Meninas e meninos,
Neyen um vinho, uma lembrança inesquecível. Assim me deparei com uma ficha de degustação comparando as safras do vinho Neyen 2009 e Neyen 2010, quando em uma visita relâmpago, não programada, entrei na Viña Neyen em 2015. A história da Neyen está bem contada, e pode ser acompanhada pela web, mas aqui vai um pouco dela.
Bodega Neyen
O espírito de Neyen data do ano de 1889 com mudas de Cabernet Sauvignon francesas plantadas em Apalta. Já em 1936 foi plantada a Carménère. No ano de 2002 pelas mãos de Raúl Rosas, proprietário de 125 ha o que hoje é Neyen, dá seguimento ao empreendimento na propriedade adquirida uns 30 anos antes.
Carménère e Cabernet Sauvignon compunham o quadro de então de cepas plantadas nesta região nobre, Apalta. Também é excepcional para variedades como a Syrah. A bela cidade de Santa Cruz, que eu adoro, diga-se de passagem, é digamos o ponto central da região, e destino de muitos enoturistas.
A parreiras centenárias com raízes muito profundas, quase não necessitam da intervenção humana para frutificar. Os solos de origem vulcânica e a influência dos solos mais úmidos em decorrência da proximidade do rio Tinguririca, proporcionam até hoje que os frutos sejam ótimos, complexos e completos.
A Neyen é a bodega mais antiga de Apalta, e suas parreiras chegam há mais de 100 anos. O rio Tinguiririca atravessa a região de excepcional terroir para os vinhedos. O primeiro enólogo para o corte do Neyen que é sempre Carménère e Cabernet Sauvignom, podendo variar o percentual de cada cepa dependendo da safra, foi Patrick Valette.
Eu acredito, se não estiver me confundindo, que a lembrança que a ficha que encontrei me trás à mente, é da última safra de Valette como enólogo, a do ano 2009. Na ficha comparei duas safras numa degustação relâmpago, visto não ter agendado nada.
A Neyen que vi, antiga, com paredes de adobe, se encontra ao lado de uma moderna, mas que não pude visitar, estava fechada. Os vinhos continuam fantásticos sob a direção da Veramonte, vinícola que elabora vinhos espetaculares, e desde há muitos anos preparada para o enoturismo.
Os vinhos
A safra do Neyen Espírito de Apalta 2009 foi o que mais me agradou, quando comparado com a safra 2010. Ambos os vinhos possuem o corte igual, 55% Carménère e 45% Cabernet Sauvignon.
Como já escrevi acima acredito que a safra 2009 foi a última do enólogo Patrick Valette, e no caso, foi a que mais gostei. Não nos esqueçamos de que as safras foram distintas, e o envelhecimento de um ano a mais na garrafa pode ter contado para esta minha preferência, e o tempo de barrica também.
Para os Neyen até 2018 o Rodrigo Soto foi o responsável. Hoje o enólogo para Neyen e Veramonte é José Aguirre. Veja também Divino Guia
Ambos estagiam por madeira francesa, o Neyen 2009 18 meses sendo 40% barricas novas e o 2010 18 meses sendo 50% novas. O olfato em ambos se apresentou com muita fruta, cerejas, ameixas pretas. O 2009 com mais especiarias doces, o 20010 especiarias picantes. Os terciários apareceram nas duas safras.
Em boca, ambos com ótima acidez, o 2009 já com taninos, embora ainda perceptíveis, muito redondos com álcool de 14%. O Neyen 2010 com taninos finos e macios álcool 13,5%. Ambos muito equilibrados com álcool, taninos e acidez. Acho mesmo que por uma questão de um ano a mais de envelhecimento escolhi o 2009.
Pelas fichas técnicas desde 2006, pude ver que a variação para a o percentual de Carménère chegou a quase a totalidade do corte em 2008, e estagiavam 14 meses em barricas, mas com 70% delas novas. Chegou também neste ano 2008 aos 14,5% de álcool.
Conheça estes vinhos especiais visitando a Veramonte e Neyen.
Os vinhos são importados pela Total Vinhos
Até o próximo brinde!
Álvaro Cézar Galvão