Meninas e meninos,
Degustei A Gauchona 2018 vinho do Eduardo Mendonça Vinho Artesanal. Não me entendam mal, degustei o vinho A Gauchona! O vinhateiro Eduardo Mendonça trabalha com viticultura há 15 anos, e começou a fazer vinhos em 2017, no porão de sua casa. O Eduardo pratica uma vinificação é natural, sem nenhuma intervenção, elaborando os hoje chamados vinhos livres. Tudo começou quando conheceu a Lizete Vicari da Dominio Vicari .
O que é Uva Hibrida
Uvas hibridas são resultados de cruzamentos entre as duas espécies de vitis, a Vinífera e a Labrusca ou americana. No caso do vinho A Gauchona, a hibrida é a Lorena.
A Variedade Lorena- BRS Lorena é uma casta de uvas criada pela Embrapa Uva e Vinho em 2001, a partir do cruzamento de Malvasia bianca, vinífera, e Seyval, americana. É mais rústica, aguenta bem doenças fúngicas. Com a Malvasia é terpênica, transfere este aroma para a Lorena.
Vinho Laranja ou de Curtimenta-Vinho laranja parece ter sido assim chamado pela primeira vez em 2004 por David Harvey que trabalhava na importadora inglesa de vinhos finos Raeburn Fine Wines. Já curtimenta é o processo que origina o vinho laranja, nome utilizado em Portugal para os vinhos com longa maceração pelicular. Ah, utilizam sempre leveduras indígenas ou selvagens ou naturais. Para serem vinhos Laranja ou de Curtimenta, os brancos são vinificados tal qual fossem tintos, a céu aberto.
A Gauchona 2018
O vinho é um “laranja” ou elaborado pelo processo de “curtimenta”, como descreve o Eduardo Mendonça no contrarrótulo. Visual âmbar, brilhante, quase um amarelo ouro velho.
Aromas adocicados, mas lembrando compotas, doces de tacho, me lembrou muito o doce de casca de laranja. Surge com o tempo o floral das flores do campo, mel. Em boca é bem seco, equilibrado em álcool com 11%, acidez e sutil tanino em final de boca.
Untuoso devido às borras, que continuam na garrafa, confirma o doce de casca de laranja incluindo aí aquele amargorzinho característico deste doce.
Harmonizei com feijoada, não ficou como eu esperava, mas ficou bom. Achei que com o feijão, que contém ferro, acentuou o amargor, mas sem prejudicar. Com as carnes mais gordurosas, mesmo não tendo grande quantidade em álcool, ficou bom. Meu espanto maior foi com a couve: pensei que não combinaria, mas, ficou bem legal, quando junto com o amido do arroz, carnes e feijão.
Bom vinho para queijos mais curtidos, embutidos em geral, e acredito que com peixes de couro, mais gordurosos, vai ficar bem.
Eduardo Mendonça Vinho Artesanal
@eduardomendoncavinhoartesanal
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão