Meninas e meninos,
Dia dos namorados pede harmonia, como tudo, aliás, e escrever sobre harmonia e harmonizações, é escrever sobre as sensações que temos e não é fácil, pois as temos muito próprias, quase individualizadas, e passá-las para os outros requer jogo de cintura, aliás, com estes anos na enogastronomia, minha cintura só aumentou, e hoje tenho jogo de cinturas!
Harmonização, harmonizar, tornar harmônico, conciliar, congraçar, esta definição serve para o dia dos namorados e para o que fazemos em enogastronomia também, todo o conjunto deve ser e estar harmônico.
Endurecer, mas perder a ternura ,jamais
Que conjunto? Bem, as pessoas que estão à mesa, por exemplo, para esta experiência, a gastronomia, o vinho, enfim, já pensou em harmonia quando o ambiente com as pessoas, ou outros fatores, estão irremediavelmente descontrolados, em desarmonia?
Fácil harmonizar um vinho com a gastronomia, independente de não serem as mais adequadas, quando as pessoas estão harmônicas; pense num casal de namorados, quando o enlevo do amor os leva a uma praia deserta com um belo espumante e com um sanduíche de mortadela, o que acontece? Está tudo bem, há harmonia por causa dos fatores subjetivos.
Agora nesta mesma praia, os mesmos sanduíche e espumante, e o casal acabou de ter uma briga daquelas, o que acontece com a harmonia e harmonização? O dia dos namorados se aproxima e com ele, espero que haja mais encontros que desencontros.
Como este espaço se dedica a tudo o que nos proporciona prazer, a postagem que ora faço é mais um lembrete para que todos se amem, e conto com a ajuda de dois dos poetas que mais me agradam: Pessoa e Drummond.
“Se perder um amor… não se perca!
Se achar… segure-o
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
O mais é nada”.
Fernando Pessoa. “Amar o perdido deixa confundido este coração.
Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não. As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão.
Mas as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão”.
Carlos Drummond de Andrade.
De gustibus non disputandum est (gosto não se discute).
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão