Villaggio Conti na Serra Catarinense.
Meninas e meninos,
Villaggio Conti é uma vinícola situada na Serra Catarinense que trabalha exclusivamente com castas italianas. Faz parte de um cem número de ótimas vinícolas brasileiras que ainda são pouco conhecidas, mas que fazem belíssimo trabalho na vitivinicultura.
Situa-se no Vale do Pericó a 1300 metros de altitude, em São Joaquim-SC. Como me disse Humberto Conti, resgata as origens familiares, extraindo a máxima expressão de castas italianas, no Brasil e na altitude.
Vamos do início para que entendam. conheci este ano os vinhos da Villagio Conti, quando de minha visita à Wine South América em Bento Gonçalves. Mas não foi por acaso, pois a querida amiga Sônia Denicol, a Madame do Vinho me levou ao stand pessoalmente.
Vi na família Conti a paixão pelos vinhos, que também movem a mim e à Sônia. Passei então a degustar todos os vinhos que levaram.
Minha opinião é que todos, sem exceção são fantásticos. Claro que gostei mais de uns do que de outros pelo gosto pessoal, mas tecnicamente todos são altamente recomendáveis. Cultivam as castas tintas Sangiovese, Montepulciano, Nero d`Avola, Teroldego, Pignolo, Refosco dal Pedunculo Rosso, Rebo e Aglianico.
As castas brancas são: Vermentino, Grechetto, Gewürztraminer, Malvasia e Ribolla Gialla.
Passando aos vinhos que degustei, temos.
1-Pignolo 2017, uva resgatada por Humberto no Friuli com mudas vindas de ninguém menos do que o papa Josko Gravner, e único vinhedo no Brasil: vejam vídeo abaixo.
Na Itália, esta magnifica casta do Friulli tem este nome, pois seu cacho denso lembra uma pinha, pignolo. Lembra também as pinhas das Araucárias, segundo Humberto. Com estagio de 18 meses em barricas de carvalho francês, equilibrado, acidez ótima, fruta e tostados elegantes. Longo, carnudo, delicioso e intrigante.
2-Don Guino 2018, um varietal Montepulciano 12 meses de barricas, com ótimo frutado sem ser enjoativo e lembrando ameixas. Devagar surge o balsâmico. O fumo de corda abre de início no olfato, depois as especiarias surgem agradáveis. O balsâmico também se percebe no palato num tom agridoce.
3- O Arancione 2017, o vinho laranja, tem corte de 4 castas italianas: Ribolla Gialla, Grechetto, Vermentino e Malvasia. É espetacular, claro, para quem aprecia estes vinhos. Fermentado com as cascas durante o inverno de São Joaquim. Acidez ótima, um equilíbrio entre o frutado oxidado de fruta sobre madura e o mineral, é complexo e versátil na gastronomia.
4- O Ribolla Gialla 2018 é uma profusão de aromas e passa por madeira. Inicia com floral lembrando rosas brancas. Passa pelo frutado, as especiarias picantes, e vai para as frutas secas. No palato confirmas as especiarias e as frutas secas como amêndoas, damasco com seu acido gostoso e um mineral quase salino. Em minha opinião o mais gastronômico até aqui, passeando por inúmeras preparações.
5- ContiTutto lote II é um corte de 3 cepas, Sangiovese, Montepulciano e Rebo, vinho fácil de beber, mais fluido digamos.
6-Rosso D’Altezza 2018, novamente um corte de 3 cepas, onde Sangiovese entra com 80%, e os outros 20% ficam com a Montepulciano e um pouquinho de Teroldego. Estagia 14 meses em barricas de carvalho francês e americano. Mais um vinho delicado e ao menos tempo de forte presença. Gastronômico pela ação principal da Sangiovese, mas redondo e harmônico para gastronomias variadas.
7- Tramonto 2018, um rosado de Sangiovese pelo método de sangria, onde as tintas iniciam seu processo na maceração, mas ao atingir a coloração desejada, parte do mosto é “sangrado” e segue em diante como vinificado em branco.
8-Grechetto 2018, varietal e o mais fácil de beber de todos. Vinho para dias quentes e para acompanhar despretensiosamente variadas gastronomias, sem medo de ser feliz.
Há também um Pinot Nero e um espumante extra Brut, o Penultimo. Método Charmat, vinho base elaborado com Vermentino, Grechetto, Ribolla Gialla e Glera, esta última, a cepa que vinifica os Proseccos.
A boa notícia é que alguns dos vinhos, não todos ao menos por ora, estarão à venda aqui em Sampa na Deli da Villa
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão