Meninas e meninos,
Interbev Wine Tasting Preview no Dalva e Dito foi uma sensacional degustação apenas com vinhos brasileiros do catálogo da consultora Interbev Business Strategy. Vinhos brasileiros de qualidade reconhecida e inconteste.
Os rótulos, todos de pequenas vinícolas e com tiragens pequenas, os quais com a consultoria da Interbev estão se posicionando no mercado em nichos de consumidores exigentes e que procuram novidades.
São vinhos ditos convencionais, são vinhos de inverno de novos terroires, são os vinhos naturais, com ou sem intervenções na cantina que assim se tornam conhecidos. Mais ainda, numa data que se avizinha, poderão ser conhecidos do publico especializado, compradores, sommeliers e imprensa especializada em geral.
A relação de vinhos surpreendeu aos participantes pela qualidade e diversidade de terroir. Para começar, um espumante safrado elaborado com uma cepa digamos não usual, a Gammay que a Vinícola Belmonte da região de Farroupilha vinifica, o rótulo é sugestivo Espumante Differenziato Gammay Nature 2022. Perlage abundante, olfato frutado doce, floral e com final de boca limpa e fresca, agradou para o início dos trabalhos, dando uma mostra do que teríamos por vir.
Brancos
-Caliandra Chardonnay 2022 da Vinícola Velho Amâncio do Vale Central Gaúcho, sem passagem por barricas, foi o branco que mais me agradou na harmonização com a Salada de folhas com palmito pupunha assado, camarão, abacaxi e chantilly com mel de abelhas nativas do Dalva e Dito. Olfato floral, cítrico(limão Siciliano),cereal(milho), untuoso, acidez média, equilibrado em boca, surgindo o leve toque de anis.
-Entre Eixos Sauvignon Blanc 2023 da Vinícola Hórus terroir de Brasília olfato cítrico amargo(lima da Pérsia), flores brancas, herbáceo, ótima acidez e equilíbrio.
=Biografia Chardonnay 2015 da Maximo Boschi com uvas da Campanha Gaúcha. Vinho que estagia 12 meses em barricas francesa, untuoso no olfato, alguma mineralidade aparece, o cereal, ervas aromáticas e finas, surge o própolis e frutas secas com o tempo em taça. Sua fruta cítrica madura encanta no paladar, sem ser doce, prenuncia dulçor, próprios da idade e do carvalho. Um branco de respeito! Conheço faz tempo os vinhos da Máximo Boschi .
Passando aos tintos
-Terra Fiel Pinot Noir 2023 da Vinícola Terra Fiel da Campanha Gaúcha já chega com a pimenta do reino no olfato e as frutas maduras. Especiarias doces e picantes, o floral vai surgindo com o tempo. Equilibrado em acidez, taninos e álcool. Vinho muito fácil de agradar!
-Domans Piniot Noir 2022 da Cave Angelina um IP Altos Montes com ligeira passagem por barricas(6 meses) uma outra categoria de vinho elaborado com a mesma uva do anterior. Mais austero, taninos mais firmes, acidez direta, vertical. Olfato com sutil fármaco. É de se supor que este exemplar de Pinot Noir brasileiro com bom equilíbrio entre taninos, acidez e álcool(14,1%) seja bem longevo.
-Corte Bordalês 2022 da Vinha Solo terroir de Caxias do Sul-RS. Como o próprio rótulo proclama, o corte das uvas 85% Merlot; 8% Cabernet Sauvignon e 7% Cabernet Franc é típico da região de Bordeaux, porém, o inusitado é a garrafa tipo Borgonha para este vinho(apenas uma observação curiosa). Bastante frutado e floral no olfato, com bela acidez e taninos macios e presentes, este vinho não estagia em madeira e apresenta comportados 12,5% de álcool.
-Marzarotto Gran Reserva Cabernet Franc 2020 da Vinhos Marzarotto de Nova Pádua com uvas da Serra do Sudeste. Olfato com floral e frutas. Estas se mesclam com o amadeirado que ainda não se domou na garrafa, me avisando que mais algum tempo descansando na adega fariam muito bem. Uma mescla de barricas francesas e americana por 12 meses mostra ainda bastante coco. Acidez boa, taninos se mostram bons e de qualidade.
-Monumental Syrah 2022 da Vinícola Brasília e terroir idem. Graduação alcoólica de 15,3%, mas totalmente integrado com a madeira francesa(12 meses), com os taninos ótimos e acidez marcada. Vinho ainda novo, que deve seguir íntegro por muitos anos ainda. As especiarias surgem de pronto no olfato, tanto as picantes, quanto as doces. O floral também está presente ao lado do frutado negro. Um gostoso canforado dá sensação de frescor e o café aparece nítido depois de tempo em taça. Vinho fantástico para a gastronomia também!
-Caetano Vicentino Cabernet Sauvignon 2022/Merlot 2021 um IP Altos Montes de Nova Pádua. Como diz o rótulo, é um corte de uvas e de safras 55% Cab.Sauvignon safra 2022 e 45% Merlot safra 2012. Passagem por barricas por 12 meses e é também um blend de barricas francesas e americanas. Olfato com um delicioso canforado, um frescor salino de ervas como a salsinha e o coentro leve. A pirazina da C.Sauvignon aparece como folha do tomateiro.
-Insólito Corte V da Tenuta Foppa & Ambrosi com uvas de Monte Belo do Sul, Guaporé e Pinheiro Machado tem corte de Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Malbec, Marselan e Tannat com passagem em carvalho francês e americano por 14 meses. Olfato frutado, groselha e ameixas pretas. Especiarias, equilibrado com álcool na faixa de 13%, taninos macios e acidez ótima. Outro vinho que merece uma guarda maior.
Para fechar a degustação em grande estilo, e pões estilo nisso, degustamos um Granja União Cabernet Franc safra 1951. Vinho de turvo, logo ao aerar se torna vivo, brilhante ainda. Borda evolutiva presente. Olfato salino com ervas(salsinha), balsâmico, sutil quinado, acidez presente. Um grande vinho brasileiro!
Obrigado Interbev e Fabiano Maciel pelo painel tão diverso em vinhos e terroires brasileiros .
As melhores harmonizações do cardápio no Dalva e Dito, em minha opinião, ficaram assim:
Para entrada o Caliandra da Velho Amâncio
Principal- Filé mignon com aligot o Domans Pinot Noir
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão