Meninas e meninos,
Vidigal Wines é mais uma das vinícolas visitadas que fazem parte da CVR-Lisboa-Comissão Vinhos da Região de Lisboa. Muitos de seus vinhos estão no Brasil e já são bem conhecidos.
António Lopes que atua em conjunto com os enólogos e é o diretor da Vidigal Wines é um ponto fora da curva para quem, como nós, estamos acostumados às conversas dos enólogos. Seu humor beira à ironia e verdade incondicional, quando fala de vinhos, uvas e mercado.
Faz variados rótulos que atingem várias partes do mundo capitaneado pelo Ricardo D’Avila o responsável pelo mkt. Fiquei sabendo que cerca de 90% dos vinhos da Vidigal Wines são exportados. São cerca de 40 vinhos que seguem para mais de 30 países.
Grande parte dos vinhos da Vidigal Wines , principalmente os da região vinícola de Lisboa, são produzidos muito perto do Oceano Atlântico – cerca de 30 km – e, como tal, sofrem grande influencia das brisas atlânticas o que resulta em vinhos frescos e sempre muito frutados. As principais castas utilizadas nos vinhos da Vidigal são: Touriga Nacional, Aragonez (Tinta Roriz), Castelão, Syrah e Cabernet.
Para melhor apreciarmos os seus vinhos, António e Ricardo nos convidaram para um almoço regado a alguns dos vinhos por eles escolhidos no Casa da Nora Restaurante e Hotel, em Leiria, bem pertinho da vinícola.
Em tempo, Nora é o nome da roda d’água que tem no local, não pensem que seja o nome da dona ou de alguma mulher.
Os vinhos degustados nesta ordem foram:
1-Julia Florista Branco, bastante cítrico e sutil mineral no olfato, repetidos no palato. Vinho equilibrado e bem fresco com ótima acidez.
2-Reserva dos Amigos Sauvignon Blanc 2017 mais mineral e quase salino, os cítricos aparecem. Equilibrado e mais generoso que o anterior, em minha opinião se presta mais aos frutos do mar em preparações variadas.
3-Reserva dos Amigos Chardonnay 2017, devido aos seus 14,5% de álcool se presta bem aos pratos mais gordurosos, boa acidez, equilibrado e lembra um pouco o mineral da pedra sabão.
4-Zavial Syrah 2015, um Óbidos DOC-vinho espetacular, muito potente e ao mesmo tempo com grande equilíbrio entre acidez, taninos e álcool. Vinho versátil para harmonizar com pratos mais encorpados, mas também com queijos, entradas como presunto e alheiras, sim, ficou ótimo com alheira!
5-Brutalis 2015 com 15% de álcool e bem conhecido dos brasileiros. Corte de Alicante Bouschet e Cabernet Sauvignon. Potente, estruturado e com bom equilíbrio, tem muitas especiarias no olfato além de frutas negras maduras e chocolate. Em boca confirma o frutado, o chocolate e as especiarias. Bom para gastronomias pesadas devido ao álcool poderoso e sua super-extração.
Quanto à gastronomia do Casa da Nora, uma iguaria que esperava por muito tempo provar a língua de bacalhau. Estas vêm num prato chamado Feijoada de Sames, que é feito com feijão branco. Delícia de prato e harmonizou bem com os três vinhos brancos, mas meu preferido com o prato foi o Reserva dos Amigos Chardonnay.
Recomendo uma visita a esta vinícola e uma boa conversa com o António. E quem sabe uma hospedagem no Casa da Nora prolongue a experiência enriquecedora. Pretendo voltar breve à região de Lisboa e conhecer muitas mais vinícolas.
Vidigal Wines
CVR-Lisboa http://www.vinhosdelisboa.com/
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão