Meninas e meninos,
Continuando a contar o que vi quando fui conhecer de perto o grupo Micro-Terroir-Istas no Uruguai, a visita que fizemos à Bodega Garaje Casa Grande Arte Y Viñas, ao cair de uma tarde maravilhosa, depois de visitar a BraccoBosca, foi fantástica. Sua enóloga a Florencia, da quarta geração de enólogos da família continua a expressar a paixão pelos vinhos passada de geração em geração, nos vinhos que vinifica na sede e casa que foi do avô Gaitán.
Família de artistas, não é por acaso que o nome Casa Grande Arte y Viña embala o projeto onde são cultivadas as variedades brancas Sauvignon Blanc, Albariño e Viognier, e as tintas Tannat, Cabernet Franc, Merlot, Arinarnoa e Cabernet Sauvignon.
Com colheita e seleção manual, usam de tecnologia moderna para vinificação e nos experimentos de Florencia, com as castas sendo sempre vinificadas separadamente para poderem mostrar todo seu potencial, já que também são arte.
Os rótulos falam por si desta arte, e nos vinhos jovens que não passam por barricas, estampam a arte de Gastón Izaguirre, muito lindos e diferentes, que lembram até a arte dos irmãos “os Gêmeos”.
Degustei oito vinhos, a saber: Albariño 2016 e Sauvignon Blanc 2017 nos brancos, e Cabernet Franc 2015-Merlot 2015-Tannat sem madeira 2015-Arinarnoa 2015-Tannacito 2015 e o Super Blend corte de Tannacito, Cabernet Franc, Arinarnoa, Merlot e Tempranillo, todos contribuindo com 20% na mescla e passando 18 meses em barricas usados por vinhos brancos.
Começo por este que foi o vinho tinto que mais me agradou, com 13% de álcool, no olfato muita fruta em geleia, as especiarias se notam principalmente as mais doces como canela, cardamomo, cravo. Em boca o frutado gostoso, as especiarias se confirmam com um leve picante que pode ser de pimenta ou mesmo do cravo, os taninos muito especiais dizendo que junto à boa acidez este vinho poderá envelhecer muito bem por anos, Após algum tempo em taça surgem notas se chá mate deliciosas.
Dos brancos minha preferência recaiu pelo Albariño, do qual fiquei fã e trouxe uma garrafa. Passa 50% do vinho por estágio em barricas de apenas quatro meses, o restante em tanques, seu olfato remete à damasco seco, fruta cítrica branca, erva finas. Em boca sua acidez impressiona, confirma o damasco, as ervas finas, o frutado, aparecendo um mineral quase salino delicioso que dá um toque gastronômico ao vinho.
O Arinarnoa chama a atenção pelo frutado em compota, o Merlot com caramelo, especiarias e frutas em geleia é um coringa para variadas harmonizações, e o Tannacito, este sim, passando por barricas por 16 meses, todas de 1º uso, expressa a orça desta variedade no Uruguay, com o chocolate, as especiarias, o licor sherry e untuosidade lembrando manteiga de cacau.
A bodega e suas instalações estão aptas para atender o turista inclusive com harmonizações e jantares, quando informados a tempo e em grupos de ao menos 15 pessoas, que podem usufruir dos lindos jardins e locais de beleza rara ao redor da Casa Grande, dos artesanais sabonetes de tannat e quem sabe até das geleias caseiras que Francesca, mãe de Florencia, e artista plástica faz.
A bodega vinifica também um espumante nature, método clássico de Viognier o Zelante, que estagia sur lies por 12 meses, e também destila uma deliciosa Grappa, que degustei um golinho ao fim da degustação de vinhos.
Eu se fosse você que vai visitar o Uruguai, incluiria esta bodega e os outros Micr-Terroi-Istas na sua viagem, não vai se arrepender.
Interbalnearia Km 23.900 (Camino de los Horneros s/n)-Canelones. Uruguay
Tel: (+598) 099120862 [email protected]
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão