Meninas e meninos,
Inaugurando o ano de degustações, ao menos para mim, a apresentação de novos vinhos e preparando nossas papilas para o ano de 2018, a Decanter do amigo Adolar Hermann, com a apresentação do sommelier Tiago Locatelli, tudo organizado pela Fernanda Fonseca, que conhece vinhos como poucos, reuniu jornalistas especializados para conhecer novos vinhos.
Adolar, que tem um dos mais corretos portfolios de vinhos, e que nos apresentou novas diretrizes que a Decanter deverá seguir neste ano, estava presente, e falou do crescimento da Decanter em vendas de garrafas, embora em moeda não tenha crescido, e justificou ter entendido o mercado comprador, passando então a procurar vinhos de excelência, preferencialmente de produtores que já constam de catálogo, mas com ofertas de novidades e bons preços.
Tiago Locatelli lembrou que nem sempre um bom preço X qualidade tem preços baixos para os padrões de vinhos Top, mas que sim, valem o que custam, e isto é meta da Decanter sempre.
Degustamos 13 vinhos, sendo que dois deles Marsala, vinhos de sobremesa. Vinhos da Alemanha- Eugen Müller, da Nova Zelandia-Craggy Range dos franceses François Labet e Pierre Meurgey, dos italianos Albino Armani e Curatolo Arini nos fizeram deliciar numa tarde quente onde os brancos da Bourgogne, da Alemanha e da Itália me fizeram feliz.
Os vinhos degustados foram:
1-François Labet- Joseph Vallet Splendid Blanc de Blancs Brut corte de Ugni Blanc, Clairette e Chardonnay, um Charmat longo delicado, fresco, e ideal para os dias quentes.
2-François Labet- Joseph Vallet Splendid Rosé Brut corte de Grenache, Cinsault doce no olfato, parecendo doce em boca, mas mais seco que o anterior. Dentre os dois espumantes, fico com o primeiro, o Blanc de Blancs.
3-Eugen Müller- Charisma Riesling Trocken QbA 2016 simplesmente fantástico, prenunciando os vinhos que ainda viriam tarde a fora, fresco, mineral, frutado de pêssegos e intenso cítrico de lima/limão.
4-Albino Armani- Sauvignon Blanc 2016 espetacular e muito distinto de outros desta cepa, frutado, algumas especiarias fabuloso em boca! Gostei muito mesmo, foi um dos brancos que mais gostei.
5-Pierre Meugey- Ernest Meurgey-Perron- Bourgogne Chardonnay 2015 AOC, untuoso, parte do vinho barricado em barricas usadas, fresco, cítrico.
6-Meurgey-Croses -Mâcon Uchizy 2015 um delicioso Chardonnay, com confitado de limão em final de boca que me deixou surpreso pois não é fermentado e nem estagia em madeira. Frutas e floral desponta junto ao frescor que um Chardonnay precisa ter, em minha opinião. Adorei este vinho. Foi o branco que mais gostei.
7-Meurgey-Croses-Pouilly Fuissé 2015 onde 20% do vinho fermenta e depois estagia 9 meses em barricas novas de 228l. Um caramelo ao final de boca mostra bem o efeito da madeira, frutado e mineral.
8-Ernest Meurgey-Perron- Bourgogne Pinot Noir 2016 fermenta 20% do vinho em barricas usadas e estagia por 9 meses apenas, um Pinot que tem o que me agrada, floral, frutas, especiarias, é fresco, sua cor mais clara e me chama para harmonizações que podem ir desde carnes mais sutis, até caças. Bom demais este vinho, foi o tinto que mais gostei!
9-Graggy Range-Martinborough Pinot Noir 2016 pela sua cor, diria que eram mais velho, mas foi fermentado uma parte em barricas e depois estagia 9 meses em barricas 7% novas, mas vem de leveduras indígenas e não foi filtrado, explicando sua cor mais oxidada em relação ao anterior. São dois Pinot completamente distintos.
10-Château de La Gardine-Château Saint Roch-Côtes-duRhone 2016 corte de 70% Grenache, 15% Syrah e 15% Cinsault cofermentadas em inox.
11-Araldica Barbera Fazzoletto 2016 que vinifica de forma muito distinta, usando 20% das uvas sobre maduras, apacificadas. Fresco elegante, fácil de gostar e de beber, e as garrafas são obras de arte, e vêm com um lencinho(fazzoletto) ao redor do gargalo.
12-Curatolo Arini Marsala Fine Semisecco estagiando dois anos em carvalho corte de Grillo, Cataratto e Inzolia usando o processo antigo do “mosto cotto”, fervido em tinas à lenha causando concentração de cor e açúcares, estes ao redor dos 53 g/l.
13-Curatolo Arini Marsala Superiore Dry, corte das mesmas uvas do anterior, passando 5 anos em carvalho, menos açúcar residual, ao redor dos 39 g/l.
Ambos os Marsala podem ser harmonizados com frutas secas, queijos mais salgados de mofo azul ou massa dura, mas para o foie gras, prefiro sempre o que tenha mais concentração de açúcares.
Começando bem o ano de degustações e a Decanter está de parabéns.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão