Meninas e meninos,
Tudo sempre tem um começo, isto é certo, mas nem sempre para escrever sobre um assunto podemos iniciar pelo princípio sem antes darmos algumas explicações.
Minha visita ao Uruguay, onde fui conhecer de perto o projeto Micro-Terroi-Istas, não se iniciou com a visita à BraccoBosca e sim com a Viña Edén, porém, me sinto no dever de novamente citar a querida amiga Fabiana Bracco, e escrever sobre sua bodega familiar, a BraccoBosca em primeiro lugar, sem que com isto torne esta bodega a mais importante, ou a mais conhecida do que as outras componentes do grupo.
Enfim, é apenas pelo trabalho de embaixadora dos vinhos uruguaios que a Fabiana vem exercendo desde que a conheci, e isto nem é bom comentar quanto tempo faz, pois a menina em questão começou novinha no vinho( sem trocadilhos)!
“Nos Unen Las Diferencias”, além de máxima dos Micro-Terroir-Istas, vem a ser de fato, o que encontramos no Uruguay vinhateiro hoje, que quer expandir seus negócios em vinhos, que quer ganhar o mundo exportando mais e melhor, e rogo para que o Brasil esteja na prioridade, pois além de tudo, somos vizinhos de fronteiras.
Bem, somente pelo enunciado da missão da empresa que podemos ler na página da BraccoBosca do facebook, “Compartilhar através de sabores e aromas, vidas e experiências”, vemos o trabalho de querer mostra sempre o melhor possível ao mundo.
BraccoBosca foi fundada em 2005, mas seus vinhedos estão na família, de origem piemontesa, há cinco gerações. Darwin Bracco e Mirtha Bosca decidiram comprar a terra que tinha bem em frente à casa principal onde já existiam vinhas e onde havia a árvore Ombú.
As histórias familiares dizem que os antigos proprietários tinham uma loja geral de fazenda na propriedade e, uma vez que tinham medo de colocar suas economias no banco, as esconderiam sob o Ombú em uma panela cheia de ouro.
Esta árvore há alguns anos foi atingida por um raio durante uma tempestade, e a família brincando com o fato, disse que ela serviu de para-raios devido a todo o metal escondido debaixo da árvore.
Alguns anos depois esta árvore voltou à vida trazendo um importante significado emocional e pessoal, e veio de encontro aos pensamentos da família de que o verdadeiro tesouro é a terra, e os vinhos que ela pode produzir.
Vamos agora aos vinhos, sem muitas considerações sobre cada um deles, pois isto é tarefa que cabe a cada um dos que os degustarem, pois nada que eu possa escrever deve se sobrepor ao gosto ou não gosto de cada um; isto sempre faço questão de dizer.
Os vinhos da BraccoBosca que já temos no Brasil e que são importados e distribuídos pela Domno Importadora, uma empresa do Grupo Famiglia Valduga são: Ombú S. Blanc; Ombú Tannat; Ombú Reserve Tannat; Ombú Reserve Syrah; Ombú Reserve Petit Verdot; Ombú Tannat/Syrah/P.Verdot e o Gran Ombú Cab. Franc.
Uma característica corrente nos vinhos da BraccoBosca é sua ótima acidez integrada, quando dos tintos, aos taninos, que sempre estão presentes, mas amáveis.
Posso dizer sem medo de errar que a grande sensação da cepa Cabernet Franc quando do lançamento do Descorchados 2017, foi o Gran Ombú Cab. Franc, limpo, macio, generoso em boca, com frutas negras e vermelhas, algo de especiarias e um longo final, o mais mineral dos rótulos desta bodega para mim.
Outro dos vinhos da série que me encanta é o Petit Verdot, que merece uma espera maior de tempo em taça ou decanter para expressar toda sua potencialidade, que vem com aromas de frutas mais em geleias, especiarias, um ótimo frescor e grande potencial para harmonizações diversas como caças de pelo e pena, carnes mais ricas em graxos, braseadas ou em molhos, embutidos como as morcellas; é um dos meus preferidos, ao lado do Cabernet Franc e do blend que leva as três cepas Syrah/Tannat e P.Verdot.
Está na hora e a vez dos vinhos Uruguaios, e vá visitar a BraccoBosca e os demais Micro-Terroir-Istas, além é claro, das muitas outras bodegas de respeito e tradição que sempre esperam os turistas de braços abertos para uma viagem ao mundo da gastronomia, vinhos e enoturismo gastronômico.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão