Meninas e meninos,
Como sempre, o amigo e consultor Adão Morellatto, envia-nos uma análise sua sobre o mercado de vinhos importados. Transcrevo na íntegra para preservar o conteúdo!
“MERCADO DE VINHOS IMPORTADOS EM 2018.
Caros amigos de Bacco, a seguir nossa análise mercadológica referente a 2018, ano em que tudo indicava que seria um período dificílimo, somente a taxa cambial acumulou uma alta 16,94% em 12 meses, com a mínima de R$ 3,14 em 26/01/18 e o pico de R$ 4,20 em 13/09/18 período de pré-eleição.
Neste embate político de Esquerda / Direita e de Ele sim, Ele não, avançamos uns degraus, bem suave é claro, mas crescer e sustentar-se em um ambiente altamente tributado, um Ministério da Agricultura tecnicamente analítico, rigoroso e moroso, não é para qualquer um.
Tem que ser gladiador para ter um lugar ao sol e lutar o tempo todo com as alternâncias normativas, tributárias, contábeis, fiscais, metodologias sanitárias divergentes e financiamento escasso. Sem mencionar a Paralização dos Caminhoneiros em todo país, refletindo comercialmente em toda cadeia distributiva, obviamente que também afetou nosso segmento.
Pois os Portos ficaram praticamente fechados neste período, inabilitando a logística de saída portuária. Estamos perto de atingir ½ Bilhão de USD, ao ritmo de crescimento de 7% ponderado dos últimos Cinco anos, em Quatro anos atingiríamos este patamar, um número nada difícil de conseguir, visto que o momento mostra certo positivismo e uma classe empresarial animada e com perspectiva em investir, refletindo em toda escala produtiva e econômica.
O crescimento foi de apenas 1,79% em Valor e uma ligeira queda de -1,00% em volume com valorização média de 6,73%. O valor médio é de uma garrafa de entrada do vinho importado é de USD 2,36. O complexo sistema portuário brasileiro recebeu aproximadamente 13.240 Contêineres de 20º ou algo como 36 caixas metálicas com capacidade de 1.000 embalagens de 12 garrafas por dia, sendo o Estado de São Paulo, responsável por quase a metade deste volume 38,44%, seguido de Santa Catarina com 19,07%, Espírito Santo com 16,82% (leia-se efetivamente empresas de moldal eCommerce) e os demais estados com 25,67% do acumulado.
Mesmo com toda esta dinâmica logística e atuante, este segmento representa apenas 0,21% dentro da pauta das Importações Brasileiras e classifica-se em 99% dentro do ranking. Imaginem se tivéssemos uma política mais atrativa e uma tributação mais adequada, ganhariam todos, ou o bom Menos por Mais.
Como se manifestou cada player desta categoria:
1º. CHILE: Na ponta desde 2002, porém como já comentado em análises anteriores, creio que chegou ao seu apogeu em 2017, e deverá em breve tempo atingir um patamar mais baixo. Retrocedeu em -0,74% de valor e -0,44% de volume, mesmo assim, contribuindo com 39%, já chegou perto de 50% em 2016. Dentro de um mercado altamente competitivo e onde não há fidelidade de marca, tipo e origem, é normal esta acomodação. É o líder a ser perseguido e transpassado. Vinho exige continuidade expressiva de atuação e neste quesito, os Europeus têm dado o recado, vieram para abocanhar uma boa fatia deste bolo.
2º. ARGENTINA: Nuestros hermanitos que já tiveram em um passado não muito distante uma participação de quase 30%, hoje contribuem com 15%, repetindo os valores exportados em 2010, algo como USD 52 milhões. Na verdade não se trata de um retrocesso, e sim uma boa recuperação frente aos anos de crises financeiras aguda pelo qual passaram. Em 2018 cresceram 2,30% em valor e baixa de -1,16% de volume, com custo médio litro de USD 3,47 ou 22,61% superior aos vizinhos chilenos. “A atividade econômica na Argentina caiu 5,8% em setembro na comparação com o mesmo mês de 2017, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). Este enfraquecimento se deve, principalmente, pela forte instabilidade cambial iniciada no final de abril e que levou o governo a pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional. O projeto de lei de orçamento para 2019, já aprovado no Congresso, aponta que o PIB cairá em 2018 – 2,4%. Fonte: Agência EFE”.
3º. PORTUGAL: Estes vieram para briga, desde fins de 2016 deram uma guinada na Nau capitaneada pelos vigorosos produtores que identificaram aqui uma oportunidade única, consumidores atraídos por suas castas autóctones e vinhos recém premiado em diversas exposições e concursos. Não se pode deixar de agradecer e parabeniza-los pela excelente e continua atividade mercadológica e com marketing muito agressivo, disciplinado e direcionado. Obtiveram a melhor performance em 2017 dentre todos os players, com 14% e um crescimento de 17,94% de valor e 8,23% de volume. Não duvido em 2019, consiga a tão almejada vice-liderança. Não fossem os benefícios de que gozam os Argentinos pelos acordos comerciais MERCOSUL, já estariam ao largo da raia olímpica, visto que seus vinhos são 11,93% mais caros do que os similares lusitanos.
4º. ITÁLIA: Como obteve um crescimento muito expressivo em 2017 de 52%, agora em 2018 estiveram em ressaca e avançaram apenas 3,94% em valor e queda de -9,48% em volume, facilmente explicado pela valoração de seus vinhos em 14,88%. Sua contribuição está em torno de 11%, posição que vem se mantendo ao longo dos últimos Seis anos. Também é um forte concorrente, caso seja homologado o acordo bilateral previsto MERCOSUL – Comunidade Europeia em discussões diplomáticas virão com toda a garra e diversidade que faz jus a sua competência e tradição.
5º. FRANÇA: Também depois de apresentar em 2017 uma expansão formidável, será que foi um prenúncio do 2ª caneco aos Les Bleus??? O real é que em 2018 não logrou êxito e desceu -12,12% em valor e empate técnico em volume, praticamente quantidades semelhantes no biênio. O vinho Champagne teve uma forte queda de 40,11% e este ítem representa 21% do montante. Colabora com 9,40% em valor e 5,65% em volume. Aqui vale ressaltar que houve uma diminuição substantiva de aquisição dos eCommerce neste período e os Franceses estavam muito bem posicionados nesta categoria, com toda certeza foram os mais afetados.
6º. ESPANHA: A Fúria mantém uma trajetória de crescer e estabelecer-se em Terra Brasilis. Depois de uma puxada em 2017 de 62,51%, teve uma pequena caída de -1,60% de volume e -8,90% de volume. Se levarmos em conta o ano de 2009, praticamente triplicou suas exportações deste produto. Têm um Share de 6,70% de valor e 5,96% de volume.
DEMAIS PAÍSES: Destaque apenas ao crescimento de 176% da N. Zelândia, 63% da Alemanha e queda de 37% dos EUA.
Análise de minha única e inteira responsabilidade e competência, estando liberado para divulgação, comunicação e publicação, respeitando seu conteúdo na íntegra”.
INTERNATIONAL CONSULTING- ADÃO AUGUSTO A. MORELLATTO.
Obrigado Adão sobre a análise do Mercado de vinhos importados.
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão