Meninas e meninos,
Contar sobre uma degustação sobre os vinhos da Lapostolle Wines, que a Mistral Importadora trás ao Brasil, parece fácil, mas sempre é uma tarefa das mais difíceis, pois esta vinícola chilena, que costuma ser chamada de o mais Francês dos produtores chilenos, tem produtos icônicos, dentre eles o famoso Clos Apalta, vinho que foi eleito o “Melhor Vinho do Mundo” em 2008 pela Wine Spectator, arrematando 96 pontos na safra 2005. Robert Parker conferiu 96 pontos ao Clos Apalta 2011, e ano após ano, é sempre considerado um vinho “Outstanding” pela crítica especializada.
Os vinhos da linha Cuvée Alexandre são extremamente elegantes, complexos e estruturados, lembrando ótimos Bordeaux, e com frequência são avaliados com mais de 90 pontos pela crítica especializada. Uma incrível prova de qualidade e consistência.
Já os vinhos da linha Casa da vinícola costumam ser especialmente recomendados como grandes achados e exibem muita concentração, riqueza e uma excelente relação qualidade/preço. O Lapostolle Casa Cabernet Sauvignon, por exemplo, é um permanente “Best Buy” da Wine Enthusiast.
Comecei falando das linhas e das premiações, premiações estas das quais, aliás, pouco escrevo por achar que pontuações são sim importantes, mas o que mais considero relevante é o gosto ou não gosto de quem os compra e consome, para destacar que a Lapstotolle sempre mantém sua qualidade através dos tempos.
Mas voltando aos fatos, ou seja, a degustação da qual tive o prazer de estar entre os presentes, onde os representantes da Lapostolle dentre eles o Kendy Silverio e o Charles-Henri de Bournet Marnier Lapostolle, que filho dos fundadores hoje divide o comando da vinícola chilena, comandaram a cena e que ocorreu no ótimo Rodeio Jardins, que tratarei em outro texto.
Seus vinhedos, com 370 ha ficam em preciosos terroires de Colchagua-Apalta( Carménère, Merlot, Cabernet Sauvignon, Petit Verdot e Syrah), Cachapoal-Requinoa(Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc e Syrah) e Casablanca(Pinot Noir e Chardonnay), de onde provem seus vinhos, lembrando que hoje os vinhedos de Apalta, muito antigo e com vinhas trazidas da França no século IX, têm manejo biodinâmico certificado.
Mas o fato é que com seu site quem quiser conhecer mais poderá se inteirar das linhas, dos terroires e do Relais & Châteuax que é o Clos Apalta Residence, e voltando à nossa degustação para a apresentação do da novidade de então, o Le Petit Clos, esperado segundo vinho do aclamado Clos Apalta, em conformidade com os Chateaux franceses acabou não ocorrendo, não para a novidade e estrela a ser apresentada, o Le Petit Clos, mas degustamos outros vinhos e privamos de um encontro fantástico; problemas com a chegada das amostras ao Brasil impediram que conhecêssemos em primeira mão este vinho.
Mas o Alexandre de maneira fidalga com sempre, avisou que cada um dos jornalistas presentes receberia em sua casa “a posteriori” um exemplar que poderia se então degustado, e claro, o Ciro Lilla da Mistral corroborou, e sim recebi meu Le Petit Clos.
Eu me demorei um pouco a degustá-lo por variados motivos, mas enfim eis as considerações sobre o Le Petit Clos 2014: corte de 40% Cabernet Sauvignon, 30% Carménère, 28% Merlot e 2% Petit Verdot(adoro esta potente uva, que mesmo com ínfima quantidade no corte se mostra).
Sua fermentação se dá em cubas de madeira francesa, é claro, com leveduras indígenas ou nativas em um linguajar mais técnico, utilizando as uvas do corte provenientes do terroir de Apalta, manejo biodinâmico.
Maturação com 18 meses e divididos em 1/3 em barricas novas de carvalho francês 1/3 barricas francesas de um ano de uso e o restante em cubas de carvalho francês com capacidade de 7500 litros, e aqui novamente explico as diferenças em maturar e envelhecer: enquanto o vinho não vai para a garrafa, ele permanece em constante maturação, seja onde estiver, mas quando é engarrafado, daí por diante, ele envelhece, e este vinho tem potencial muito longevo pelo que pude perceber sensorialmente.
No visual o vinho é bem violeta, no olfato o que me veio primeiro foram as especiarias doces como nos moscada, depois o cravo, a pimenta do reino, daí surgem as frutas vermelhas maduras, especialmente a ameixa em calda, e cerejas. No palato se confirmam o frutado, as especiarias doces agora com toques de bala de aveia, uma acidez muito boa, equilibrado, apesar dos seus 14,5% de álcool este não se sobressai, e taninos bem presentes ainda, mas ótimos.
Como tem álcool, taninos e acidez, imagino um vinho que poderá sendo bem guardado, durar por muitos anos, difícil dizer quantos, mas tendo em vista outros exemplares que degustei tanto da Lapostolle como de outras vinícolas com uvas da região, quem sabe uns 15 anos, mas isto é mero chute e o menos importante, o que é relevante é o prazer que se tem, ou terá, ao degustar o Le Petit Clos 2014, eu gostei muito!
Obrigado Charles e Ciro pela oportunidade.
Até o próximo brinde!