardo Suíço ou Jersey, ou mesmo uma cruza deles.
Boa acidez, bom equilíbrio entre o resíduo adocicado e amanteigado, untuoso, aromas particulares de nata. Foi uma bela experiência o vinho e o queijo que comprei na loja do Ricardo e da Carla em Passos-MG
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão